UFMA mantém cancelamento de matrículas
Universidade aplicou a decisão tomada pela Justiça e manteve o cancelamento de matrículas dos alunos de Medicina
Alunos que atenderam ao edital de preenchimento de vagas ociosas no curso de Medicina da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, nº184, mas que tiveram as matrículas canceladas pela Universidade, estiveram na manhã desta terça-feira (7) no portal de entrada da instituição protestando contra a medida.
Segundo uma das representantes dos manifestantes, Brena Fernandes, 19 anos, e estudante do terceiro período de enfermagem da UFMA, contou que a maioria das pessoas foi reprovada na segunda etapa, que classificou como “obscura”. A segunda etapa dizia que o aluno teria de ter 75% de aproveitamento do período anterior ao que você estava pleiteando a vaga. Por exemplo, se um aluno queria o segundo período teria de ter feito 75% do primeiro, isso em se levando em consideração as disciplinas afim. Segundo a aluna, o “absurdo” teria sido a quantidade diferenciada de pessoas que passaram em cada campus, sendo que no campus de Pinheiro passaram seis pessoas e em Imperatriz, 49 pessoas.
Os alunos se reuniram e moveram uma ação civil contra a Universidade, ação que foi decidida em favor dos pleiteantes. “Vendo essa disparidade, o juiz de primeira instância, Gustavo Baião, mandou fazer uma nova reclassificação, de acordo com o edital 183,que é o edital que rege todas as transferências internas da UFMA”, declarou Brena Fernandes, que cursava o terceiro período de Enfermagem no campus de São Luís e concorreu nos dois editais disponíveis.
O problema se agravou quando, depois da decisão do juiz, os alunos reprovados na segunda etapa, mas aprovados no edital 183 foram fizeram suas matrículas nos novos cursos. A UFMA, então, recorreu da decisão junto ao Tribunal Regional Federal, que, por sua vez, deu ganho de causa para a instituição. A UFMA desmatriculou todos os alunos reprovados na segunda etapa do edital 184, mas eles já estavam também desmatriculados dos cursos anteriores, causando, assim, o desligamento deles da Universidade como um todo.
Segundo Brena, algumas pessoas já haviam mudado de cidade, e agora se encontravam em situação difícil. Pais e mães de alunos também estiveram na manifestação, que ocorreu de forma pacífica, com o uso de faixas, cartazes e narizes de palhaço. Posteriormente eles se dirigiram à Pró-Reitoria de Ensino.
Segundo a pró-reitora de Ensino da UFMA, Isabel Ibarra Cabrera, o edital 184 foi lançado ao mesmo tempo que o 183, em agosto de 2016, e a criação do novo edital, específico para medicina, que não existia antes na instituição, se deu em face da necessidade de um instrumento diferenciado, já que o preenchimento das vagas no curso de Medicina apresentava muito mais concorrentes que vagas disponíveis. Sobre a polêmica envolvendo a segunda etapa, Ibarra declarou que “as duas etapas foram objetivas, não houve subjetividade em nenhum momento”, e que o curso de Medicina apresenta programas pedagógicos diferentes nos três campi onde é oferecido: São Luís, Pinheiro e Imperatriz.
Sobre os alunos terem perdido suas matrículas no primeiro curso Ibarra disse que els podem apresentar uma solicitação de rematrícula junto ao setor de Protocolo da UFMA, explicando a situação. Segundo ela alguns alunos já fizeram isso. Sobre um novo edital para preencher as vagas que ainda restam, Isabel Ibarra declarou que “possivelmente será feito”, mas que antes tem de “discutir isso, depois que todo esse caso acabar”. No total foram ofertadas 114 vagas, e 54 foram preenchidas.