Precisamos falar sobre bullying
Na escola, trabalho e na internet, o bullying está em todos os lugares
Os debates sobre bullying estão sendo discutidos na sociedade algum tempo, mas mesmo assim, é como se nada fosse comentado. Quando uma criança sofre violência física ou psicológica, sobretudo no ambiente escolar, o esperado é que aquele trauma seja superado na medida em que ela cresce, certo? Novas pesquisas indicam, porém, que as cicatrizes podem acompanhá- la para sempre.
É o caso de uma investigação que seguiu mais de 7 mil britânicos desde a época em que frequentavam o colégio e tinham entre 7 e 11 anos até a quinta década de vida. A triste constatação: sujeitos que sofreram bullying possuíam maior probabilidade de encarar depressão, transtornos de ansiedade e pensamentos suicidas quando adultos. Não parava aí. Essas mesmas pessoas tendiam a apresentar nível educacional mais baixo e, entre os homens, salários menores.
Além do impacto no corpo, a mente e o convívio social também costumam sair traumatizados. “A autoestima fi ca abalada e geralmente a pessoa não consegue fazer amizades com tanta facilidade”, observa Lúcia Williams, professora de psicologia. “Nesse contexto, pode se desenvolver certa aversão à escola e há casos de indivíduos que param até de estudar”, atesta.
“A autoestima fica abalada e geralmente a pessoa não consegue fazer amizades com tanta facilidade.”
Lúcia Williams, professora de psicologia
Ofensas no trabalho
Brincadeiras de mau gosto não são raras na vida adulta, principalmente no ambiente profi ssional. E também podem trazer agravos psicológicos – a autoestima e a motivação no emprego tendem a ir para o ralo. Mas, diferentemente da criança, mais imatura e vulnerável por natureza, o adulto costuma ter mais ferramentas próprias para se defender. Se preciso, não se deve hesitar em abrir o jogo com os colegas e o chefe ou procurar ajuda dentro da própria empresa. Vale lembrar que casos mais graves até se enquadram na infração do assédio moral – e há diversos recursos legais para evitar e punir situações do tipo.
Gisele Bündchen
“Nascemos sempre repletos de defeitos, não há quem não os tenha”. Esse comentário foi da modelo Gisele Bündchen durante uma entrevista, na qual ela relata, em sua espontaneidade, o quanto se achava horrorosa e quanto sofreu com bullying e apelidos. Ela achava suas pernas magras, e o corpo, esquálido, até ser descoberta como modelo. Daí a ser considerada a mulher mais bonita do mundo foi um pulo. Imagina quantas tops estão por aí chorosas, mal resolvidas, se escondendo do mundo, que, por sua vez, está querendo desesperadamente revelálas? Quantos jovens brilhantes deixam de ocupar uma vaga por não se acharem capacitados numa empresa de ponta? Antes de mais nada, vivemos num tempo de falsidades, exibicionismos, exposição e de muita, muita imaturidade. Piorando a caótica realidade, as redes sociais na internet são inclementes ao expor pessoas a situações extremas e pesadas, ressaltando o ridículo, manipulando fatos, criando “verdades” e massacrando os defeitos nossos de cada dia. Daí a viralizar a baixa autoestima foi um pulo. O achar-se pior que todo mundo virou lugar-comum. Não há photoshop, botox ou roupa de marca que resolva. Nem pós ou doutorado. Amor próprio não se compra, não se maquia, não se inventa. Amor próprio desenvolve-se com muita humildade, zelo, carinho e coragem.
A revolta da internet
Não vamos tão longe. O que falar da Thaynara OG, a advogada que vem sendo massacrada literalmente na internet por ter chamado, durante uma entrevista no Programa do Sílvio, a Praia de São Marcos e Calhau, de Litorânea, afi nal, quantos maranhenses não falam a mesma coisa? Esquecem de agradecer a musa Thay, que, com a sua ajuda, diversos famosos vieram ao Maranhão para visitar e mostrar em suas redes sociais as belezas naturais, fora que, ela não esconde de forma alguma que é maranhense e tem muito orgulho disso, já outros, que vivem na rede social, têm vergonha.