Frequentes em mulheres, endometriose e mioma são problemas de saúde que afetam o sistema reprodutor feminino. São facilmente diagnosticados, porém, requerem tratamentos específicos para a resolução.

A endometriose continua sendo uma patologia com incidência, diagnóstico e tratamento difíceis. Estima-se que, no Maranhão, em torno de 500.000 mulheres sofram com a doença. A patologia afeta o tecido que protege a parede do útero e ainda cresce para outras partes do corpo, causando dor e sangramento. As causas não são totalmente conhecidas e é mais comum entre as mulheres.

Quem sofre da endometriose, geralmente, sente dores durante relações sexuais, e no período menstrual algumas alterações são comuns, como do¬res e também problemas de diarreia.

De acordo com o ginecologista Dr. João Nogueira Neto, o tratamento clínico é paliativo e por vezes o médico evita o tratamento cirúrgico. “Atualmente, a abordagem cirúrgica tem sido considerada como melhor opção para tratamento definitivo, com cirurgias bastante invasivas e agressivas. Porém, mesmo em centros mais avançados como na Europa e Estados Unidos das Améri¬cas, são relatadas recidivas da doença em torno de 30% dos casos, levando à frustração tanto das pacientes, como das equipes médicas’’.

O mioma é outro problema que atinge principalmente as mulheres. Eles podem ser assintomáticos ou levar a episódios de hemorragia, dores e até infertilidade. O tumor benigno é composto basicamente de músculo uterino que cresce dentro ou fora do útero e pode alterar o formato do órgão à medida que se desenvolve. Costuma permanecer estável durante anos a fio para, em seguida, crescer em poucos meses.

Os miomas, ao contrário da endometriose, são facilmente diagnosticados. “Pode ser diagnosticado com uma ultrassonografia, e os casos que necessitam de tratamento podem ser realizados por laparoscopia, laparotomia, histeros¬copia e embolização”, afirma o Dr. João Nogueira Neto.

Não existe um medicamento que o faça desaparecer. Algumas drogas conseguem impedir o seu crescimento ou até reduzir o seu tamanho temporariamente, mas, como elas causam efeitos colaterais fortes e não podem ser usadas por mais do que três a quatro meses, o mioma volta a crescer com a interrupção do tratamento.

O tratamento cirúrgico do mioma uterino é considerado de acordo com as características de cada caso e a idade da paciente. A decisão leva em conta, além do desejo de uma futura gestação, o tamanho, a localização e o número de miomas.

O Professor Dr. João Nogueira Neto é um ginecologista maranhense especializado em Endoscopia Ginecológica, pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, especialidade esta que envolve cirurgias laparoscópicas ginecológicas e histeroscopias. Possui título brasileiro de laparoscopia ginecológica e histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Mestrado pelo Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Maranhão, e Doutorado em Ginecologia pela Escola Paulista de Medicina, atua também como professor adjunto da Universidade Federal do Maranhão.

Foi ginecologista pioneiro em laparoscopia ginecológica no Maranhão, sendo o primeiro ginecologista maranhense a realizar cirurgias como histerectomia, sacrocolpofixação e endometriose profunda pelo método de videolaparoscopia.

Em 2010, montou o primeiro serviço de laparoscopia ginecológica no Hospital Universitário Materno Infantil, possibilitando a formação e especialização de novos laparoscopistas em nosso meio, além de estimular e apoiar todos os especialistas na área de endoscopia ginecológica.

Possui linha de pesquisa em endometriose experimental com artigos científicos publicados em nível nacional e internacional, contribuindo para a busca de novos tratamentos da endometriose .

Em 2015, desenvolveu o primeiro modelo experimental de mioma uterino no Brasil, trabalho científico que foi mestrado do Dr. Willane Bandeira e publicado em revista internacional contribuindo para a busca de novos tratamentos de mioma.