Tartarugas serão monitoradas no litoral do Maranhão
Tamar capacitou analista ambiental da Reserva Extrativista de Cururupu. Equipe da unidade fará avaliação do potencial reprodutivo dos animais na área protegida
A Reserva Extrativista (Resex) de Cururupu, no litoral do Maranhão, deve iniciar, no próximo mês, o monitoramento de tartarugas marinhas na região da unidade de conservação. O trabalho, que tem o apoio do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação das Tartarugas Marinhas e Biodiversidade Marinha do Leste (Tamar), vai se estender até agosto, final do período reprodutivo.
O Tamar tem informações de que as fêmeas de tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), que se reproduzem no litoral do Rio Grande do Norte, marcadas por telemetria satelital, alcançaram a região das Reentrâncias Maranhenses, permanecendo ao largo da APA e da Resex Cururupu.
Para aprimorar o monitoramento, o Tamar promoveu, no mês passado, a capacitação da analista ambiental Laura Moreira de Andrade Reis, da Resex. Bióloga, Laura entrou em contato com o Centro após constatar a ocorrência de desovas de tartarugas marinhas na região da reserva. Já havia necessidade da equipe da UC de iniciar avaliação do potencial reprodutivo na área protegida, com recursos do Projeto Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa).
Base avançada
Com base nesse contato, o Tamar organizou a ida da bióloga entre os dias 6 a 10 março à Base Avançada em Parnamirim (RN), a mais próxima geograficamente da reserva, para que Laura recebesse a capacitação. A intenção foi garantir que a analista tivesse autonomia nas ações e desenvolvesse os trabalhos de monitoramento das espécies de tartarugas que estão ocorrendo na região da reserva de forma qualificada. Ela participou de atividades de manejo na praia de Pipa, no município de Tibau do Sul.
O treinamento foi ministrado pelo oceanógrafo e analista ambiental do Tamar-Parnamirim Claudio Bellini, em parceria com especialistas do Centro de lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) e equipe da Fundação Pró-Tamar, parceira do Projeto Tamar, todos envolvidos na execução do Plano de Ação Nacional para Conservação (PAN) das Tartarugas Marinhas.
Durante o curso, foram abordados temas relacionados à identificação das tartarugas marinhas. “Precisávamos que ela (a analista ambiental) recebesse o máximo de informações possível em um universo de tempo relativamente curto, para que estivesse apta a fazer uma boa avaliação na área da Resex Cururupu”, frisou Bellini.
Protocolos
Além dos protocolos de coleta de dados reprodutivos acerca das tartarugas, Laura foi capacitada a fazer marcação de fêmeas, coleta de tecido, manejo de rastros e ninhos eclodidos com contagem de ovos e de filhotes. Outro ponto do curso de capacitação foi a sensibilização ambiental a ser feita junto aos turistas e moradores da reserva, por meio das solturas dos filhotes de tartarugas, e que poderá ser realizada pela Resex Cururupu durante as temporadas reprodutivas.
O Centro Tamar colocou-se ainda à disposição para apoiar futuras visitas de campo, buscando auxiliar na avaliação dos resultados e no planejamento dos próximos passos. Posteriormente as informações serão inseridas no Banco de Dados de Conservação das Tartarugas Marinhas (DBC Tamar), podendo ser utilizados como indicadores de sensibilidade da unidade de conservação.