ENTREVISTA EXCLUSIVA

“A dinâmica de governo não prevê objetivo eleitoreiro”, diz Márcio Jerry

Secretário de comunicação e assuntos políticos enumera avanços da gestão Dino, afasta rótulo de homem mais forte da administração e diz que governo é uma coisa, eleição é outra. “São duas dinâmicas diferentes”

Reprodução

Você, como secretário de Articulação Política, é tido também como o homem mais forte do governo. A oposição o acusa de fazer uma política seletiva em relação aos municípios que os gestores faziam oposição ao governo. Como é que você explica isso?
A relação com os deputados em 2016 foi tratada e continua sendo pelo secretário da Casa Civil, Marcelo Tavares, que tem uma relação excelente com o parlamento e com todos os parlamentares. Não é uma missão que esteja inserido. Na relação com os municípios não há qualquer tipo de seletividade, ao contrário, temos buscado conversar com todos os prefeitos.
Todos os dias, o governador Flávio Dino recebe no Palácio dos Leões prefeitos para conversar, para discutir agenda de trabalho. Eu também converso muito com os prefeitos. Há orientação do governador para que todos os secretários recebam os prefeitos, conversem, dialoguem, mas sobretudo busquem encaminhar soluções concretas para os pleitos apresentados pelos prefeitos.
Quanto à visão de que sou o homem forte do governo, é ilusória, O governador Flávio Dino não terceiriza suas responsabilidades, ele governa na plenitude das prerrogativas que o povo do Maranhão deu a ele. Eu sou tão secretário quanto todos os demais secretários, não há é uma distinção de tarefas. Eu cuido de uma tarefa importante do governo, porque cuido da comunicação, que é fundamental, e também colaboro com a Casa Civil hoje. Nós temos todos uma relação absolutamente isonômica e o governador Flávio Dino também não distingue nenhum secretário com maior ou menor poder. Na verdade, dá a todos o tratamento que o cargo que ocupam merece, cada um na sua especificidade e todos os secretários e secretárias iguais e no cumprimento desta responsabilidade.

Confira a entrevista em vídeo:

Muito foi dito sobre uma reforma administrativa no governo. Em que pé estão essas ações. São procedentes os rumores?
Não é um tema que pressione o governo hoje. O governador Flávio Dino não está pressionado a fazer as mudanças, no entanto, essas mudanças fazem parte de uma rotina governamental. Não é imprevisível que uma mudança do secretariado possa ocorrer.

Temos visto que o grupo de oposição derrotado pelo governador Flávio Dino está começando a se movimentar em relação a 2018. Como o senhor, enquanto articulador político, fonte privilegiada dentro do governo, observa essa situação?
Acho que a oposição faz uma tentativa de posicionamento, o que é normal, natural. O governador Flávio Dino tem, no meu modo de ver, uma vantagem operacional imensa. Tem um bom governo, tem aprovação popular, está com as contas equilibradas, em dia, o Maranhão organizado, um estoque de realizações muito grande, um portfólio de realizações fantástico para as condições atuais do Brasil e do Maranhão e tem recursos que, com muita capacidade, consegue contratar para tocar grandes obras agora em 2017. Os vários contratos de empréstimo que o governo conseguiu, a atração de investimentos privados para o Maranhão em vários setores, como o de energia, em que há importantes iniciativas no setor de transformação.
Nós vamos, apesar da crise econômica e política nacional, ter um bom ano no Maranhão em 2017. Isso interfere naturalmente no calendário eleitoral, então a oposição busca se movimentar, isso é natural é do jogo democrático eu espero apenas que seja feita de maneira qualificada com respeito principalmente ao cidadão. Uma das grandes coisas que nós precisamos avançar em nosso estado e que temos trabalhado é para elevar o padrão da política, fazer com que a política pode ser valorizada com debate de conteúdo para que a gente possa pôr a mesa para apreciação do eleitorado.

Sobre o programa Mais IDH, já se pode perceber alguma mudança nos 30 municípios mais pobres?
Temos mudanças sim. Essas mudanças no desenvolvimento humano (IDH) não são assim de uma hora para outra, a gente precisa ter políticas permanentes, amadurecê-las para que os resultados possam aparecer de maneira muito clara e assim muitos termos bons resultados. Há dois meses e meio, mais ou menos, divulgamos uma informação importante que foi a evolução na redução da taxa de mortalidade infantil e na mortalidade materna.
A Força Estadual de Saúde é um negócio fantástico, é você fazer com que haja uma equipe permanente nesses municípios para atender ao cidadão na casa dele. Pessoas e povoados remotos que nunca tinham visto em sua vida um médico, enfermeiro, odontólogo, estão vendo hoje a presença do Estado através da Força Estadual de Saúde. Então, as ações do Mais IDH vão ter aumento muito grande agora em 2017.
O PCdoB ser colocado como comunista, isso tem trazido algum problema ou dificuldade ao governador politicamente, no momento em que o país vê a direita avançar fortemente depois do impeachment e também como está acontecendo até fora do Brasil? O Flávio Dino, como integrante do PCdoB, é chamado de comunista, como isso reflete na mente da pessoa?
Esse é um discurso que tentaram fazer já em outros momentos e que não pegou e não pega até agora. É lamentável que algumas pessoas que se acham instruídas possam fazer uso de um discurso tão atrasado de tentar induzir um preconceito nas pessoas. Na verdade, os comunistas e socialistas são identificados por uma causa de luta pela justiça social, da igualdade de oportunidades e fazer com que as pessoas todas, indistintamente, possam ter uma boa qualidade de vida. Se isso qualifica ser comunista, que bom, porque os comunistas são como os cristãos, que buscam o bem comum, a comunhão.

A parceria do Governo com a Prefeitura de São Luís vai ser intensificada, já que a capital é a vitrine do governo em qualquer estado?
Nos temos uma situação nova na ilha, o governador está muito focado na ideia de nós termos uma gestão Metropolitana. Ele já fez uma reunião com os prefeitos Luis Fernando, Prefeita Talita, o prefeito Dutra e Prefeito Edivaldo Júnior, então nós vamos ter cinco atores importantes integrados na Grande Ilha. O governo do Maranhão, coordenando esta ação, e as quatro prefeituras juntas possibilitarão que a gente tenha melhores resultados em curtíssimo prazo na infraestrutura Urbana, na mobilidade, na saúde, na segurança e na educação. Nós vamos ter uma agenda muito intensa para fazer a gestão Metropolitana, para que nós tenhamos melhores e mais rápidos resultados na Grande São Luís.

Sobre o caso do aluguel do imóvel da Funac, como poderia ser explicado isso?
A repercussão do caso Funac na Aurora é muito maior do que o caso em si. O que ocorreu é que um órgão do Governo vinculado a uma secretaria, não foi o governador, não foi o gabinete do governador, o órgão que é ligado uma secretaria foi ao setor imobiliário procurou um imóvel para alugar um prédio que serviria para a ressocialização adolescentes infratores.
Esse é o fato fundante, concreto, e a Imobiliária localizou uns cinco prédios, depois todos foram avaliados e escolhido o que melhor atendia às necessidades do órgão. Depois descobriu-se que o prédio era de um filiado do partido, que tem mais de 5 mil filiados em São Luís, portanto não é, como disse um apresentador de televisão, um partido em que todos os integrantes se conhecem.
O que pode se ter muita clareza é de que não houve favorecimento algum ali, o que houve, sobretudo, é um debate que tem que ser feito sobre a questão de ressocialização de menores infratores. Mas neste caso até agora não há nenhum cometimento de uma ilegalidade.

Há uma guerra no sistema penitenciário nacional. Há preocupação do governo em relação a isso?
O sistema penitenciário é uma preocupação cotidiana no Brasil inteiro, nós temos hoje um problema grave no país. Aqui no Maranhão, graças a Deus, tivemos um avanço muito grande. Todos reconhecem isso na gestão do secretário Murilo, que tem sido muito exitosa pelo controle do estado no sistema penitenciário.

Nós tínhamos antes uma situação inversa, em que o crime organizado comandava o sistema prisional, hoje é uma presença muito firme, forte e disciplinada do Estado e o resultado disso todo mundo vê: nós não tivemos mais rebeliões, não tivemos mais fugas em massa, não tivemos mais fugas recorrentes. Há um controle do Estado sobre o sistema prisional.
Agora, não existe tensão? Todo sistema prisional é marcado sempre por tensões e é preciso que o Brasil atente bem para isso nas esferas da União e do estado, sobretudo que são responsáveis por isso, e nas várias esferas do Poder.
Há um debate necessário sobre o papel do Poder Judiciário nessa temática, sobre o sistema carcerário em si. A estrutura que os estados dispõem para isso e a União, é preciso pensar em aprimorar o combate ao crime organizado, aprimorar o combate à entrada de armas e drogas nas fronteiras do país, enfim, as causas estruturantes que vão acabar repercutindo no sistema prisional.

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