Qualificação

Como se preparar para o mercado de trabalho em 2017

Presidente da Associação Comercial do Maranhão, Felipe Mussalém, acredita que este ano haverá mais oportunidades para os que estiverem qualificados

Felipe Mussalém, presidente da Associação Comercial do Maranhão

O ano de 2016 não foi fácil para os trabalhadores. Dos cargos menores aos mais bem pagos, a apreensão pairava em três palavras: “corte de pessoal”. E muitas pessoas realmente perderam seus empregos tendo que se planejar para tentar, neste novo ano, voltar ao mercado de trabalho.

Em 2017, o mercado de trabalho deve seguir em ritmo frenético, e para quem busca oportunidades de emprego, que no ano que acabou foram difíceis, este é o momento de se qualificar para novos desafios. É preciso entender que o processo de estabilização do mercado ainda deve levar algum tempo e 2017 não deve ser um ano de abundância nas vagas de emprego.

Os processos de recrutamento continuarão rigorosos, e as exigências que definirão uma possível contratação devem ser mais altas. A escolha do candidato também está mais lenta.

Uma pesquisa realizada com vários diretores de RH de grandes empresas, por meio de empresa americana especializada em recrutamento, a Robert Half, revelou que, em 53% delas, a duração do processo seletivo aumentou, principalmente pela dificuldade de encontrar o perfil ideal, diante da quantidade extremamente maior de currículos recebidos para cada vaga e de mais etapas no processo seletivo.

O período não é propício para se perder muito tempo avaliando a carreira ou projetando o futuro, e por isso, O Imparcial trouxe dicas do administrador e atual presidente da Associação Comercial do Maranhão, Felipe Mussalém, para ajudar aqueles que ainda têm dúvidas sobre como podem se qualificar para entrar no mercado de trabalho com chances reais de conseguir um emprego.

Retorno às atividades

Felipe Mussalém enfatiza que voltar ao mercado de trabalho depois de um período afastado é um exercício primeiramente de paciência. “Um profissional que saiu do mercado em 2016 deve estar preparado para, talvez, começar um degrau abaixo do que ele saiu. O mercado está retraído e com poucas vagas disponíveis. Descer um degrau pode ser um ótimo fôlego para subir mais 2 ou 3 no futuro. O desafio da conquista, garanto, será melhor que a acomodação. As vagas estão com exigências mais altas, nem tanto na qualificação técnica e sim na comportamental”, destaca. Ele enfatiza ainda necessidade do preparo em áreas de relacionamento. “As empresas buscam atualmente competências comportamentais mais que técnicas e isso será uma tendência cada vez mais crescentes no mercado. Portanto, vale a pena se qualificar no âmbito comportamental em treinamentos de autoconhecimento e inteligência emocional, por exemplo”.

Pequenos negócios, grandes oportunidades

2017 ainda será um ano de recessão para quem deseja investir em um negócio próprio. Porém, as pequenas franquias e os microempresários podem ainda na crise faturar com um negócio de sucesso sem precisar investir muito. As áreas que devem permanecer aquecidas são alimentação, beleza e cosméticos, educação, manutenção automotiva, serviços de limpeza e lavanderia e conserto de roupas. Para quem tem aptidão em alguma delas, é possível abrir o próprio negócio com um investimento de até R$ 15 mil ou apostar em algumas franquias que cresceram bastante no último ano. A exemplo da franquia iGUi Trata Bem, especializada em manutenção e limpeza de piscinas e vendas de produtos químicos com um investimento inicial a partir de R$ 10.900 e retorno em seis meses. Ou desembolsando R$ 1.600, para ser franqueado da Ahoba Viagens, rede de agência de turismo on-line.

Mudança de emprego

Junto com o desemprego que pegou muitas pessoas veio a incerteza em saber se a área de atuação é realmente a certa, ou ainda o esmorecimento em trabalhar como funcionário fixo de uma empresa. Felipe Mussalém explica que a mudança nem sempre deve ser vista como desistência. “Os estudiosos de carreira dizem que uma pessoa madura terá feito três transições de carreira em sua vida. Acredito que mudar para melhor sempre é bom e 2017 exigirá dos melhores que continuem os melhores e, daqueles que ainda não são, que se tornem, pois na crise só ficam os melhores. Concluo perguntando: por que 2017 não seria bom para mudar de carreira?”, questiona. Ele reforça que inicar a carreira em um estágio também é possível. “Devido à pouca experiência e, consequentemente vícios, o estagiário tem uma facilidade maior de adaptabilidade e modelagem, competências muito apreciadas pelas empresas”.

Mussalém, reconhecido no estado como empreendedor de sucesso, aconselha quem deseja trabalhar por conta própria. “Trabalhos como freelance podem se tornar em empreendimentos, concorda? Uma pessoa que trabalha como free pode criar um grande negócio. Em momentos difíceis, esse tipo de trabalho acaba sendo uma forma boa de sustento ou complementação de renda”. Mas em qualquer ramo é importante estar capacitado. “Bons meios são os cursos on-line. Tem muito material de qualidade na rede. Vale assinar um canal no Youtube, se inscrever em programas de qualificação mais sólidos. O importante é fazer, acreditar. Existem grandes universidades no país que oferecem plataformas de aprendizagem sem custo algum. Com o avanço tecnológico que vivemos, não tem mais desculpa de falta de tempo ou dinheiro para não evoluir”, afirma Felipe Mussalém.

Dúvidas sobre processos seletivos

Os processos seletivos tendem a ficar mais rigorosos, por isso, é importante saber como disputar a vaga em um nível equilibrado, sabendo que cada etapa tem um valor específico para o resultado final. Felipe Mussalém responde as principais dúvidas sobre cada etapa:

1- Como deve ser um currículo bem elaborado? Quais informações são realmente necessárias?

“Quanto mais enxuto melhor, mostrando seus dados pessoais, de qualificação e experiência. Nada de dizer obviedades como: gosto de desafios, bom relacionamento interpessoal… isso não é mais diferencial. É sempre bom mostrar no currículo ações ou projetos que você executou e quais os resultados obtidos, como por exemplo: liderei um grupo de 10 pessoas e reduzimos as despesas da empresa ‘x’ em ‘x%’ num período de ‘x’ anos, ou seja, mostrar dados reais da sua atuação”.

2 – Como se portar em uma entrevista de emprego? E em entrevistas coletivas?

“Se portar com postura firme, ombros arqueados, cabeça erguida e segurança. Uma roupa alinhada, nada de roupa de festa, e falar sempre a verdade, na intenção de mostrar quem você realmente é. Se tiver insegurança em quem você é, certamente o avaliador perceberá. Muito cuidado para essa postura e firmeza não serem arrogantes. Numa entrevista coletiva, falar em bom tom, olhando no olho das pessoas e, em caso de dinâmica de grupo, buscar rápido exercer a liderança”.

3 – Quais as dicas para um candidato que deseja avançar em um processo com sucesso?

“Os processos seletivos estão mais rigorosos e com mais subjetividade. Não dá para o candidato saber o que a empresa busca. Uma pergunta simples, por exemplo: ‘Como você reagiria numa situação ‘x’?’ mostrará ao avaliador um valor muito importante do candidato e esse valor pode ser decisivo para a contratação. A dica é: seja sincero. As empresas primam por isso. Mesmo que tecnicamente você não esteja preparado, o valor, quando casado com o da empresa, sempre falará mais alto na contratação”.

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