O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) leva todos os anos cerca de oito milhões de estudantes em todo o país para uma prova que poderá definir o futuro profissional de cada participante. Esse ano não foi diferente, 8.647 milhões de candidatos se inscreveram para participar do exame e se preparam durante todo ano por longas horas de estudo e dedicação no intuito de garantir uma vaga na universidade pelo programa do Governo Federal.

No Maranhão 324.125 candidatos deveriam realizar o exame nos dias cinco e seis de novembro, porém devido às ocupações que estão acontecendo em escolas do estado como o Colégio Universitário ou o Campus da Ufma em Chapadinha 3.676 participantes só poderão realizar as provas nos dias três e quatro de dezembro, o que gerou a insatisfação de estudantes que farão o Enem primeiro. Devido à mudança alguns estudantes se sentem prejudicados com a decisão do ministério da educação.

Bianca Carvalho, 19 já é estudante universitária do curso de direito e resolveu fazer à prova para tentar mais uma graduação, ela quer estudar História na Ufma do Bacanga e fala que está fazendo o exame neste fim de semana por que é o jeito, mas que preferiria que todas as provas fossem adiadas para a mesma data, em dezembro. “Eu acho que nós que já estamos fazendo as provas agora seremos seriamente prejudicados, é injusto por que quem só for fazer em dezembro terá mais tempo para se preparar, além de estar com uma vantagem em relação à redação”, conta Bianca.

Fernanda Lindoso, 18, estudante do curso de Engenharia de Produção e que também realiza o Enem concorda que duas datas distintas atrapalham a qualidade do exame. “Todo ano sempre acontece alguma coisa, é prova que vaza, é gabarito vendido. Esse ano com uma prova tão distante da outra com certeza vão ocorrer coisas assim, e que somos prejudicados somos nós”, relatou. 

Apesar de descontentes com a situação, Bianca e Fernanda dizem ter se preparado para realizar a prova levando frutas e barra de cereais e assim poderem aguentar a jornada de quatro horas de provas sem sentir desconfortos.

Apesar de número pequeno de pessoas que chegou atrasado ao campus Bacanga da Ufma, algumas pessoas perderam a prova no primeiro dia. Diana França de 17 anos iria realizar pela primeira vez o Enem, porém terá que esperar a próxima edição para concorrer há uma vaga na universidade. Ela explica que o atraso não aconteceu por ter saído tarde, mas pela falta de atenção À documentação “Eu esqueci a minha carteira de identificação, e tive que procurar o meu pai, voltar no carro para pegar e quando retornei já encontrei o portão fechado”. Ela afirma que mesmo assim realizará a prova no segundo dia, e diz que se sente preparada, apesar do acontecido na primeira etapa do exame. “Eu ainda estou no segundo ano do ensino médio, então o Enem era mais para testar as minhas habilidades, estou triste pelo que aconteceu, mas não vou desistir”, conta.

Já no Renascença, uma jovem que não foi identificada desmaiou ao chegar no local de provas e encontrar os portões fechados. Segundo informações de pessoas que estavam no local a jovem ficou desesperada ao não conseguir entrar, vomitou e desmaiou. Daniel Ferreira contou à reportagem que a jovem estava acompanhada de um amigo, e teria 17 anos e está gestante, o que pode ter causado uma queda de pressão, causando o desmaio. Ao passar no local o carro da reportagem de O Imparcial prestou socorro à vítima, levando a uma unidade de pronto atendimento, pois, segundo populares, ela já aguardava há quase meia hora pelo atendimento da Samu, que não havia chegado

A edição do Enem 2016 parece ter quebrado com uma tradição recorrente entre participantes desatentos, chegar atrasado às provas. No primeiro dia, em que são realizadas as provas de ciências humanas e ciências da natureza, muitos participantes se anteciparam em até uma hora, chegando ao local às 10h da manhã.

Arinelson Ferreira explica que decidiu sair mais cedo de casa, pois sabe que o itinerário até a Universidade Federal do Maranhão, onde iria realizar a prova é de trânsito intenso e todos os anos várias pessoas perdem as provas por atraso, “Eu não queria fazer parte dos atrasados, então resolvi vir bem cedo”. Ele pretende cursar odontologia e diz que se preparou muito para o Enem. O irmão dele, Anaelson, que também está fazendo o Enem e pretende a aprovação no curso Direito, conta que além de chegar cedo, procurou se preparar bem para não fazer feio e responder as questões com segurança “eu estudei bastante, principalmente pela internet, através do portal Hora do Enem. Achei o conteúdo muito bom e realmente deu pra se preparar através dele”, revela Anaelson.

O projeto Hora do Enem é um portal disponibilizado pelo Ministério da Educação (MEC) onde os estudantes que se preparavam para o Enem puderam acessar notícias, receber orientações de como se preparar para a prova, ver questões que já caíram nos anos anteriores comentadas por professores entre outras coisas