O Movimento Brasil Sem Parasitose (MBSP) é uma ação social e educacional de iniciativa da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), alinhada às diretrizes da OMS de controle de parasitoses intestinais – cujo objetivo é reduzir a ocorrência das doenças parasitológicas, evitando consequências severas e o óbito.
A ação itinerante, por meio de uma unidade móvel, começou em março, no Rio de Janeiro, e já passou por São Paulo, Salvador, Aracaju, Maceió, Recife e Natal. São Luis é a 9ª cidade a receber a campanha, que irá até outubro deste ano, percorrendo 11 cidades brasileiras no total. O intuito é levar à população atendimento médico e informação sobre a importância de hábitos de higiene pessoal e doméstica que evitam a transmissão de parasitas, bem como o correto tratamento antiparasitário para o controle de doenças, que deve ser prescrito por médicos.
Segundo a OMS, as parasitoses são as doenças mais comuns do mundo, atingem cerca de 50% da população mundial e são responsáveis por relevantes consequências negativas na saúde dos indivíduos adultos e crianças. No Brasil, até 36% da população total sofre com alguma parasitose e, considerando somente as crianças, a prevalência sobe para 55,3%.
Embora mais prevalentes nas regiões carentes de saneamento básico, as parasitoses atingem todas as camadas socioeconômicas da população, nas diversas faixas etárias. Mesmo as pessoas cuidadosas com a higiene pessoal e familiar e que vivem em regiões de saneamento adequadas estão expostas às parasitoses intestinais. Isso se deve ao fato de diariamente estarmos em contato com outras pessoas que podem estar infectadas, seja na rua, em casa, no trabalho, na praia, em qualquer lugar.
Além das condições precárias de higiene, as dificuldades econômicas e o desconhecimento sobre medidas preventivas são fatores que também contribuem para que as populações menos favorecidas se tornem o alvo da proliferação das parasitoses intestinais.
As parasitoses prejudicam a saúde e podem ter consequências graves para adultos e crianças, por isso, precisam ser prevenidas e tratadas adequadamente. Em função da alta prevalência de poliparasitose, ou seja, a infestação por mais de um parasita, a OMS recomenda tratamentos de amplo espectro de ação.
A prevenção, o tratamento e controle de verminoses podem ser feitas a partir da adoção de medidas simples no cotidiano familiar e domiciliar, como o hábito de lavar as mãos frequentemente, higienizar adequadamente os alimentos antes do consumo e evitar andar descalço.
Além das parasitoses, o movimento também apresentará à população quais são as patologias tratadas pelo médico gastroenterologista e que acometem o sistema digestório (boca, estômago, esôfago e intestinos), tais como refluxo esofágico, gastrite, úlceras, prisão de ventre, diarreias, infecções intestinais entre outras.
O Movimento
Uma Unidade Móvel de Saúde percorrerá 11 cidades brasileiras, oferecendo atendimento médico gratuito à população, com o objetivo principal de informar e orientar a população de todas as idades sobre as formas de prevenção das parasitoses intestinais. Serão três consultórios, onde inicialmente a população passará por um pré-atendimento com enfermeiros, seguindo para o atendimento com médicos gastroenterologistas e gastroenterologistas pediátricos.
A unidade conta também com uma sala de triagem, uma sala de espera e uma sala educativa, onde haverá orientação sobre hábitos de higiene pessoal e doméstica desenvolvidas por uma equipe de agentes de saúde. Com 52 m2 terá a capacidade para cerca de 150 atendimentos por dia e, no decorrer do projeto, estima-se que 9 mil pessoas sejam atendidas e outras 10 milhões impactadas com informações e orientações sobre a importância do controle de parasitoses nas redes sociais, site, folhetos e materiais educativos do programa.
O projeto é composto por cerca de 20 profissionais da saúde, entre médicos gastroenterologistas, enfermeiros e agentes de saúde que auxiliarão no trabalho de orientação e prevenção das parasitoses. Esse trabalho social e educacional permite à população brasileira adquirir conhecimento sobre estes temas, tornando-os multiplicadores das soluções dos problemas de saúde comunitária, a partir de simples mudanças de hábitos de higiene pessoal e comunitária, bem como desmistificar que a parasitoses são doenças exclusivas de pessoas que vivem em áreas críticas de saneamento básico.
O movimento já visitou oito cidades (Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Aracaju, Maceió, Recife, Natal, Fortaleza) e até o fim da ação visitará outras três cidades (São Luis, Brasília e Belo Horizonte). Para acompanhar a caravana e conferir as datas de atendimento, acesse o site www. brasilsemparasitose.com.br.