Quando, em 2014, a Marvel apostou em levar para os cinemas um grupo de heróis pouco conhecidos e bem desajustados, muita gente duvidou que a empreitada fosse mesmo dar certo. O fato, no entanto, foi que Guardiões da galáxia surpreendeu e faturou alto com a aposta em bom humor, ação e cultura pop.

Depois do sucesso, era natural esperar continuações e os fãs passaram a aguardar com ansiedade que elas viessem. Guardiões da galáxia vol. 2, a primeira sequência da franquia, chega aos cinemas e traz de volta toda a atmosfera abordada no longa inicial.

A forte bilheteria do filme de estreia, ao mesmo tempo em que deu força para que o diretor e roteirista James Gunn seguisse suas convicções, também pressionou para que o novo longa se mantivesse com os pés bem presos à fórmula anterior. Por isso, não convém esperar de Guardiões da galáxia 2 muitas inovações. A produção, de fato, segue o tom da primeira.
No enredo do longa original, um grupo de cinco mercenários precisa se unir para fugir da prisão em uma galáxia distante. Juntos, porém, eles percebem que há um conflito cósmico ocorrendo, que vão precisar lutar contra vilões e se transformam em um grupo de heróis meio desajustados, estranhos e, claro, bem engraçadinhos (afinal, um guaxinim falante e um meigo tronco de árvore são alguns dos personagens).

Na continuação, a ideia de que eles agora fazem parte de uma família deve se tornar mais clara e os laços entre eles vão se estreitar ainda mais. O segundo longa da franquia também se aprofunda nas características e nos problemas dos personagens. Depois do sucesso da estreia, James Gunn tenta dar mais destaque às personalidades de cada um dos heróis.

O protagonista, e descolado, Peter Quill (Chris Pratt) continua como centro de tudo, mas a história dos outros personagens ganha muito mais força e cada um deles agora tem um arco mais ou menos completo dentro do enredo do longa.

Com o aprofundamento nos personagens e em suas relações, era natural esperar que houvesse momentos mais densos. Ao contrário da DC Comics, porém, a Marvel quase sempre opta por manter a leveza, mesmo quando tudo tem potencial para se tornar bem pesado.

Agora que o universo em que os personagens já foi apresentado no primeiro filme, o roteiro também se torna mais simples, na medida em que não precisa explorar mais tantas e tão diferentes situações quanto o longa de estreia.

Testes

A opção por seguir a fórmula do anterior tem tudo para funcionar. Guardiões da galáxia vol. 2 bateu recordes de aprovação nos testes de audiência, o que indica que, realmente, tudo no longa foi milimetricamente pensado (e testado) para deixar o público feliz. Para os fãs ficarem ainda mais alegres, o diretor James Gunn declarou que não vai deixar a franquia e que estará de volta com o volume 3. “No fim, meu amor por Rocket, Groot, Gamora, Star-Lord, Yondu, Mantis, Drax e Nebula — e outros heróis que ainda virão — está mais profundo do que vocês podem imaginar, e eu sinto que eles têm mais aventuras e coisas para aprender sobre eles mesmos e o maravilhoso e às vezes aterrorizante universo onde vivem”, escreveu Gunn nas redes sociais.