Oncologia

Câncer de mama: Mitos e verdades

No Brasil, o Ministério da Saúde estima 52.680 casos novos em um ano, com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres.

O câncer de mama é um tumor maligno que se desenvolve na mama como consequência de alterações genéticas em algum conjunto de células da mama, que passam a se dividir descontroladamente. Esse é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres em todo o mundo, sendo 1,38 milhão de novos casos e 458 mil mortes pela doença por ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). A proporção em homens e mulheres é de 1:100 – ou seja, para cada 100 mulheres com câncer de mama, um homem terá a doença.
Graça Reis - Médica oncologista
No Brasil, o Ministério da Saúde estima 52.680 casos novos em um ano, com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Mastologia, cerca de uma a cada 12 mulheres terá um tumor nas mamas até os 90 anos de idade.
De acordo com dados dos médicos oncologistas Dr. Gilson de Moraes e Drª. Graça Reis, do Centro de Oncologia do Maranhão, são 25% de novos casos a cada ano com 15 mil mortes. O câncer de mama ocupa o segundo lugar, ficando atrás do câncer de pele. No Maranhão surgem 570 casos por ano. Confira as principais dúvidas sobre a doença.
Mesmo com as campanhas intensas que têm sido feitas?
Isso é bom pra gente diagnosticar mais pacientes com câncer, mas ainda é muito comum a gente receber no ambulatório muitas mulheres do interior que chegam com lesões enormes, e aí a gente pergunta por quenão procurou um médico antes e elas respondem: “Ah, porque eu não sabia”. Ou seja, ninguém orientou. Ainda é uma questão educacional, higiênica, muitas não têm a noção de que precisam ir ao médico.
Há uma prevenção para o câncer de mama?
Não. Isso é uma forma errônea que está sendo disseminada. Câncer de mama não se previne. Câncer de mama, a gente diagnostica precocemente, por exemplo, fazendo a mamografia a partir dos 40 anos para que a gente consiga diagnosticar a doença na fase inicial. Isso vai aumentar a taxa de cura e também vai permitir que o tratamento seja menos agressivo. As formas de prevenção que se tem são para todas as doenças em geral. Por exemplo, adotar hábitos saudáveis, ter uma alimentação saudável, praticar atividade física, abolir o tabagismo e reduzir a bebida alcoólica são medidas que vão prevenir de todos os tipos de câncer e de outras doenças também.
As campanhas contra o câncer têm dado resultado?
O número de casos aumenta progressivamente porque estamos diagnosticando mais. Ao mesmo tempo em que isso reflete um diagnóstico melhor, há uma piora na qualidade de vida das pessoas. As mulheres estão fumando mais, estão deixando de se cuidar, não estão fazendo atividade física, estão se alimentando de forma errada e isso vai fazer aumentar o número de casos. Algum tempo atrás se dizia que o câncer era a doença do futuro, não é bem assim não. Acho que é doença do presente mesmo, porque está explodindo o número de casos.
Há um percentual de cura no diagnóstico precoce?
Se o paciente ou a paciente chega com uma lesão pequena, que ainda não tem disseminação para linfonodos, que são as glândulas que as mulheres chamam de íngua, se elas não estão comprometidas, essas taxas de cura são superiores a 80 por cento. E com a vantagem de se fazer cirurgia conservadora, uma cirurgia menos agressiva. Porque é importante lembrar o impacto negativo que tem a retirada da mama para uma mulher. Então, fazendo esse diagnóstico precoce a gente consegue evitar isso e aumentar a chance de cura.
E quanto ao câncer no homem? Ainda há um preconceito?
Homem também tem câncer de mama. É mais raro, mas tem. Eu, pelo menos agora, tenho três casos de homem em tratamento. Se o homem notar que tem alguma irregularidade na mama, algum caroço, algum ferimento, alguma secreção pelo mamilo, sentindo dor, se tiver algum desses sintomas, também deve procurar o mastologista. O mastologista não é especialidade exclusiva de mulher, porque o homem também tem mama, tem tecido granular e também pode desenvolver a doença, assim como as mulheres.
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