Síria – Os confrontos entre as forças do regime de Damasco e os rebeldes retornaram à cidade síria de Aleppo, após o fim de uma trégua “humanitária” de três dias decretada pela Rússia que não permitiu a retirada de quase nenhum ferido dos bairros cercados.
Na madrugada de sábado para domingo (23), vários foguetes foram lançados contra os bairros da zona oeste de Aleppo, controlados pelo governo, ao mesmo tempo que tiros e bombardeios aéreos atingiram as áreas rebeldes da zona leste da cidade, indicou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Ao menos três pessoas ficaram feridas, de acordo com a ONG.
“O regime e os rebeldes reforçaram os efetivos militares, o que provoca o nosso temor, no caso de fracasso do cessar-fogo, de uma grande operação militar”, advertiu Abdel Rahman, diretor do OSDH neste sábado (22/10).
Aleppo, que já foi a capital econômica da Síria, virou o símbolo da guerra que devasta o país desde março de 2011 e que já provocou mais de 300 mil mortes. A cidade está dividida desde 2012 entre os bairros da zona oeste sob controle do governo e os bairros da zona leste dominados pelos rebeldes, completamente cercados pelas tropas sírias desde julho.
A situação priva estas zonas de ajuda humanitária e a ameaça de uma crise alimentar é muito grande, afirma a ONU. Depois de intensificar os bombardeios contra a parte rebelde de Aleppo e seus quase de 250.000 habitantes a partir de 22 de setembro, a Rússia, acusada de cometer “crimes de guerra” na cidade, decretou uma pausa “humanitária” de três dias que terminou às 19H00 locais (14H00 de Brasília) de sábado.
A trégua não permitiu que a ONU retirasse 200 feridos, bloqueados na zona leste da cidade. Os oito corredores abertos para permitir a passagem de civis e milicianos a partir da área rebelde permaneceram desertos. Apenas oito combatentes feridos e sete civis deixaram a zona rebelde no período da trégua.