Povos indígenas recebem opção de quimioterapia
Hospital de Imperatriz oferece cirurgia plástica reconstrutora de mama e também tratamento com capacidade para 800 procedimentos por mês
A inclusão de novos procedimentos e serviços para ampliar, ainda mais, o acesso ao tratamento de câncer no Maranhão, favorece o diagnóstico rápido. Na região centro-sul do estado, o Hospital Macrorregional Drª Ruth Noleto oferece cirurgia plástica reconstrutora de mama e, também, a implantação da quimioterapia, com capacidade para cerca de 800 procedimentos por mês.
A unidade será referência no diagnóstico e tratamento de cânceres nos povos indígenas da região e iniciou a implantação do primeiro Núcleo Estadual para Diagnóstico Precoce de Câncer. Nessa iniciativa, os pacientes regulados, que precisam de tratamento oncológico, recebem atendimento integral.
O governador Flávio Dino destacou a importância dos equipamentos da Saúde para população da cidade e região. “Nós temos esse equipamento, o Hospital Macrorregional Drª Ruth Noleto, de grande importância, que atua todos os dias, obviamente. E, a partir dele, temos feitos mutirões de cirurgias. Começamos, agora, na segunda-feira. Estamos realizando 100 cirurgias no Macro nesta semana, que é uma colaboração nossa também para os municípios. Temos, ainda, as obras do Hospital Materno Infantil, que estão em andamento.
A Secretaria de Estado da Saúde vem executando a transformação dos equipamentos, priorizando o cidadão que precisa e tem direito ao atendimento na rede pública. “Vamos transformar o Hospital Macrorregional DrªRuth Noleto no primeiro hospital especializado em saúde indígena, mais especificamente no acompanhamento de casos de câncer. Mais do que isso, a gente começa a fazer o tratamento dos povos indígenas. Nosso objetivo é fazer tanto a saúde preventiva como saúde curativa. Outra medida é que, a partir de fevereiro, iniciamos a quimioterapia no hospital”, anunciou o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula.
A oncologia do Hospital Macrorregional Drª Ruth Noleto está sendo completamente reestruturada. Na área, funcionará, por exemplo, o Serviço de Pronto Atendimento (SPA), em que vai constar toda parte de ambulatório com os especialistas.
“Vai ter ambulatório com cirurgião oncológico, cirurgião plástico, oncologista clínico, cirurgião cabeça e pescoço, todas as diversas áreas. Esse é um espaço onde o paciente será atendido, caso apresente alguma intercorrência durante o tratamento. Vai ser atendido lá, vai receber hidratação e medicação. É também um local onde será feita a administração de quimioterapia. Nós temos uma previsão de realizar 800 quimioterapias por mês para abranger toda região de saúde do Centro-Sul do estado, com pacientes 100% regulados”, explicou o médico Gumercindo Filho, diretor clínico do Hospital Macrorregional Dra. Ruth Noleto.
População Indígena
Em uma mostra preliminar, o Hospital Macrorregional Dra. Ruth Noleto analisou os resultados de exames preventivos, realizados em mulheres das comunidades indígenas da região, identificando casos de HPV e câncer do colo do útero. Para atender a população indígena, a unidade será referência no diagnóstico e tratamento de cânceres dos povos da região. Dos vinte municípios maranhenses que possuem povos indígenas, 11 estão localizados nas regiões de saúde de Imperatriz (4), Barra do Corda (6) e Açailândia (1).
Para Sônia Guajajara, professora, graduada em Letras, a medida representa um avanço do Governo do Estado. “Essa situação de câncer tem aumentado muito entre a população indígena. Temos perdido muitas pessoas acometidas por câncer. Um trabalho preventivo, um trabalho com tratamento, pra nós, é muito importante”, defendeu.
O projeto voltado para os povos indígenas, que tem a frente o secretário da Saúde, Carlos Lula, vai abranger, desde a prevenção do câncer, incluindo a imunização contra o HPV, até a realização de preventivos do colo uterino e papanicolau, mamografia, ultrassom, exame de PCA. “Isso nas próprias comunidades indígenas, com rastreamentos dos resultados. Nos casos alterados, os pacientes serão trazidos pra cá [Macrorregional] para fazer o diagnóstico, em caso positivo, vamos iniciar o tratamento o mais rápido possível”, disse o médico Gumercindo Filho.
A região centro-sul do Maranhão contará com o primeiro Núcleo Estadual para Diagnóstico Precoce de Câncer, onde será possível a análise e investigação de vários tipos da doença. Os pacientes realizarão biópsias de mama, próstata, pele, colo uterino e fígado, com mais agilidade para o tratamento dos casos positivos para câncer.
O superintendente do Grupo Gerir, Davi Corrêa, destaca os avanços na saúde pública do Maranhão. “A gente fica muito satisfeito de perceber como o Maranhão vem fazendo uma saúde pública de qualidade. O estado está provando que é possível fazer com que a saúde pública seja tão boa, ou melhor, que a saúde privada. A estrutura hospitalar que existe em Imperatriz, hoje, no Hospital Macrorregional Drª Ruth Noleto, é difícil que algum hospital, da rede particular, tenha a mesma estrutura. Hoje a população do Maranhão pode ter certeza que tem uma saúde pública de ponta e vai melhorar”, afirmou. O instituto Gerir é responsável pela gestão do Hospital Macrorregional Drª Ruth Noleto, em Imperatriz.