NATAL SOLIDÁRIO

Pessoas aproveitam a data para ajudar aos mais necessitados

Enquanto debaixo do viaduto do Monte Castelo famílias esperavam por algo que os ajudasse a ter um final de ano melhor

Foto: Karlos Geromy/ O Imparcial

Quando o Natal se aproxima, o espírito solidário costuma se revigorar. A data sensibiliza as pessoas criando um cenário que deveria existir durante o ano inteiro. É impossível chegar a uma data como essa sem olhar ao nosso redor e refletir sobre o nosso irmão. Foi assim que ontem vários grupos e comunidades de São Luís tornaram mais felizes os festejos natalinos de várias famílias.

Enquanto debaixo do viaduto do Monte Castelo famílias esperavam por algo que os ajudasse a ter um final de ano melhor, em outros cantos da cidade famílias já estava sendo agraciadas com doações de voluntários.

Debaixo do viaduto desde quinta-feira, a desempregada Maria de Jesus Firmina, que veio do Piauí, e tem 4 filhos esperava alguma coisa. Alimento, roupas, calçados, qualquer coisa. Ela deixou os filhos em casa e disse que só ia sair do local depois que passasse o período natalino. Essa é a rotina dela todos os anos. Já não se lembra quanto tempo faz que passou a data com a família. “É difícil você ter que deixar a família e vir pra debaixo da ponte, mas a gente precisa. A minha família é muito humilde, faço faxina nas casas dos outros e meu marido vende carvão.  O que a gente ganha é muito pouco”, diz ela, acrescentando que outros anos já foram melhores. “Esse ano tá muito fraco. Mas a gente continua esperando. Qualquer ajuda é bem vinda”, pede.

Domingo Jorge, artesão, diz que o que ganha com a venda de seus produtos é muito pouco, por isso está “acampado” debaixo do viaduto. “O que eu receber aqui divido com meus filhos. Não tenho vergonha de ficar aqui, se estou é por que preciso”, afirmou.

 

Voluntários franciscanos

Durante o ano inteiro a comunidade franciscana católica Fraternidade O Caminho se mobiliza para ajudar no Natal dos mais carentes. A ideia, colocada em prática há vários anos, é promover um pouco mais de assistência aos menos favorecidos, através da arrecadação de donativos (alimentos, brinquedos e vestuário).

Carregados do espírito de solidariedade eles estavam debaixo da Ponte  do São Francisco entregando doações às famílias das redondezas. Segundo Ana Maria Luna, trinta famílias foram previamente cadastradas para receberem alimentos, roupas e brinquedos, e ela garantiu que mesmo as que não entraram no cadastro iriam receber alguma coisa.

“Graças a Deus a gente sempre recebe doações mais do que suficientes para ajudar muitas famílias e desta vez não foi diferente. Não sei precisar quanto foi arrecadado, mas foram muitas as doações. E ver essas famílias felizes com o que recebem é muito gratificante para a Fraternidade”, afirmou Ana Maria.

Para Rosilene Ferreira, 44 anos, mãe de 6 filhos e 2 netos, a vida está muito difícil para todo mundo, mas para ela que tem uma filha autista, a situação é mais complicada. “Não vou mentir, preciso mesmo. Gostaria de receber uma cesta básica, os meninos já ganharam presente. É uma vida muito difícil, minha casa caiu, vivo de aluguel social e toda ajuda é bem vinda”, disse.

A pequena Raqueli Ferreira, de 8 anos, não cabia em si de felicidade pelo jogo que ganhou. “Eu gostei sim, era bom se tivesse mais”, respondeu.

Outra moradora, Cristina Moraes, conseguiu pegar várias roupas. Ela disse que não se importa de usar coisas usadas. “Eu acho que se tem gente que precisa e tem gente pra doar, não vejo problema. Agradeço as doações e desejo que venham mais”, pediu a dona de casa

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