INTERNACIONAL

Norte-coreanos ficam feridos em conflito durante pesca irregular no mar do Japão

Os 48 norte-coreanos detidos estavam pescando ilegalmente na zona econômica exclusiva da Rússia

Pescadores da Coreia do Norte detidos no mar do Japão na sexta-feira passada, dia 14, estão em hospitais da região de Primorie, no extremo oriente russo.
A informação foi divulgada hoje, dia 17, por um representante do Comitê de Investigação russo. Os 48 norte-coreanos detidos estavam pescando ilegalmente na zona econômica exclusiva da Rússia.
“A investigação está realizando verificações processuais em concordância com o Artigo 318 do Código Penal sobre o uso de violência contra as autoridades. Ainda não foi aberto qualquer processo criminal. Os coreanos estão em instituições médicas na cidade de Nakhodka”, declarou uma fonte.
A mesma fonte acrescentou que nada ameaça a saúde dos detidos, mas que é necessária assistência médica por uma questão de prevenção. Segundo declarou, “nenhuma vida está em perigo”.
Após a detenção, os pescadores tentaram atacar os oficiais da patrulha, depois de resistirem ao apelo das autoridades russas de parar o barco, criando, assim, um conflito. Após vários tiros de aviso, os oficiais do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) abriram fogo de armas ligeiras, ferindo nove pescadores. Mais tarde, um deles morreu.
Causas da rejeição

O ódio da população pelas Farc e a falta de clareza na divulgação dos pontos do acordo de paz foram as principais causas da vitória do Não, na avaliação da analista política brasileira Beatriz Miranda. “Há um ódio visceral contra as Farc. De geração em geração você sempre vai falar com pessoas que são vítimas dessa guerra”, lembra a mineira, que é professora da Universidade Externado de Colômbia e mora no país há 18 anos.

Para ela, faltou um diálogo mais direto com a população sobre os termos do acordo. “Eu acho que todos os colombianos querem a paz. Mas a mensagem simples, direta, objetiva, para a maioria da população sobre o que significaria esse acordo de paz ficou um pouco distante do imaginário das pessoas, e elas acreditaram que o acordo negociado entre o presidente Juan Manuel Santos e as Farc cedeu demasiado”, explica a professora.

Outra questão que influenciou na vitória do Não, segundo Miranda, foi a cerimônia de assinatura do acordo de paz, realizada em Cartagena das Índias no final de setembro, antes mesmo da realização do plebiscito. Segundo ela, algumas pessoas interpretaram o gesto como uma vitória antecipada do Sim. “Muitas pessoas se irritaram muito com a cerimônia feita anterior ao plebiscito. As pessoas acharam que isso foi um ufanismo do presidente Santos, considerando a vitória um fato, independentemente de a população ter votado ou não”, disse.

Para o mestre em Resolução de Conflitos e Paz Internacional, Thiago Dal-Toa, a campanha do Não venceu por causa da estratégia de desinformação adotada na campanha. “Eles escolheram não discutir o acordo e fazer uma campanha com uma mistura de medo e raiva na população inventando possíveis consequências do acordo”, disse. Segundo Dal-Toe, a estratégia com as classes baixa foi de dizer que eles perderiam os benefícios sociais e com a classe média foi explorar uma possível impunidade gerada pelo acordo.

A presidente da Aquarela Bogotá, Simone Pitta, cita outro motivo para a vitória do Não: o medo dos colombianos da ascensão de uma esquerda formal no país. “Um dos pontos do acordo era a participação política das Farc e eles fariam a transição de um movimento armado para um grupo político. E a esquerda aqui tem uma incidência muito alta de violência política”, diz, lembrando que a direita tem muita força no país.

O professor Nuno Alves Ferreira considera que a campanha do Não foi extremamente violenta e desinformadora. “Pelas ruas você ouvia gente falando dos maiores absurdos: desde implantação do socialismo, de que o Timochenko [o líder das Farc, Rodrigo Londoño] seria eleito presidente, que as Farc iria liderar o Congresso Nacional, que Deus não aprovava o acordo, que iria se implantar a ideologia de gênero. Ou seja, a vasta desinformação sobre os termos do acordo contribuíram de fato pra derrota do Sim”, afirma.

Outro fator que contribuiu para o resultado do plebiscito foi a falta de interesse dos cidadão, na avaliação de Ferreira. “Eu sempre perguntava para as pessoas na rua se elas iam votar, e grande parte simplesmente dava de ombros ou dizia que concordava [com o acordo] mas que não ia votar, então tanto faz. Os meus conhecidos mais politizados já tinham argumentos seja sim ou seja não, mas também não posso dizer com certeza se todos foram às urnas”, diz, lembrando outros motivos como o furacão na costa caribenha e a chuva em Bogotá no dia do pleito, além da falta de interesse.

Para o mineiro Fábio Maciel, que vive na Colômbia há um ano, entre os fatores que levaram à vitória do Não estão a falta de interesse da população pela política, o desconhecimento, de grande parte da população, do real teor do acordo de paz e a grande abstenção registrada no dia do plebiscito. Ele considera o resultado da votação uma vitória do ressentimento. “Atrasamos a comemoração de ver um país livre de uma de suas guerras”, diz o engenheiro de petróleo.

Segundo dados da Migração Colômbia, atualmente cerca de 3 mil brasileiros moram no país, mas a Embaixada do Brasil em Bogotá estima que esse número seja bem maior. Nos últimos três anos ingressaram anualmente na Colômbia quase 135 mil brasileiros.

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