Revitalização do Forte Santo Antônio perto da conclusão
Exemplar único da arquitetura militar no Maranhão, o Forte Santo Antônio foi construído no século XVII para defender a cidade de ataques pelo mar
Iniciada em outubro do ano passado, a obra de revitalização do Forte Santo Antônio, na praia da Ponta d’Areia, em São Luís, está em pleno andamento, com ações nas edificações que compõem a estrutura e a área externa. O serviço de revitalização está recuperando e urbanizando toda a área em volta desse importante monumento histórico-arquitetônico. No local será instalado um centro cultural, com um museu de embarcações maranhenses e um memorial, que integrará o complexo de turismo do Espigão Costeiro.
Exemplar único da arquitetura militar no Maranhão, o Forte Santo Antônio foi construído no século XVII para defender a cidade de ataques pelo mar. Ao longo do tempo, teve outros usos, sendo o mais recente, o de sede de um grupamento do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA). Há alguns anos estava desocupado. Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1975, o imóvel é formado por três edificações, um farol e uma muralha, além de canhões, sendo alguns remanescentes do século XVII.
Atualmente, os dois prédios maiores estão recebendo novo piso e revestimento nas paredes, de acordo com as recomendações do tombamento. O telhado está sendo refeito. A estrutura que sustentava o farol, construída em Paris no século XIX, será restaurada, assim como os canhões. O projeto foi aprovado pelo Iphan, que fiscaliza todas as etapas do trabalho. “Estamos reaproveitando o que ainda está em boas condições e vamos fazer uma reconstituição dessa fortaleza do século XVII, que vai mostrar como era a obra original”, explicou Alcindo Costa Filho, engenheiro da Sinfra.
Além dos serviços de engenharia, estão sendo feitas prospecções arqueológicas, por enquanto apenas na área externa e na muralha. O trabalho tem a preocupação de trabalhar com elementos que indiquem como era o traçado original da muralha e do forte e as intervenções realizadas ao longo do tempo. Responsável pela pesquisa, o arqueólogo Ulysses Pernambucano de Mello Neto explica que já é possível estabelecer a altura das muralhas originais e os pontos onde houve supressões e acréscimos na construção. Alguns trechos da muralha foram reerguidos na década de 1980.
Pesquisa arqueológica
Por meio de pesquisa arqueológica que está sendo realizada no local foram encontrados elementos que indicavam a data, local e responsáveis pela encomenda e pela fundição dos canhões do forte, que serão restaurados. Nos dois prédios e no paiol, as prospecções buscarão identificar o traçado original e onde houve interferências. “Esse forte cilíndrico não é comum no Brasil, são edificações típicas de uma época e de uma situação, concebidas para alvos móveis, que eram os navios, e essa forma arredondada permitia o movimento de peças de artilharia com muito mais flexibilidade do que os fortes quadrangulares, em ângulos retos”, explicou o arqueólogo.
O secretário de Estado da Infraestrutura, Clayton Noleto, destaca que esse é um trabalho que exige todo um cuidado de pesquisa histórica e restauração. “Esse é um investimento do Governo do Estado na revitalização do patrimônio histórico e arquitetônico de São Luís, que vai também incentivar a cultura e o turismo”, afirmou Clayton Noleto.