Rede municipal

Número de óbitos maternos cai 43% em São Luís

Conforme os dados da Semus, as mortes maternas decresceram à medida que as ações voltadas a esse público foram sendo implementadas

Reprodução

São Luís teve uma redução de 43% no número de óbitos maternos registrados nos últimos quatro anos. Os dados foram divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde (Semus). Os números positivos são resultado de um conjunto de iniciativas da Prefeitura de São Luís visando a melhoria e a humanização da atenção à gestante, por meio da oferta de serviços inéditos na história da rede municipal de saúde.

Os números traduzem um avanço significativo na área da atenção à mulher e demonstram que as políticas públicas desenvolvidas nos últimos quatros anos pela Prefeitura de São Luís com essa finalidade contribuíram de fato para a redução do grave problema da mortalidade materna. “Não temos medido esforços para que as mulheres recebam a atenção que merecem. E ter uma gravidez segura é de fundamental importância neste processo. As políticas públicas implantadas pela Prefeitura de São Luís têm contribuído para a redução de índices de mortalidade, o que prova que estamos no caminho certo”, disse o prefeito Edivaldo.

“A maioria das mortes de mulheres no ciclo gravídico-puerpérico pode ser evitada, e a Prefeitura de São Luís está comprovando isso ao implantar um novo modelo de atenção à saúde da mulher, que abrange desde o início da gestação até o pós-parto. O que estamos fazendo é garantir serviços eficientes e melhorar o acesso para que a mulher seja sempre atendida de maneira adequada”, disse a secretária Helena Duailibe.

Conforme os dados da Semus, as mortes maternas decresceram gradativamente, à medida que as ações voltadas a esse público foram sendo implementadas na rede de Saúde municipal. Em 2013, primeiro ano do primeiro mandato do prefeito Edivaldo, foram registrados 14 mortes maternas na capital. Já em 2016, último ano daquela gestão, esse número caiu para oito óbitos, uma queda de aproximadamente 43%.

Benedita Viegas Araújo, 23 anos, está no oitavo mês da sua primeira gravidez. Ela conta que o atendimento que tem recebido no Centro de Saúde Dra. Valdecy Eleutéria Martins tem sido importante para uma gravidez tranquila. “Quando a gente sabe que está grávida vem logo a preocupação com a nossa saúde e com a do bebê. Nos preocupamos se vamos ter um bom atendimento médico e um parto tranquilo. Graças a Deus, estou sendo muito bem atendida, fiz todas as consultas e exames e agora é só esperar a hora do parto”, disse.

Outros dados relevantes do atendimento materno na capital dizem respeito às consultas de pré-natal, que também tiveram uma evolução bastante ascendente. Em 2013, 40,7% de mulheres atendidas na rede municipal concluíram as sete consultas de pré-natal exigidas por protocolo do Ministério da Saúde. Em 2016, o número de mulheres que realizaram todas as consultas foi de 48,8%.

Rede

Para atingir os patamares positivos registrados atualmente, a Prefeitura de São Luís, com apoio da Rede Cegonha, implementou novas ações e cuidados especiais para garantir às mulheres uma gestação mais tranquila. A Rede Cegonha é uma estratégia do Ministério da Saúde que visa implementar uma série de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo, à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério.

Segundo a coordenadora municipal da Atenção Materno-Infantil, Graça Lima, o primeiro passo dado para a melhoria do serviço foi a reorganização da rede municipal de Saúde, que facilitou o acesso das mulheres ao atendimento pré-natal. Ela afirma que as unidades básicas de saúde passaram a ser também a porta de entrada das gestantes para o atendimento pré-natal, desafogando de forma considerável o serviço antes realizado apenas nas unidades especializadas de referência, o que acarretava longas filas e esperas pelo atendimento.

Ainda entre as medidas adotadas com essa finalidade está também o acréscimo de alguns exames importantes no pré-natal, procedimentos que não eram ofertados anteriormente na rede, como o exame de eletroforese de hemoglobina, que detecta todo o tipo de anemia, inclusive as mais graves, como a falciforme, por exemplo. Também passou a ser ofertado na rede o exame de urocultura, para investigação de infecções na gestante.

Segundo a coordenadora municipal da Atenção Materno-Infantil, Graça Lima, as infecções na gravidez são responsáveis por grande parte dos partos prematuros e as hemorragias causadas por anemias culminam em sérias complicações para a gestante, levando, em muitos casos, a óbitos. Outro grande benefício garantido às gestantes é que agora ela realiza todos os exames solicitados diretamente na rede conveniada, sem a necessidade de agendamento prévio e sem passar pela Central de Marcação de Consultas (Cemarc).

É garantido também o retorno ao médico, em tempo hábil de, no máximo, 10 dias. “Isso garante à gestante e ao profissional que lhe atendeu conhecer no tempo mais breve possível algo que porventura esteja lhe acometendo e, assim, tomar as providências rapidamente”, frisou Graça Lima.

Ultrassom

Em São Luís, as gestantes passaram a ter também acesso a exames de ultrassonografia obstétrica, outra medida adotada pela rede municipal de Saúde para melhor acompanhar a evolução da gestação e garantir a saúde de mãe e filho. Na rede também são feitos os testes rápidos de gravidez, sífilis, HIV, hepatites B e C.

Em caso de verificação de alguma ocorrência mais grave durante a gestação ou se for observada a evolução para uma gravidez de risco, a gestante é referenciada imediatamente para as unidades especializadas da capital, como a Maternidade Marly Sarney e o Hospital Universitário Materno-Infantil, por exemplo.

Como forma de complementar as ações em apoio à gestação saudável das mulheres atendidas na rede municipal, a Semus criou ainda o Colegiado de Maternidade, composto por representantes de todas as unidades maternas da cidade. Por meio do colegiado, foi elaborado o “mapeamento de vinculação”, para organizar o direcionamento da gestante à unidade que melhor possa lhe atender na hora do parto. A vinculação aponta no Cartão da Gestante a unidade que deverá receber a parturiente.

Proporcionar a atenção humanizada é o aspecto principal para as melhorias realizadas na área do atendimento materno. E isso tem sido feito de diversas maneiras. Um dos projetos desenvolvidos com essa finalidade é a ‘Visita Antecipada à Maternidade’, que consiste em levar a gestante para conhecer o local onde dará a luz a seu filho. Durante a visita antecipada, a grávida recebe orientações importantes para a hora do parto, conhece a equipe que a atenderá e os espaços físicos da unidade. A Semus garante o transporte das gestantes na visitações antecipadas.

“O parto é um momento de muita ansiedade para a gestante. Nosso objetivo é fazer com que ela crie previamente um vínculo com a equipe que vai atendê-la, conheça o local, tudo com o objetivo de lhe proporcionar mais tranquilidade nesse que é o momento mais sublime de sua vida: o ato de dar à luz seu filho”, disse a coordenadora.

 

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