“Mein Kampf” de Hitler entre os livros mais vendidos na Alemanha
A obra do ditador Adolf Hitler atingiu a marca de 85 mil cópias vendidas em 2016
Uma versão comentada do livro Mein Kampf (Minha Luta) do ditador alemão Adolf Hitler tornou-se um best-seller na Alemanha no ano passado. A informação veio da própria editora alemã Der Tagesspiegel. A editora revelou, para o Russian Today, que ninguém esperava que as vendas disparassem e batessem 85 mil cópias vendidas.
Quando a edição crítica de Mein Kampf de Hitler chegou as livrarias alemãs no início de janeiro de 2016, a primeira edição esgotou-se imediatamente. O livro contém cerca de 3.500 notas acadêmicas e comentários, analisando os pontos de vista de Hitler e “aponta fatos contra a propaganda, a ideologia e o ódio [de Hitler]”.
“Nós assumimos que não ficaríamos apenas nas 4.000 cópias da primeira edição. Entretanto, vendemos 85 mil livros. Ninguém podia realmente contar com isso”, disse Andreas Wirsching, diretor do Instituto de História Contemporânea de Munique.
O estado alemão da Baviera possuía os direitos do livro original de Hitler, que, de acordo com as leis do país, expirou 70 anos após a morte do autor. Antes de a data expirar, era ilegal reimprimir o livro, mesmo com comentários, e as autoridades bávaras tentaram de todas as formas manter a proibição.
No entanto, possuir versões publicadas antes da queda do regime nazista não era algo ilegal na Alemanha, e os livros ainda podiam ser encontrados em lojas de antiguidades e sebos.
Curiosamente Mein Kampf, de Adolf Hitler, fez um surpreendente retorno às listas de leitura das escolas italianas em 2016. Incrivelmente alguns alunos apontaram a obra como estando na lista dos seus 10 livros favoritos, de acordo com uma pesquisa do governo.
De acordo com Andreas Wirsching, a versão editada de Mein Kampf – contendo as notas – também será publicada em francês, embora não na íntegra.
No entanto, o instituto não vai supervisionar outros projetos de tradução, disse ele, uma vez que “excedem suas capacidades”. “No início, houveram 70 pedidos de tradução. Nesse ponto, ficamos um pouco nervosos”, revelou Wirsching que garantiu que poucos deram seguimento ao projeto.