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Conheça os encantos e segredos de Alcântara

Fundada em 1648, Alcântara chegou a ser uma das cidades mais ricas do Maranhão, entre os séculos 18 e 19. Hoje possui mais de 300 construções coloniais

Reprodução

Alcântara é uma cidadezinha muito charmosa do estado do Maranhão. Tem uma população estimada em 21.652 habitantes e guarda um conjunto de mais de 300 construções coloniais – muitas em ruínas, como a Matriz de São Matias, que é o cartão-postal da cidade. Foi fundada em 1648 e chegou a ser uma das cidades mais ricas do Maranhão entre os séculos 18 e 19.

As ruínas estão espalhadas por toda cidade, com muitos imóveis precisando de conservação. Qualquer outra cidade histórica do Brasil, por exemplo, teria uma ruazinha com botecos enfileirados, mas Alcântara, simplesmente, não pode ser considerada como qualquer cidade histórica. É dramática, misteriosa e isolada, uma viagem no tempo. Mesmo assim, não é difícil chegar até lá. Da capital São Luís, é possível pegar um barco, e o trajeto dura cerca de uma hora. O belo passeio pode ser feito em apenas um dia, com retorno para a capital no fim da tarde, mas o bom mesmo é passar uma noite na cidade.

Monumentos históricos

Na mesma Praça onde fica a igreja matriz, estão o pelourinho, o casarão que abriga a Prefeitura de Alcântara, a Câmara de Vereadores e o Museu Histórico de Alcântara. Em destaque, a faixada com os clássicos azulejos portugueses. O lugar é calmo, silencioso, ideal para quem busca descanso. Alcântara tem um conjunto formado por casarões coloniais e ruínas que fazem do Largo da Praça da Matriz um grande museu a céu aberto. A cidade preservou também as ricas manifestações culturais maranhenses. As celebrações agitam os meses de maio e agosto, quando acontecem as famosas festas do Divino e do empolgante tambor de crioula, embalando turistas e nativos por becos, ruas e vielas.

Rua da Amargura

Como toda cidade colonial brasileira, Alcântara preserva muito suas construções. Ao sair da Praça da Matriz, siga para a Rua da Amargura, é uma ruazinha cheia de ruínas e lendas. Muitas pessoas contam que a viela recebeu este nome porque era por onde os escravos passavam quando recebiam castigo. No final da rua, você encontra o que sobrou do antigo Palácio do Negro, onde os escravos eram comercializados. O mais importante disso tudo é que, o local rende belas fotografias para o seu álbum de fotos do Maranhão.

Casa de Cultura Aeroespacial

O local é uma espécie de Centro de Interpretação do CLA – Centro de Lançamento de Alcântara. A base foi criada em 1989 e não está aberta à visitação (só o centro). Não é à toa que Alcântara foi escolhida para ser uma base espacial. A cidade está a 2 graus do Equador, posição geográfica privilegiada que ajuda no lançamento de foguetes com economia de 40% de combustível. Antes da visita propriamente dita, você assiste a um vídeo explicativo sobre o funcionamento do projeto e conhece alguns tipos de foguetes. Abre todos os dias, das 10h às 15h, com entrada gratuita.

Ruínas de história

O maior marco da cidade de Alcântara é o Palácio do Barão de Mearim, que começou a ser construído no século XVII para receber Dom Pedro II, mas que nunca chegou a ser concluído. Restam apenas algumas colunas e arcos de pedra. Além dele, chama a atenção a Igreja Matriz de São Matias. Construída em 1648, ano de fundação da cidade, sobraram dela somente a fachada e uma das torres. Há também a Igreja Nossa Senhora do Carmo, da mesma época, mas que foi reformada e hoje abriga painéis de azulejo no altar.

Onde comer

Não há muita opção de restaurantes na cidade, mas na hora do almoço o Restaurante Cantaria não deixa a desejar. Nossa dica é você pedir um peixe da telha com camarão (prato-chefe da casa), ao molho com a opção de três tipos de arroz: branco; vermelho e cuxá. O prato sai em média R$ 30,00 para cada pessoa. Restaurante Cantaria é uma opção para quem está chegando a Alcântara e quer descansar das ladeiras da cidade. Seu espaço é pequeno, porém conta com uma área livre debaixo de árvores com vista para o mar, lembra aquela famosa frase “sombra e água fresca”… ainda mais, regada de uma boa culinária.

Como chegar em Alcântara

Para quem nunca foi, mas tem vontade de visitar e conhecer, a melhor maneira de chegar à cidade é vindo de São Luís e pelo mar. As embarcações partem de São Luís entre 5h e 9h30 (varia muito por conta da maré). A volta é no horário da tarde, entre 13h e 16h30. A passagem pode ser comprada com antecedência e custa em média R$ 15,00. A viagem é bem tranquila e o acesso é feito por barco — 1h30 de viagem em alto mar. A cidade não tem nada de espetacular, mas equilibra um passeio rico em cultura e natureza.

Passeios

É muito recomendado em Alcântara que seus passeios sejam guiados, principalmente, para quem chega cedo e vai embora no fim do dia, ou seja, viagem rápida. O lugar é mais um daqueles do Brasil Colonial com histórias de apogeu e decadência, portanto cheio de causos sobre os barões e seus escravos. O ideal é que você contrate um guia (R$ 20 por pessoas em um grupo de seis a oito). Logo na chegada a Alcântara, no Porto Jacaré, há um centro de informações turísticas que oferece mapas (pagos à parte, R$ 7) com banheiros e venda de água, refrigerante e sorvete. Dali, você sobe a Ladeira do Jacaré rumo à Praça e Capela das Mercê. Em seguida, vai para um dos pontos principais da cidade, que é a Praça da Matriz, onde estão as ruínas.

Igreja de Nossa Senhora Rosário dos Pretos

Quem visita Alcântara não pode deixar de conhecer um pouco da história dessa igreja. Um senhor descendente de africanos escravizados que se chama Benedito é quem recebe a maioria dos turistas. Ele contou que, na época, os sinhozinhos “brancos” eram levados pelos negros, e somente no final das missas iam buscá-los. Hoje, seu Benedito é quem cuida da Igreja e sempre conta causos que aconteceram. Uma lenda viva que guarda histórias do passado.

Festa do Divino

No Maranhão, o culto ao Divino Espírito Santo teve início com os colonos açorianos, portugueses e seus descendentes, que desde o início do século XVII chegaram para povoar a região. A partir de meados do século XIX, a tradição da festa do Divino começou a estar firmemente enraizada entre a população da cidade de Alcântara, de onde se espalhou para o resto do Maranhão, tornando-se muito popular entre as diversas camadas da sociedade, especialmente as mais pobres. A festa do Divino Espírito Santo de Alcântara é um dos muitos festejos que fazem parte da agenda cultural do Maranhão, destacando-se como um dos mais importantes, por sua ampla difusão e pelo impacto que tem sobre a população.

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