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Ferrovias seriam a melhor solução para Porto do Itaqui, aponta especialista

Com transporte ferroviário os custos de logística poderiam cair 38% por tonelada

Reprodução

O Maranhão tem uma atividade portuária crucial para o estado e até mesmo para o Brasil – de fertilizantes a combustíveis e tantos outros insumos chegam e saem pelo Porto do Itaqui que possui uma posição geográfica privilegiada estando no coração do oceano Atlântico e próximo do caribe onde se encontra o canal do Panamá.

Além do governo reconhecer a necessidade de expansão do Porto, com projetos como parcerias que visam expandir sua capacidade de armazenamento e operação, como o acordo com autoridades de Singapura, outros especialistas também enxergam o Porto do Itaqui como uma excelente saída econômica para o estado e até para o continente, como o engenheiro de produção Brayner Rosa da Silva.

O engenheiro aponta a necessidade de mais investimentos no Itaqui e a expansão dos seus berços, para atracarem mais navios, que atualmente são apenas seis.

“O Itaqui tem só seis berços para atracar os navios, o porto de Santos tem mais de 60 berços de atracagem. O Maranhão precisa investir mais no Itaqui para suprir essa deficiência e aproveitar sua profundidade. Você vai na praia, olha em direção de Alcântara, você consegue contar até 20 ou 30  navios, na fila para atracarem, em época de grande demanda de produção da Vale e também na da produção de soja. Então o primeiro ponto é essa modernização do Itaqui”, disse Brayner da Silva.

A segunda questão apontada pelo engenheiro Brayner Silva é a questão de logística. Novamente o pedido de duplicação da BR-135 aprece como uma das soluções, desta vez não para evitar acidentes mas sim para potencializar o escoamento e a recepção de insumos que vão para o porto. Porém a duplicação da BR-135 seria a solução mais simples, pois o principal  investimento seria em ferrovias.

“É preciso fazer a interligação das ferrovias. É possível fazer a interligação do Maranhão com os outros estados, puxando a partir de Açailândia no sentido do Tocantins, Goiás e Matos Grosso e de lá já é possível interligar até o sul. Então na minha visão os pontos cruciais são esses: primeiro modernizar o Itaqui e a longo prazo a ampliação e interligação das ferrovias”, explicou o engenheiro de produção Brayner Silva.

Brayner ainda explica que o Brasil tem um problema nas bitolas – a distância entre os trilhos que na bitola métrica é de 1 metro e na bitola larga 1,60 – das ferrovias, onde não há uma padrão nacional, com cada ferrovia brasileira adotando sua bitola própria, o que dificulta a interligação das ferrovias brasileiras. Nos Estados Unidos, por exemplo, só há uma padrão de bitola que é usado em todas as regiões.

“Temos o eixo MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) que estão produzindo muito soja, mas não temos as conexões ferroviárias e nem mistas – rodoferroviária. Precisamos ter esses terminais para fazer a junção de caminhão e trem”, garante Brayner Silva.

Ferrovias diminuiriam consideravelmente o preço do frete

Por transportar uma quantidade maior de insumos, as malhas férreas barateiam a logística e consequentemente o preço final dos produtos, principalmente em países continentais que possuem grande extensão. O Brasil possui cerca de 30 mil quilômetros de malha ferroviária, ficando bem atrás dos três países líderes como os Estados Unidos com mais de 220 mil quilômetros, a Rússia com 128 mil e a China com 85 mil quilômetros.

O engenheiro Brayner Silva cita seu trabalho acadêmico para mostrar como se dá a redução dos custos com o uso das ferrovias, deixando nítido o porquê das grandes potências investirem tanto neste meio de transporte crucial para o desenvolvimento das grandes nações.

“Por exemplo, o transporte de escoamento da produção de soja no estado do Mato Grosso, que tem que ser feita pelas rodovias quase sempre em péssimo estado de conservação. O frete atual realizado de Lucas do Rio Verde até o Porto de Paranaguá custa, aproximadamente, R$ 237,74 por tonelada transportada. Se esta viagem for feita com destino ao Porto de Santos, utilizando sistema misto ferroviário e rodoviário, o valor cai para R$ 158,28, e se feito somente por via férrea com destino ao Porto do Itaqui, o custo vai para R$ 148,58”, concluiu o engenheiro de produção Brayner Silva.

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