GREVE GERAL

A greve na visão dos empresários e governo

Representantes de classes patronais avaliam as manifestações do dia 28 de abril como negativas para o desenvolvimento do país

Reprodução

Após os protestos da greve geral contra as reformas em curso no Congresso Nacional, que ocuparam todo o país, na última sexta-feira (28), entidades patronais como Fiema e Câmara de Dirigentes Lojistas de São Luís, expressam descontentamento com o que classificaram como “fracasso” e “vandalismo”. Por outro lado, o governo do estado, representado pela Secretaria Estadual de Indústria, Comércio e Energia, entende o movimento como fruto da insatisfação social com as reformas.

Simplício Araújo

“O movimento foi exitoso. Ressalvados alguns excessos, foi o reflexo da insatisfação da sociedade com as mudanças em andamento no Congresso e com a inoperância do governo federal diante da crise econômica que já dizimou mais de 14 milhões de postos de trabalho. Acredito na capacidade dos líderes sindicais em promover manifestações com mais criatividade e sem excessos. A radicalização impede o diálogo e afasta o apoio da sociedade aos movimentos. É hora de diálogo e muito trabalho para retomar o crescimento do Brasil.” Secretário estadual de Indústria, Comércio e Energia.

Foto: Divulgação

Leopoldo Moraes Rêgo

“Esse movimento foi um fracasso. Prejudicou sobremaneira a indústria. Na construção civil, as obras pararam, e elas têm prazo. Somado a outras paralisações, dá um atraso substancial na obra. Esse é um exemplo, mas prejudica até o comércio. Não há base nessas manifestações, porque a maioria dos manifestantes nem conhece as reformas. As reformas trabalhistas foram boas pros empregados e pros empregadores. O fato da CLT ter sido lançada por Vargas em 1930, quantas funções de empregados foram abolidas nesse período e quantas foram criadas por conta da informática? A nova lei abrange tudo isso.” Primeiro-secretário da Fiema.

Foto: Repdoução

Felipe Mussalém

“Todas as entidades de classe repudiam o manifesto, não pela sua essência, mas pela forma escolhida para fazê-lo. Foi escolhido parar ruas, parar as avenidas, fechar o comércio, e isso tudo são atitudes de vândalos. Ontem, a gente presenciou em São Luís vândalos tentando dificultar os próprios funcionários a chegar nas empresas. Então, repudiamos completamente o que aconteceu ontem. Existem outras formas de protestar. Não estamos tirando a legitimidade do protesto, cada um é livre para se manifestar, o Estado Democrático de Direito prevê isso. Contudo, como foi escolhido um dia útil, o dia de um mês já prejudica não apenas os empresários, mas os trabalhadores também, porque trabalharam menos, então ganharam menos comissão. Então, em um mês já prejudicado pelo excesso de feriados, lojas não puderam abrir na Rua Grande, foram impedidas por arruaceiros. Então, ontem ficou comprovado que esse movimento é de uma minoria.” Presidente da Associação Comercial do Maranhão.

José Terceiro

“Uma manifestação lamentável e vergonhosa, principalmente para o maior centro comercial da cidade (Rua Grande e adjacências), pelo fato de impedir o exercício da atividade que sustenta esta pequena minoria de manifestantes, agravado ainda mais por assistirmos nossas autoridades de braços cruzados, sem esboçar nenhuma ação para manter a ordem pública. A Câmara de Dirigentes Lojistas de São Luís respeita o direito legítimo que todo e qualquer cidadão possui. Esta paralisação ocorre após dois fins de semana prolongados por feriados e às vésperas de outro, 1º de maio, data historicamente dedicada à classe trabalhadora para tais manifestações. Existe consenso entre as entidades de classe que somente com trabalho é que se pode recolocar o Brasil nos trilhos do desenvolvimento. A sociedade tem que buscar informações corretas para fazer juízo de valor acertivo, não se deixar levar por discursos retrógrados que buscam sempre manter o coorporativismo político e sindical.” Diretor de SPC da Câmara de Dirigentes Lojistas de São Luís.

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