MULHERES QUE LUTAM

Tatame também é coisa de mulher

Elas deixam de lado a vaidade do dia-a-dia para vestir o quimono e lutar em cima de um tatame

Mulheres que praticam artes marciais - Karlos Geromy

O dia a dia delas é um quebra-cabeças a ser montado. Elas usam maquiagem, pintam as unhas, se preocupam com os cabelos, estudam, trabalham e cuidam da família. Mesmo com a correria diária, algumas delas quebram preconceitos através das artes marciais.

O mundo das lutas ainda é dominado por homens. Mas, nos últimos anos, esta realidade vem mudando. Cada vez mais, é comum ver mulheres praticando tal esporte, considerado por muitos como violento e agressivo.

Hoje, vamos contar histórias de mulheres que vivem como qualquer outra, mas com uma diferença: deixam de lado o salto alto e o batom, para vestirem o quimono e entrarem no tatame em busca de igualdade.

 

Jenny Chaves

Jenny Chaves pratica o Jiu-jitsu há 14 anos, seguindo o exemplo do pai, que percebeu o talento da garota desde muito cedo. Jovem de muitos amigos, preocupada em estar sempre bem arrumada, sempre foi invocada com a luta. Entre todas as atividades da rotina, a hora que mais gosta é quando pode entrar no tatame e lutar.

“Comecei com quatro anos de idade por influencia do meu pai. Foi uma coisa incrível que aconteceu na minha vida poder participar de competições, fazer intercâmbios e lutar fora do estado. Tudo isso é muito bom pra mim. Hoje, sou faixa cinza e me esforço nas aulas o máximo possível. Apesar de amar a luta, tiro tempo para me cuidar também. Sonho poder representar meu país através da luta”, revelou a lutadora.

 

 

Vera Lúcia

Estudante de 17 anos, faixa azul no jiu-jitsu, começou a conhecer o tatame aos quatro anos de idade, quando seu pai, professor da modalidade esportiva sempre a levava aos treinos. A jovem lutadora percebeu, aos poucos, que a lutar era o que ela realmente queria para sua vida. Muito vaidosa, passa varias horas na frente do espelho para estar sempre com a melhor aparência. Deixar o salão de lado ela não deixa, mas o que gosta mesmo é de estar nos rinques.

“Eu quase nasci no tatame. A luta é minha vida. Sou muito vaidosa, gosto de estar sempre bem arrumada. Mas mesmo assim não troco um treino por nada, realmente amo o jiu-jitsu. Fui para o esporte por influência da minha família e, mesmo sendo nova, já descobrir o que quero para minha vida: sonho em poder, um dia, ser uma atleta profissional de renome nacional”.

 

Carla Daniele

Começou a praticar o jiu-jitsu há apenas nove meses e já é leva na bagagem o titulo do Jogos Escolares por equipe 2016. Sonha ser atleta profissional. Sempre foi amante das artes marciais, e encontrou no jiu-jitsu um alívio para alma.

“Eu entrei no jiu-jitsu por influencia de um amigo. Resolvi entrar na equipe da escola depois de muita insistência dele. E sabe de uma coisa? Desde o primeiro dia que treinei ficou claro que era o que eu realmente queria. No inicio foi tudo muito difícil superar as dores, lidar com alguns comentários tipo ‘isso não é coisa de menina’ ou ‘depois você vai estar com o corpo de uma homem’. Não liguei muito e hoje fico muito feliz com todos os benefícios que a luta traz para mim. Faço jijtsu pois ele me acalma. Diferente de que muitos pensam, o esporte não faz a mulher perder a feminilidade. Pelo contrário, eu acredito que faz é contribuir”, ressaltou Vera.

Debora Nere

Pratica o jiujitsu há pouco mais de uma ano e é campeã do Jems 2016. Começou na lutar por indicação de uma amiga. Apesar de não ter tido apoio da família no início, nunca desistiu do esporte.

“Quando decidi lutar, falei com minha família. Foi um pouco complicado no início, pois eu sou garota e queria entrar em um esporte de luta. Mesmo assim, continuei insistindo até meus pais deixarem. Para vencer essa questão do preconceito, a pessoa precisa ter determinação, força de vontade e atitude. Hoje, as mulheres estão crescendo mais na sociedade, e estão ganhando nome no esporte, estamos ganhando força. O jiujtsu traz vários benefícios para o corpo e para alma. Tem uma frase que sempre levo comigo: ‘o jijtsu é arte suave que controla meu lado agressivo’. Já vi vários exemplos incríveis de que o jiujitsu fez na vida de algumas pessoas, então aproveitei e mostrei esse lado para minha mãe. Isso deu uma ajudinha para ela aceitar. Deixar de lado algumas coisas do meu dia a dia e colocar meu quimono é maravilhoso. Por enquanto, apenas pratico o jiujitsu, mas sonho ganhar mundiais um dia”, disse a atleta.

 

VER COMENTÁRIOS
Polícia
Concursos e Emprego
Esportes
Entretenimento e Cultura
Saúde
Negócios
Mais Notícias