Como escolher o curso de inglês mais adequado
Perguntas como quais são os tipos de cursos existentes, o que é mais indicado para cada idade e o que observar para fazer a melhor escolha
Com a aproximação do ano letivo, algumas dúvidas surgem para aqueles que estão em busca de um curso para aperfeiçoar o conhecimento em inglês. Perguntas como quais são os tipos de cursos existentes, o que é mais indicado para cada idade e o que observar para fazer a melhor escolha são algumas das mais frequentes durante a pesquisa de escolas e centros de idiomas.
A seguir, Alberto Costa, senior assessment manager de Cambridge English no Brasil, departamento da Universidade de Cambridge dedicado à certificação internacional de inglês e à formação de professores, lista algumas dicas que podem orientar a procura.
Formato, tempo e idade
Seja nas escolas regulares ou nos centros de idiomas, as opções oferecidas pelo mercado parecem infinitas: cursos com duas aulas na semana, aulas diárias, com foco no inglês como único idioma falado, com horário estendido para atividades que remetem às disciplinas escolares, com aulas uma vez na semana e até os que acontecem no universo online.
De forma geral, programas bilíngues oferecem mais tempo de exposição ao idioma, refletem o conteúdo curricular de outras disciplinas e tem o inglês como meio de comunicação (e não como foco da aula). Já os cursos de inglês tradicionais têm uma proposta clara e objetiva: ensinar o idioma em diferentes níveis. Eles oferecem professores que falam bem a língua, seguem abordagens metodológicas diferenciadas e são ambientados em espaços temáticos que promovem uma atmosfera propícia para a comunicação no novo idioma. E, como ponto adicional, aqueles que são oferecidos diretamente pelas escolas regulares ainda possuem uma opção a mais de conveniência, já que o aluno não precisa se deslocar no meio do dia.
Há também as versões online, com plataformas tecnológicas que possibilitam gravar voz e comparar textos, mas é preciso disciplina redobrada do aluno. “Para determinar o melhor formato é preciso se perguntar quais são as necessidades com a língua, se o curso está alinhado com as habilidades que precisa adquirir e se está dentro da proposta de tempo disponível para aprender essas habilidades no nível desejado”, destaca Costa.
Ele completa que, por exemplo, não adianta se inscrever em um curso com cinco aulas por semana se a pessoa só tem um dia para se dedicar ao estudo da língua. Assim como é bastante arriscado substituir o pouco tempo que há disponível para dar atenção aos filhos depois do trabalho por um curso de inglês. “A pessoa fica emocionalmente desmotivada, o que enfraquece a absorção de conhecimento. Isso se assemelha quando é o caso de um profissional que não tem rotina e linearidade nos horários. Nestes casos, o ideal é buscar por opções mais flexíveis, com aulas in company ou em casa, que podem ser marcadas caso a caso e que sejam orientadas ao resultado que se pretende atingir.”
No caso das crianças, que, em geral, possuem mais tempo livre e mais prazo para aprender, o mais interessante é inseri-las em programas de inglês mais intensos, nos quais passam mais tempo durante a semana e fazem uso disso e do espaço para empregar o inglês em brincadeiras e outras atividades lúdicas. Esse formato tende a focar em aulas e atividades para crianças a partir de dois anos de idade, em que o objetivo é mais na aquisição do idioma e não no aprendizado formal. Eles também podem incluir atividades paralelas às disciplinas escolares, tais como educação física, noções de alimentação saudável, robótica e outras para as crianças a partir de quatro anos. Essa tendência já é encontrada em alguns cursos de inglês, mas também estão presentes em colégios como opção de horário estendido.
Sobre o que se informar
No momento das visitas aos espaços para conhecer a proposta dos cursos é muito importante checar quais são os requisitos mínimos do programa. Isso é, se há ou não material didático, como se dá o sistema de avaliação, com que frequência os resultados das avaliações são disponibilizados aos pais e alunos, quais outros materiais de apoio são utilizados, obrigatórios e opcionais (dicionário, gramática, caderno de exercícios) e se esses materiais são online ou físicos.
Outro ponto essencial é se informar sobre a formação mínima exigida dos professores que ministram as aulas. É recomendável dar preferência para aqueles que possuam certificação internacional de proficiência, assim como cursos de metodologia para ensino de inglês, reconhecido e aceito por instituições de ensino ao redor do mundo.
Também é preciso conferir se as aulas são conduzidas em inglês. “Este ponto é crucial para oferecer ao aluno maior imersão no idioma durante a aula. Essa é a grande oportunidade que a maioria dos alunos tem para ouvir e falar em inglês e não pode ser desperdiçada com o uso do português sem que este tenha um propósito muito específico, por exemplo, traduzir uma palavra abstrata que demandaria longas explicações em inglês”, explica o especialista.
Os recursos de apoio também devem ser sondados. Eles podem ser humano (um monitor para dar aula de apoio) ou material (atividades com livros paradidáticos, plataforma online para atividades e tarefas, sala de aula com recursos tecnológicos como lousa eletrônica, acesso à internet) e servem para motivar e dar segurança aos alunos, em especial aos que possuem maior necessidade de atenção.
E, por fim, uma das perguntas principais é se o curso prepara você ou seu filho para certificações internacionais. Elas são essenciais para validar não só o trabalho prestado pelos docentes do curso como também o esforço do aluno e dos pais.
O que observar
Também é possível captar pontos mais subjetivos por meio de um exercício de observação no momento da visita às instalações. Por exemplo, o ambiente reflete o que o curso promete em termos de estrutura, recursos divulgados e abordagem metodológica? Se promete atividades lúdicas, há espaço para tal? Há áreas vivenciais como mini cozinha, teatrinho, área para contação de história?
Para alunos adolescentes e jovens adultos, é importante observar se há ambientes para realização de atividades além da sala de aula. Alberto Costa ainda propõe um exercício externo. ”Recomendo também observar quão informativo é o site do curso em relação às suas dúvidas iniciais e como o curso divulga suas atividades nas redes sociais. Você se identificaria com as postagens?”
Como avaliar se a escolha foi a mais adequada?
O primeiro ponto é sentir, ou perceber no seu filho, uma sensação de progresso. Por exemplo, você nota que está sabendo mais do que quando entrou? Consegue aplicar o que vê em sala ao dia a dia? Consegue nomear objetos em inglês? Consegue fazer perguntas em inglês para situações corriqueiras?
Sente que faz uso dos recursos disponíveis? Os recursos prometidos estão realmente disponíveis? Sente-se confortável em sala para se expressar, cometer erros e receber feedback do professor? Há cobrança na medida certa do que lhe é passado para fazer em casa?
Há feedback das tarefas realizadas? Esses são alguns dos questionamentos que podem servir de base para uma avaliação concreta sobre a adequação do curso escolhido.