GUERRA NA SÍRIA

Estados Unidos queriam usar Estado Islâmico para derrubar Assad, diz ministro russo

Lavrov acha que a coligação liderada pelos Estados Unidos só começou a atacar de forma séria os terroristas após a entrada da Rússia no conflito

Reprodução

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, declarou nesta terça-feira (17), que os Estados Unidos queriam usar os grupos terroristas Estado Islâmico e Jabhat Al-Nusra para derrubar o presidente sírio, Bashar al Assad, segundo a agência Al Masdar News. Tanto o Estado Islâmico quanto a Al-Nusra são proibidos de atuarem na Rússia.

A declaração de Lavrov foi feita em uma coletiva de imprensa e o ministro afirmou haver inúmeros indícios do aparelhamento dos terroristas por parte dos americanos.

“Há muitos exemplos mostrando que os americanos e seus aliados queriam sorrateiramente usar a Al-Nusra e o Estado Islâmico para enfraquecer e finalmente derrubar o regime Assad. Por isso, eles foram bastante reservados na implementação de seu objetivo declarado de lutar contra o terrorismo”, revelou o ministro das Relações Exteriores russo.

Da mesma forma que a Al-Qaeda surgiu quando os norte-americanos apoiaram a “mujahideen” (termo que designa luta) na década de 1980 no Afeganistão, o Estado Islâmico surgiu após a ocupação do Iraque em 2003, disse Lavrov. Lembrando que os Estados Unidos gastaram mais de 2 trilhões de dólares na guerra do Iraque, de acordo com o Projeto Custos da Guerra do Instituto Watson para Estudos Internacionais da Universidade Brown, feito em 2013.

Lavrov enxerga que a coligação liderada pelos Estados Unidos só começou a atacar de forma séria os terroristas que atuam na Síria após a entrada da Rússia no combate ao Estado Islâmico a pedido do governo sírio.

“[Surgiu] Exatamente da mesma forma [que as outras], a Jabhat al-Nusra, que é um dos ramos da Al Qaeda, sendo a mais viciada, cruel e mais impiedosa força terrorista que atua na crise síria atualmente. Só depois que a força-tarefa aérea russa começou a operar na Síria em setembro do ano passado [na verdade 2015], a pedido do presidente Assad, a coligação liderada pelos Estados Unidos, que haviam atuado por um ano até aquela época, começou seriamente de alguma forma a bombardear as posições do Estado Islâmico e fazer ataques a sua infraestrutura, incluindo campos petrolíferos, que o Estado Islâmico utiliza para o seu próprio financiamento através do contrabando”, finalizou Sergey Lavrov.

, disse o ministro das Relações Exteriores russo.

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