Real vence na prorrogação e leva o Mundial
Os japoneses chegaram a estar na frente o placar na final do Mundial de Clubes em Yokohama
Uma vitória do Kashima Antlers sobre o Real Madrid seria uma das maiores surpresas da história do futebol. Mas não ficou assim tão longe de acontecer. Os japoneses chegaram a estar na frente o placar na final do Mundial de Clubes em Yokohama, neste domingo, forçaram a prorrogação diante de um time muito mais poderoso, mas não resistiram e acabaram sendo derrotados por 4 a 2.
No início do confronto, tudo parecia se encaminhar para mais um jogo de vitória larga dos espanhois. Logo nos minutos iniciais, o time já vencia o duelo. No entanto, um relaxamento permitiu que o Kashima crescesse na partida, e com isso veio o choque: um gol de empate no final do primeiro tempo e o da virada no começo do segundo.
Um pênalti salvou a equipe do técnico Zidane do que seria um homérico vexame, a prorrogação precisou ser jogada, até que os espanhois finalmente atuaram como de costume e anotaram mais dois gols, que selaram seu desfecho do jogo.
Cristiano Ronaldo marcou três vezes, duas delas já no tempo extra, e Benzema anotou o outro tento merengue na partida. Shibasaki foi o autor dos dois impressionantes gols do time anfitrião.
O Real Madrid, com o triunfo, vence o Mundial de Clubes pela segunda vez no novo modelo da Fifa, que existe desde 2005. A outra conquista havia sido em 2014, diante do San Lorenzo. Contando os duelos do modelo anterior, da extinta Copa Intercontinental, este foi o quinto título merengue.
O jogo – O tom da partida não foi além do que era esperado em seu início, e os merengues já demonstraram que dominariam a final logo em sua primeira jogada ofensiva mais contundente. Modric teve espaço para finalizar e exigiu defesa de Sogahata. O goleiro japonês, no entanto, espalmou mal, nos pés de Benzema, que só teve o trabalho de tocar para a meta e colocar os espanhois na frente.
No decorrer da primeira etapa, o time comandado por Zidane demonstrou tranquilidade para controlar o jogo e preferiu não acelerar suas jogadas, esperando o momento certo para matar o jogo. Algumas chegadas na área com Cristiano Ronaldo, Vazquez e Modric foram bloqueadas pela zaga japonesa.
O Kashima não se entregou e tentava escapadas em velocidade pelos lados, mas parecia sem força para concluir a jogada dentro da área, sempre terminada com um chute sem direção ou um cruzamento que não encontrava o atacante.
Já nos instantes finais do primeiro tempo, no entanto, o relaxamento dos madrilenhos acabou deixando a brecha que o Kashima precisava para empatar. Quando finalmente um cruzamento foi executado com sucesso e encontrou Shibasaki, Varane falhou e não tirou o espaço do japonês, que teve tempo para chutar cruzado e esquentar o jogo poucos minutos antes do apito para o intervalo.
O feito japonês já era improvável, mas tomou proporções ainda maiores na etapa final. A displicência do Real Madrid continuou, e em bola afastada para a frente da área, Nagasaki a recebeu em seus pés, partiu para cima da marcação e bateu rasteiro no canto, para conseguir virada incrível.
O segundo gol dos anfitriões acordou o Real, que passou a se impor mais no jogo para evitar o vexame. Inferiores tecnicamente, os japoneses se defendiam bravamente, mas só pararam Lucas Vazquez com falta dentro da área aos 15 minutos. Cristiano Ronaldo foi o encarregado de converter o pênalti e deixar novamente o marcador igual.
Aceso após o tento do português, o time merengue continuou pressionando e buscava virar o jogo, mas o Kashima conseguia segurar o ímpeto rival. Sogahata, apesar do erro no gol de Benzema no primeiro tempo, cresceu na partida e fez intervenções importantes, a melhor delas fazendo milagre em chute frontal do próprio francês.
O Kashima passou a atacar menos, e procurava evitar que o terceiro gol dos europeus saísse, ao menos no tempo regulamentar. Apesar de estar mais ativo no ataque, o Real pareceu não ter a tranquilidade necessária para obter sucesso na conclusão das jogadas, o que levou o duelo para a prorrogação.
Exigir tanto do poderoso Real Madrid já tornava a atuação do Kashima histórica, mas nem por isso os japoneses deixaram de querer mais. Entretanto, a prorrogação foi toda de Cristiano Ronaldo. O português finalmente “acordou” no tempo extra e marcou duas vezes, matou o ânimo japonês e definiu a vitória de sua equipe.
Primeiro, o português se posicionou em buraco na zaga do Kashima, recebeu dentro da área e não desperdiçou, decretando a virada. O gol que foi o balde de água fria final nos japoneses veio cinco minutos após, quando o camisa 7 aproveitou finalização fraca de Kroos, pegou a bola e chutou forte, dando os números finais.