QUATRO RODAS

Testamos a nova Nissan Frontier 2017

Completamente reformulada em sua 12ª geração, lançamento da montadora japonesa traz visual imponente e alterações na mecânica que privilegiam a robustez e a durabilidade do conjunto.

Reprodução

A Nissan apresentou à imprensa, no último fim de semana, a 12ª geração da picape média Frontier. Com um estilo robusto, porém elegante, o utilitário ganhou um conjunto mecânico completamente novo e um interior sofisticado, se comparado às concorrentes. O preço de R$ 166.700 é outro trunfo para potencializar as vendas da que tem sido, nos últimos anos, a última colocada do competitivo mercado de picapes utilitárias no Brasil.
Ela já está disponível em todas as concessionárias no Brasil na versão mais completa, a LE, que é equipada com o novo e moderno motor diesel 2.3 com duplo turbo, de 190 cavalos, com a melhor relação peso-potência e peso-torque do segmento. A suspensão traseira combina multilink e o eixo de torção, uma exclusividade da Nissan, proporciona um nível de conforto muito bom para uma picape, sem perdas de estabilidade em qualquer superfície e à capacidade de carga, fixada em 1.050 kg.
Para melhor desempenho no fora de estrada, o limitador de diferencial paralisa a roda que está sem tração (patinando) e transfere sua força para a roda que pode tracionar o veículo. O controle de descida evita o travamento das rodas e a consequente perda de controle do veículo.

Nosso teste de direção
Durante dois dias testamos o veículo em circuito misto de estrada de terra, rodovias e áreas urbanas asfaltadas na cidade de Paulínia, interior de São Paulo. Em mais de 200 km percorridos, pudemos conhecer bem o veículo e compreender os vários pontos positivos e algumas deficiências do veículo.
É notável o conforto encontrado aos passageiros dianteiros da picape, algo que contrasta (infelizmente) com o espaço reduzido aos passageiros que vão atrás. Algo característico do segmento, embora as concorrentes também não consigam resolver esta deficiência.
O câmbio automático de 7 velocidades trabalha muito bem em conjunto ao novo motor, lendo bem as mudanças no perfil de condução do motorista. Para retomadas e ultrapassagens mais tranquilas, o uso da troca manual garante mais agilidade e sensação de segurança ao condutor. Ponto para a fabricante.
O conjunto multimídia é bem completo e garante funções interessantes em conjunto com o computador de bordo, câmera de ré, GPS, integração com smartphones e interessante sistema de som. A única ressalva diz respeito à qualidade da resolução da tela, que em alguns ângulos e sob forte sol podem dificultar a visibilidade dos mapas do GPS, por exemplo.
Mas é no off-road a Frontier demonstra todo a sua vocação para o trabalho e a transposição de dificuldades. o Controle Inteligente de Descida (HDC) e o Sistema Inteligente de Partida em Rampa (HSA). Ambos atuam automaticamente nos freios do veículo para controlar o carro sem sustos em descidas íngremes e saídas da imobilidade em aclives.
O HSA impede o carro de andar para trás quando está em um aclive, impedindo-o de bater em outro veículo, pessoa ou objeto atrás, ou, no nosso caso, dando tranquilidade na subida de barreiras de terra muito íngremes. O sistema detecta a situação, mantem a pressão de freio por até três segundos depois que o pé do motorista solta o pedal do freio.
As descidas em pavimentos acidentados podem controladas automaticamente pelo HDC, que atua até a velocidade máxima de 25 km/h, sem que o condutor tenha de tocar no pedal do freio. Quando ligado o sistema, o veículo desce usando os sistemas ABS e EBD para controlar a velocidade de cada roda.
Outra tecnologia que ajuda a aplicar maior força e poder à roda com mais aderência ao pavimento, é o limitador de diferencial (LSD). O sistema aumenta o controle do veículo, a estabilidade e evita que as rodas patinem. Se perceber que uma das rodas está deslizando, o LSD a freia automaticamente e manda a potência extra às rodas com mais tração.
Como veredito, percebemos que a picape oferece um dos melhores custo-benefício da categoria e deve ser considerada como forte opção para carro de trabalho em locais que exigem uso extremo do conjunto. Apesar do atraso na chegada ao Brasil (estreou quase 2 anos antes em outros mercados), briga de frente e com grandes chances de vitória tanto, se considerada com uso prioritário no trabalho pesado, com a Toyota Hilux e Mitsubishi L200 Triton, quanto para aqueles que preferem as picapes para uso urbano, onde encara sem medo a VW Amarok.

Foto: Divulgação

Todos os terrenos
A Nissan afirma ter considerado os gostos e necessidades dos clientes da América Latina no desenvolvimento da nova geração da sua picape, investindo tempo e recursos para assegurar um modelo ainda mais robusto e forte.
Testado em vários países, a montadora classifica o veículo como “global adaptado para enfrentar os diferentes desafios de cada região”. Das selvas a desertos, com diferenças extremas de altitudes e clima, a Nissan considerou a diversidade e a intensidade de uso do utilitário que os seus clientes enfrentam no dia a dia.
Os testes passaram ainda por cinco expedições nos Andes, incluindo alturas extremas na fronteira entre Argentina e Chile, Bolívia, Equador e Peru. Assim, a Nova Nissan Frontier foi concebida, desenvolvida e testada para superar várias expectativas: passear com a família, superar caminhos com pisos irregulares ou enfrentar trabalhos pesados.
A Nova Nissan Frontier conta com os ângulos de saída e entrada (27,2º e 31,6º, respectivamente) e vão livre (292 mm), que permitem ao veículo superar todos os tipos de pavimento sem problemas. Para evitar danos na parte de baixo, há uma placa de ferro que protege o veículo por toda a parte inferior, evitando avarias em peças como cárter, radiador, motor, tanque de combustível etc.

 

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