Há poucas semanas ocupei neste pequeno e importante espaço de papel, cuja importância na transmissão dos fatos (informar), presta um grande serviço ao público, alcançando pessoas das diversas classes sociais. E o fiz para traçar ligeiro perfil do cientista, literalmente, Ernesto Sabato (sem acento). Como lembrei, ele abandonou a ciência para se dedicar à literatura e artes plásticas. Genial se tornou um virtuoso. Recorro de novo, ao seu profundo conhecimento sobre literatura, filosofia e experiência de vida, para mostrar a importância da leitura.
Diz-nos esse filho da vizinha e amiga Argentina, rival quando envolve futebol, ao se referir quanto ao armazenamento do saber e devoção à leitura quanto o que fez e foi. Apesar de pequena a obra, em quantidade, três romances, é espetacular em qualidade. É um respeitado pensador e ensaísta. Tornou-se, repito, aos olhos da crítica um dos maiores romancistas do século 20. Perguntado sobre ler, acrescentou: “As leituras me acompanharam até o dia de hoje (morreu com 90 anos de idade), transformando a minha vida nessas verdades que só a grande arte pode entesourar”.
O presente texto inspirado numa publicidade que passa num canal de tevê mereceu minha atenção, pela oportuna campanha e valor do incentivo. Produzida, inteligentemente, para estimular a criança a obter o hábito da leitura. Não pode passar despercebida, pela grandeza da ideia. Recomenda a mensagem que os adultos, pais, principalmente, parentes ou quem mais se interessar, leiam aos meninos ou deem de presente um livro.
Louvável iniciativa e que deve ser aceita pelos resultados que advirão breve. Os miúdos gostam de ouvir historinhas próprias da sua idade e há muitas de eles que só dormem depois que um adulto lhe conta um causo.
É aí que entra a presença de quem sabe fazê-lo com alegria e gestos que enriqueçam as histórias. Seguindo por essa estrada a criança com o passar do tempo, agora, sabendo ler, selecionará o tipo de tema. Assim que se forma um público de leitores.
Os adultos que nunca ouviram em criança alguém que lhes lessem um livro, não gostarão de fazê-lo. Nunca apreciarão o valor e a grandeza das páginas de uma obra. Seja ela de papel ou digital. Só o livro é capaz de nos ensinar de aonde viemos e para aonde vamos. De como começou a história da humanidade e como se deu a formação do universo. E, isto, além de fatos que tratam dos acontecimentos diários e globais e que de alguma forma nos envolve. Preparados, e com discernimento estarão preparados para ajudar a quem clama pelo seu concurso. Tanto faz ser na paz ou na guerra, destruição do meio ambiente ou catástrofes climáticas.

Voltemos a Sabato, que nos encanta com o seu modo de colocar os problemas planetários, com uma visão de futuro. Ele soube relacionar a ciência e o caos em que vive o mundo, dominado pela máquina. Com uma formação sólida pela seleção de autores respeitados por muitas gerações, nos dá uma lista de eles que encantaram a sua infância, juventude e maturidade: Júlio Verne, Schiller, Chateaubriand (o francês), Goethe, Rousseau, Dostoievski, Tolstoi, Tchekhov, Gogol, Saavedra e outros. Quem não leu um só desses autores não sabe o que perdeu e nunca conhecerá o significado da alta cultura.
Provocado a se pronunciar sobre o que recomendaria para leitura usou da sinceridade: “Leiam os (autores) que os apaixone, apenas isto, eles os ajudarão a suportar a existência”. Leia para uma criança. Ajude-a sair da ignorância e um dia se orgulhará da ação. O livro nos conduz a vivermos numa sociedade justa e solidária. A leitura nos transforma.