Políticos maranhenses discordam sobre Previdência
Governador se coloca contra a reforma. Já a bancada federal está dividida, com ligeira maioria tendendo pela aprovação, ainda que com alterações no texto enviado pelo Executivo
Diferenças partidárias e concepções ideológicas demonstram que a bancada maranhense na Câmara Federal deverá estar dividida durante a votação do projeto de reforma da Previdência, principal pauta do governo federal e que tem gerado imenso debate com propostas controversas como a que aumenta o tempo mínimo de contribuição para 49 anos, e idade mínima de aposentadoria aos 65 anos para homens e mulheres.
Na tarde de segunda-feira (17), o governador Flávio Dino usou as redes sociais para criticar duramente a proposta de reforma em trâmite no congresso. Em uma série de postagens, o governador se posicionou pela suspensão da matéria. “Raros países do mundo, em raros momentos, permitiram tantas ações contra os interesses nacionais e populares quanto o Brasil desta época. O primeiro passo para novo momento no Brasil seria a imediata suspensão da reforma da Previdência”, disse”
Ele avalia que o momento de crise política se agrava com o trâmite da proposta. “Tema muito sério e grave p/ ser tratado agora. Só se combate de verdade a corrupção enfrentando a maior das corrupções: a imensa desigualdade social e regional”.
Ele finalizou sua série de postagens declarando sua preocupação com as possíveis consequências da aprovação da proposta. “Não é hora de uma reforma da Previdência que seja profundamente regressiva contra os mais pobres da cidade e do campo. Preocupa-me, por exemplo, como ficarão os trabalhadores rurais do Maranhão sem proteção social compatível com suas realidades de trabalho”, disse o governador.
Bancada dividida
Um levantamento realizado pelo jornal Folha de São Paulo com todos os deputados do parlamento indica que, ao menos na bancada maranhense, deverá haver uma divisão entre os 18 votos, com pequena vantagem para aqueles que são favoráveis à aprovação da matéria, ainda que com modificações ao texto original proposto à Câmara pelo governo federal.
Os deputados Alberto Filho (PMDB), Cleber Verde (PRB), Hildo Rocha (PMDB), João Marcelo Souza (PMDB), José Reinaldo (PSB), Junior Marreca (PEN), Pedro Fernandes (PTB) e Waldir Maranhão (PP) se declararam favoráveis à aprovação.
Waldir Maranhão, José Reinaldo e Junior Marreca se colocam à favor da reforma, mas com alteração na idade mínima de aposentadoria para homens e mulheres, retirada da exigência de 49 anos mínimos de contribuição e om a necessária criação de uma regra de transição para homens com mais de 50 anos e mulheres com mais de 45.
Hildo Rocha defende a proposta, desde que alterada as idades mínimas de 65 anos para homens e mulheres e diminuição do tempo de 49 anos de contribuição. João Marcelo defende a mudança na idade mínima, criação de uma regra de transição e diminuição do tempo mínimo de contribuição. Também favorável ao projeto, Pedro Fernandes defende, no entanto, a alteração de idade mínima proposta para mulheres e a diminuição do tempo de 49 anos de contribuição para aposentadoria integral dos contribuintes.
Por sua vez, os deputados Aluisio Mendes (PTN), Julião Amin (PDT), Rubens Jr (PCdoB), Victor Mendes (PSD), Weverton Rocha (PDT) e Zé Carlos (PT) declaram-se contra as mudanças propostas, com destaque à deputada Eliziane Gama, que deverá seguir de modo contrário à orientação de seu partido, o Partido Popular Socialista (PPS), que faz parte da base aliada do governo Temer e defende a reforma.
Ferrenho crítico das reformas, o deputado federal Rubens Jr publicou em suas redes que a redorma da trabalhista e a reforma da Previdência “jogam o trabalhador na lata do lixo”. Silenciosos, André Fufuca (PP), Juscelino Filho (DEM) e Luana Costa (PSB) ainda não revelaram seus votos.