Papa Francisco ordena 17 novos cardeais da igreja

Entre os novos “Príncipes da Igreja” há um brasileiro. Sérgio da Rocha, que é arcebispo de Brasília.

O papa Francisco nomeou hoje 17 novos cardeais, entre eles o arcebispo de Brasília, Sergio da Rocha. O consistório (assembleia de cardeais) para um novo colégio cardinalício foi celebrado neste sábado na basílica de São Pedro.
Na homilia da cerimônia, o pontífice alertou sobre o “vírus da polarização” e disse que, apesar de todos serem diferentes, é preciso não ser “inimigo” dentro da Igreja.
“Nós viemos de terras distantes, temos costumes, cores de pele, línguas e condições sociais diversas. Pensamos de maneiras diferentes e celebramos a fé também com ritos diferentes. E nada disso nos torna inimigos, ao contrário, é uma de nossas maiores riquezas”, disse o papa.
A fala de Francisco é uma crítica velada aos recentes momentos de tensão entre os cardeais. Nesta semana mesmo, foi tornada pública uma carta de questionamentos ao papa por cardeais conservadores, liderados pelo norte-americano Raymond Leo Burke.
Nomeações
O novo colégio está integrado por 228 membros, que podem auxiliar o papa em sua atividade diária. Mas apenas 121 deles têm menos de 80 anos e podem participar no famoso conclave que elege um novo papa e que, potencialmente, podem suceder o argentino Francisco.
O pontífice, de 79 anos, que ordenou cardeais pela terceira vez desde sua eleição em 2013, nomeou pessoalmente mais de um terço dos cardeais eleitores.
Assim como nos dois consistórios anteriores, o papa optou por “descentralizar” as escolhas da Europa e nomeou novos cardeais latino-americanos, asiáticos e africanos em um número maior que seus antecessores.
Com as nomeações de hoje, Francisco já indicou 44 dos 121 cardeais que podem votar. Mas esse número diminuirá para 120 no dia 28 de novembro, quando o cardeal senegalês Sarr completará 80 anos e deixará de estar apto ao voto.
Os 13 novos cardeais votantes são: Mario Zenari (Itália), Dieudonne Nzapalainga (República Centro-Africana), Carlos Osoro Sierra (Espanha), Sergio da Rocha (Brasil), Blase Cupich (EUA), Patrick D’Rozario (Bangladesh), Baltazar Enrique Porras Cardozo (Venezuela), Josef De Kesell (Bélgica), Maurice Piat (Ilhas Maurício), Kevin Farrel (EUA), Carlos Aguiar Retes (México), John Ribat (Papua Nova Guiné), Joseph William Tobin (EUA).
Um condenado à morte
Todos eles são arcebispos ou bispos, com exceção de um simples padre albanês, Ernest Simoni, de 88 anos, perseguido durante a ditadura comunista do tirano Enver Hoxha.
Condenado à morte por ter celebrado uma missão em memória do presidente americano John Kennedy, Simoni cumpriu 18 anos de trabalhos forçados, na prisão e em uma mina. Ao visitar a Albânia em 2014, Francisco ficou impressionado e emocionado com a história de vida deste resistente católico.
Outra opção original é a de um “núncio apostólico” (embaixador do papa) na Síria, país “mártir” e incessantemente presente nas orações de Francisco. O monsenhor Mario Zenari não aceitou abandonar o posto que ocupa há oito anos em Damasco, onde tenta dialogar com as diferentes partes do conflito.
Além disso, o monsenhor Dieudonné Nzapalainga, envolvido em uma plataforma inter-religiosa para a paz em seu devastado país, se tornou o primeiro cardeal da história da República Centro-Africana. Aos 49 anos, ele é o mais jovem dos novos cardeais.
Encontro com papa emérito Bento XVI
Após a cerimônia de nomeação, o papa e os 17 novos cardeais foram à capela do ex-convento Mater Ecclesiae, onde foram abençoados pelo papa emérito Bento XVI.
Nas imagens divulgadas pela Central Televisiva do Vaticano (CTV), é possível ver que para Francisco abraçou Joseph Ratzinger, em gesto repetido por todos os novos cardeais. A benção ocorreu após uma oração na capela e, apesar de aparentar estar mais magro, o papa emérito estava muito sorridente e participando de todos os atos.
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