STF

Alexandre de Moraes deve ser indicado por Temer

Decisão do presidente Michel Temer deve indicar o ministro da Justiça para a vaga deixada por Teori Zavascki ainda hoje

Segundo o ministro, a participação das Forças Armadas na fiscalização das eleições de 2022 se mostrou "incompatível" com as atribuições legais dos militares. (Foto: Reprodução)

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, será indicado pelo presidente Michel Temer para o Supremo Tribunal Federal. A decisão foi tomada na noite de ontem, em uma reunião do presidente com seus ministros mais próximos. Moraes, que está no governo indicado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckimin, também tem uma relação próxima com Temer. O anúncio será feito ainda hoje.

O futuro ministro tem a simpatia irrestrita dos parlamentares que, inclusive, pressionaram o presidente da República pela sua indicação há duas semanas, durante jantar na casa do ainda presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele desbancou na reta final os nomes do presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Filho, e do corregedor-geral da Justiça Federal e ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Campbell.

Moraes teve uma passagem conturbada pelo Ministério e foi alvo de críticas diversas vezes. Desgastou-se com a crise penitenciária, mas sempre esteve entre os cotados para o STF. Curiosamente, em 2000, escreveu uma tese acadêmica afirmando não ser bom que “pessoas que exerçam cargos de confiança no governo federal sejam indicados pelo presidente em exercício para ministros do STF”.

Promotor de justiça de carreira, Alexandre de Moraes tem longo histórico político e forte ligação com o PSDB. Em 2003, assumiu o primeiro cargo público como secretário de Justiça e da Defesa da Cidadania do estado de São Paulo, convidado por Geraldo Alckmin (PSDB). Em 2007, tornou-se secretário de Transporte de São Paulo na gestão do então prefeito do DEM Gilberto Kassab. Três anos depois, deixou a prefeitura e fundou o escritório Alexandre de Moraes Advogados Associados, quando atuou na defesa de Eduardo Cunha (PMDB), ex-presidente da Câmara dos Deputados cassado ano passado, de uma cooperativa ligada à facção Primeiro Comando da Capital (PCC), entre outros casos.

Em 2014, voltou a um posto público como Secretário de Segurança Pública de São Paulo para trabalhar mais uma vez para o governador Geraldo Alckmin. Assim que assumiu a presidência da República, foi indicado pelo PSDB para participar do governo de Michel Temer (PMDB) como Ministério da Justiça.

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