Para quem aguardava o duelo de um homem só, com um grande destaque para apenas um dos candidatos, o debate pode ser considerado decepcionante. Bem preparados por suas equipes, ambos tiveram momentos de glória e vacilos. Já para os eleitores em geral, que ansiavam por um debate em que finalmente fossem discutidas propostas para a gestão da cidade, foi um excelente momento de avaliar a maneira como cada um acredita que seja a forma mais adequada de gerir o governo municipal.

Os dois candidatos se equipararam na retórica de ataques e esquivas. Edivaldo vacilava em alguns momentos, sobretudo quando apertado sobre as promessas de campanha não realizadas. Braide, por sua vez, escorregava dos temas relacionados à sua gestão na Caema e de suas relações familiares e profissionais com investigados na suposta “máfia de Anajatuba”.

Protagonistas das últimas duas semanas de campanha, ainda que não oficialmente participantes, Sarney e Flávio Dino ficaram fora dos temas e argumentações construídas pelos candidatos. O apoio e a parceria de Flávio Dino, anunciados e replicados em exaustão pela campanha pedetista, foram deixados de lado com o discurso seguro, decidido e forte apresentado por Edivaldo. A alegada independência, tema igualmente desgastado na campanha de Eduardo Braide, também ficou de fora. Em comum, ninguém quis trazer o apoio ou histórico de apoio Sarneysta. De fato, desistiram de atribuir a “herança maldita” um ao outro.

O equilíbrio favorece Edivaldo, que, à frente em todas as pesquisas realizadas nesta semana, aguarda agora sem maiores intercorrências confirmar sua recondução ao cargo de prefeito amanhã. A Braide, só uma nova surpresa que modifique os rumos de sua empreitada, tal qual o meteórico crescimento que garantiu sua presença nesta reta final do pleito.

Que falem as urnas!

“Edivaldo Holanda ganhou, com certeza. Foi o melhor candidato. Pudemos perceber que as perguntas feitas para Eduardo Braide não foram respondidas. Ele ficava acusando e acusando. Edivaldo transmitiu a verdade ali. E foi como ele falou, ele pegou a prefeitura um caos, e teve de arrumar tudo. Isso não se faz do dia pra noite”. Maria da Conceição Viana, 30 anos, coordenadora de RH

 

 

“Eduardo Braide ganhou, porque ele se expressou melhor. Suas palavras foram mais firmes que do outro. Eu senti que eles estavam preparados, mas Edivaldo não soube responder o que o Braide perguntou”. Walter Silva, 58 anos, pedreiro

 

 

“Na minha opinião, quem foi mais acintoso foi Eduardo Braide, foi mais contundente. Notei mais firmeza nas declarações dele. Achei o Edivaldo muito evasivo. Para mim, foi o Braide”. Antônio Maurício Lima, 39 anos, professor

“Quem venceu com as palavras foi o Eduardo Braide. O outro não respondeu as perguntas com coerência e deixou muito a desejar. Ele falhou também porque já veio trabalhar nos últimos meses de campanha, e isso é um agravante”. Aurineia dos Santos Lima, 30 anos, técnica de enfermagem

“Eu acho que foi empate. Nenhum foi superior ao outro. Eles ficaram se confrontando, e isso foi bom. Mas eles ocultaram algumas respostas. Mas acho que deu empate”. Gleicy Kelly, 23 anos, representante de vendas

“Edivaldo Holanda. Acho que foi ele. Sempre estive do lado dele. Ele já está sendo prefeito, então, se trocar, o outro vai passar mais quatro anos se habituando a tudo. No debate Edivaldo ganhou”. Júlio Felipe, 27 anos, técnico de Tecnologia da Informação