R$ 230 milhões sobsuspeita

MP vê indícios de fraude em contratos de 17 prefeituras do Maranhão

Procuradores veem indícios de fraude em repasses que somam R$ 230 milhões

Operação Coopelare

Durante coletiva realizada na sede da Procuradoria Geral de Justiça em São Luís, o Ministério Público do Maranhão, a Polícia Civil e a Controladoria Geral da União apresentaram os resultados da Operação Cooperare, iniciada na manhã desta terça-feira, 13.

A operação Cooperare foi deflagrada na manhã desta terça-feira, 13, para apurar irregularidades em licitações referente a prestação de serviços da Cooperativa Maranhense de Trabalho e Prestação de Serviços – COOPMAR com 17 municípios do Maranhão. Durante as investigações foi apurado que a cooperativa, ao longo de três anos, recebeu repasses de prefeituras na ordem de R$ 230 milhões. Mas a CGU ainda apurará quanto disso foi desviado.

Durante a operação de busca apreensão ocorrida na região Metropolitana de São Luís, foram aprendidos 11 veículos, R$ 27 mil reais, 7 imóveis foram tornados indisponíveis e R$ 38 milhões foram bloqueados. Os bloqueios de bens de pessoas ligadas a cooperativa aconteceram em Paço do Lumiar e São Luís.

De acordo com o superintendente da Polícia Civil, Roberto Fortes, foram apreendidos também diversos documentos e mídias como computadores, celulares e HDs externos que serão encaminhados para o Instituto de Criminalística da Polícia Civil onde a elaboração de laudos periciais irá compor o prosseguimento criminal investigatório do Ministério Público para oferecimento de denúncia.

A Cooperativa Maranhense de Trabalho e Prestação de Serviços (Coopmar) mantém contratos de prestação de serviço com os municípios de Paço do Lumiar, São José de Ribamar, Timon, Caxias, Viana, Grajaú, Coroatá, Peritoró, Rosário, Presidente Dutra, São Mateus, São Domingos do Maranhão, Santa Helena, Santa Rita, Chapadinha, Matinha e Arari. Mas apenas os municípios de Paço do Lumiar, Viana e Grajaú foram auditados por questão de amostragem dentro da capacidade operacional da CGU.

Nesse estágio da investigação ninguém foi preso pelos supostos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa e de acordo com a operação ainda não dá para confirmar a participação de políticos.

Como a cooperativa atuava

Desde 2013 somente a Coopmar movimentou R$ 230 milhões em contratos com prefeituras do interior do estado. O Ministério Público já havia questionado contratos com a cooperativa que geralmente fornecia serviços auxiliares operacionais de manutenção, transporte, vigilância, apoio administrativo de caráter complementar para atender necessidade em diversas secretarias.

“No nosso entendimento essa cooperativa seria uma empresa, mas atuava como cooperativa para facilitar os contratos de licitação”, disse o promotor de justiça Marcos Valentim .

“O que nos chamou a atenção é que a Coopmar era a empresa mais contratada observando todas as empresas que forneciam serviços no estado. Como alguns certames não permitiam que empresas concorressem, era ela que ganhava geralmente”, afirmou a auditora da CGU, Leilane Maria da Silva.

Valores pagos pelo município de Paço do Lumiar não chegavam aos trabalhadores porque pessoas se beneficiavam dos contratos. As contribuições trabalhistas não eram recolhidas desde 2013.

Durante a investigação foram observadas coincidência de processos em outras prefeituras. A auditoria realizada por amostragem foi feita apenas nos municípios de Paço do Lumiar, Viana e Grajaú.

VER COMENTÁRIOS
Polícia
Concursos e Emprego
Esportes
Entretenimento e Cultura
Saúde
Negócios
Mais Notícias