Veterinária

A busca por saúde e bem-estar animal

Todos os dias, centenas de pessoas buscam atendimento no Hospital Veterinário da Uema por conta do preço acessível dos serviços

Atendimento no Hospital veterinário da UEMA. Foto: Honório Moreira

O movimento em frente ao Hospital Veterinário Universitário Francisco Edilberto Uchoa Lopes, localizado na Universidade Estadual do Maranhão, começa muito cedo. Desde as primeiras horas da manhã, pessoas com seus bichinhos de estimação buscam atendimento. É preciso ter paciência. Em média, 80 pessoas são atendidas por dia. Tudo pelo bem-estar deles.

A promotora de vendas Letícia Silva conta que chegou lá muito cedo para que a cadela Mila fosse atendida. “Ela tá muito quieta, não quer comer. Então, trouxe ela aqui porque a gente paga um pouco menos pelas consultas, exames. Só é um pouco demorado, porque é muita gente, mas vale a pena esperar”, conta Letícia.

Assim como a promotora, centenas de pessoas levam seus animais para atendimento médico especializado. Porque não basta apenas ter um animal, é preciso cuidar. “É um ser humano e quem ama cuida”, completa Letícia.

Dá para mensurar o cuidado que esses donos têm com seus cãos pela demanda de atendimentos realizados. Os mais diversos. No Hospital são feitos procedimentos clínicos e cirúrgicos de todos os tipos, além de urgência e emergência. Talvez o mais significativo deles tenha sido a cirurgia neurológica de craniotomia com cranioplastia feita na cadela Malu, no dia 8 de março. A equipe médica, chefiada pelo doutor Matheus Feitosa, contou com uma equipe composta da anestesista Silva Júnior, auxiliar Dr. Arão, oncologista Alessandra Lima e residentes do HVU Uema.

A cirurgia muito delicada constou de remoção e reconstituição de uma parte do crânio e foi considerada um sucesso. “Hoje faz um mês que nossa Malu fez a tão esperada cirurgia para retirada de um tumor na cabeça. A recuperação foi a melhor possível! Hoje, ela já não toma mais nenhum remédio pra dor, nem pras convulsões que tinha diariamente (quando em crise, até mais de 10x), voltou a dormir normalmente, interagir e brincar com a gente. Mesmo sendo uma cirurgia tão delicada, a Malu não ficou com nenhuma sequela. Ela está tão bem que nem parece que um dia esteve doente”, comemorou Dayara Sousa.

Quem também estava comemorando a recuperação de seu animal, embora ainda estivesse apreensiva, foi a comerciária Neide Veras, que estava levando o Valente, cão de 4 anos, para avaliação depois da cirurgia de retirada de um tumor. “Ele está bem, o problema é que ele fica lambendo a cirurgia, mas, graças a Deus, está tudo indo bem”, contou.

Laboratório prático

Criado logo após o curso de Medicina Veterinária entrar em atividade, o espaço tinha o objetivo de servir de aulas práticas para os alunos. Com prédio cedido pela universidade, na época aUEMA fornecia também a medicação que era utilizada. Posteriormente já não fazia mais esse fornecimento, foi então que o hospital para não parar as atividades passou a emitir receitas para que os responsáveis comprassem os medicamentos fora e o Hospital aplicasse posteriormente, mas com a exigência da Anvisa restringindo a compra de medicamento de uso hospitalar, isso não foi mais possível. Foi então que o hospital passou a cobrar pelo que era usado no animal.

Também para pagar a mão de obra que compõe o corpo de funcionários do hospital começou a serem cobradas as consultas, que hoje custam R$ 30. O Hospital não é equipamento do Estado, embora esteja na área do Campus. A infraestrutura fornecida é da Uema assim como os aparelhos e equipamentos que são utilizados. Mas as despesas do dia a dia são controladas pelo diretor, chefe do diretor do Centro e convênio com a Fapead e a receita gerada a partir das taxas que são cobradas pelos serviços.

Consultas, cirurgias, medicamentos e materiais que são utilizados são cobrados a preços bem menores que os de mercado. Por exemplo, uma cesariana ou uma ligadura que normalmente é R$ 400, lá custa R$ 150. “Porque são estimados todos os gastos com o procedimento para reposição desse material. E nós não temos material em estoque. Vamos comprando à medida que vamos tendo receita”, comenta o diretor.

Interação com a comunidade

O hospital é aberto à comunidade de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h, para atendimento externo mediante preços acessíveis com custos em média 35% a menos dos valores que são cobrados em clínicas particulares.
Dirigido pelo professor-doutor José Arnodson Coelho de Sousa Campelo, funciona com um corpo médico de 45 profissionais, entre médicos e residentes. O local também é um laboratório prático para os estudantes do Curso de Medicina Veterinária que têm acompanhamento constante dos professores responsáveis em todos os tipos de atendimento.

Durante a entrevista, registramos um procedimento cirúrgico realizado em uma gata, uma ligadura, sob a supervisão de perto pelo professor responsável pelo setor. “É um espaço onde oferecemos aulas práticas para os alunos ao mesmo tempo em que fazemos esse atendimento à comunidade. É como se fosse uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), onde você disponibiliza todos os serviços e com muita rapidez. Tudo é feito aqui”, conta o diretor Arnodson Campelo.

O hospital presta serviços que vão desde atendimento clínico à realização de cirurgias, dispondo de atendimentos nas áreas de clínica geral; cirurgias; oftalmologia; dermatologia, endoscopia, oncologia, ortopedia, diagnóstico por imagem, como ultrassonografia e raio x; eletrocardiograma; soroterapia e sala de recuperação.
Para a realização dos serviços, o hospital cobra uma taxa, que é utilizada para reposição de toda medicação da farmácia e materiais hospitalares que são utilizados nos atendimentos.

O atendimento

As consultas são feitas por ordem de chegada. Primeiro é feita uma triagem para saber se há algum contágio ou não. Feito isso o animal vai para a consulta e posterior exame, se houver. Caso seja necessário fazer cirurgia, a marcação já é feita no próprio local e segundo o diretor do hospital, não demora muito. Todos os procedimentos são feitos lá mesmo, na mesma hora mediante o pagamento das taxas, serviços e medicamentos que são necessários. O pagamento é apenas em espécie.

A responsável pelo Valente, que nós citamos acima, estima que investiu R$ 500 para o tratamento do seu pet. Valor que segundo ela, poderia ser o dobro se fosse realizado em outro local. “A desvantagem é só porque é um pouco longe, mas gastei bem menos. Eu não teria condição de levar o Valente para um veterinário particular. É uma boa oportunidade e nós fomos muito bem atendidos”, diz Neide Veras. Para consultar os serviços oferecidos pelo Hospital Veterinário, ou buscar mais informações, basta entrar em contato pelo número 3257-3671.

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