Dossiê que liga Trump a Rússia não é autêntico, segundo ex-diretor da CIA
O falso relatório foi amplamente divulgado pela mídia e insinuava que Donald Trump teve ajuda de hackers russos para vencer eleição
Donald Trump revelou que recebeu uma ligação do ex-diretor da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), James Clapper. Na ligação, Trump disse que Clapper negou que um relatório que ligaria Trump a Rússia tenha sido pela Central de Inteligência dos Estados Unidos.
James Clapper called me yesterday to denounce the false and fictitious report that was illegally circulated. Made up, phony facts.Too bad!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) January 12, 2017
“James Clapper me ligou ontem para denunciar o fictício e falso relatório que circulou ilegalmente. Arranjado, fatos falsos. Que pena!”, escreveu Trump em seu Twitter.
O Diretor Nacional de Inteligência de Obama, James Clapper, confirmou que falou com Trump para oferecer garantias de que toda a comunidade de inteligência não estava por trás dos vazamentos e que o documento não foi criado por qualquer órgão da central de inteligência, se tratando assim de uma falsificação.
“Eu expressei minha profunda consternação pelos vazamentos que têm aparecido na imprensa, e ambos concordamos que eles são extremamente corrosivos e prejudiciais para a nossa segurança nacional”, afirmou Clapper.
O ex-diretor da CIA também detalhou o que foi falado ao telefone com o presidente eleito Donald Trump e enfatizou que o documento não tem qualquer ligação com a comunidade de inteligência que coleta informações para o governo americano.
“Também discutimos o documento da empresa de segurança privada, que foi amplamente divulgado nos últimos meses pelos meios de comunicação, pelos membros do Congresso e pela equipe do Congresso, mesmo antes que a Central de Inteligência tomasse conhecimento disso. Eu enfatizei que este documento não é um produto da Comunidade de Inteligência dos EUA e que eu não acredito que os vazamentos vieram de dentro da Central de Inteligência. A Central de Inteligência não fez qualquer julgamento das informações, se são confiáveis, contidas neste documento, e nós não confiamos nele de qualquer forma”, esclareceu James Clapper.
O falso relatório foi amplamente divulgado pela mídia e insinuava que Donald Trump teria ligações com a Rússia e que as eleições americanas teriam sofrido interferência externa russa para favorecer o agora presidente eleito Donald Trump.
O documento de duas páginas daria conta de hackers russos interferindo na Convenção Nacional do partido Democrata – de Hillary Clinton – para influenciar as eleições de 2016 a favor de Trump. O falso documento foi entregue ao presidente Barack Obama e ao presidente eleito Donald Trump.
O falso dossiê publicado por portais como Buzzfeed e CNN também fazia alegações duvidosas de que Trump havia contratado prostitutas para realizar um ato sexual pervertido em uma cama usada pelo presidente Barack Obama.
Ontem (11), o assessor de imprensa de Trump, Sean Spicer, disse que a publicação do relatório era “francamente ultrajante e altamente irresponsável”
“O fato da BuzzFeed e CNN terem tomado a decisão de persistirem com estas alegações, são uma triste e patética tentativa de obterem cliques”, finalizou Spicer.