O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ameaçou hoje elevar o nível do estado de emergência, depois da violência ocorrida nos protestos realizados pela oposição em várias cidades do país.
Numa reunião com aliados, Maduro afirmou que, caso aumentem os cenários de violência contra o governo, não hesitará em “fazer tal decreto para lutar pela paz e segurança do país”.
A declaração do presidente venezuelano surge após as manifestações realizadas pela oposição em várias cidades da Venezuela. Os oposicionistas exigem um referendo para acabar com o governo de Nicolás Maduro.
Milhares de manifestantes protestaram no centro de Caracas e ultrapassaram as barreiras policiais para se dirigem ao Conselho Nacional Eleitoral, obrigando as forças de segurança a usar gás lacrimogénio.
Na segunda-feira (16), o presidente venezuelano decretou o “estado de exceção e de emergência econômica” em todo o país por 60 dias, aumentando seus poderes sobre a segurança, distribuição de alimentos e energia.
Entretanto, o parlamento venezuelano, onde a oposição tem maioria, rejeitou na terça-feira (17) o estado de exceção e de emergência econômica decretado.
Oposição
Mais cedo, o ex-candidato presidencial Henrique Capriles Radonski acusou Nicolás Maduro de provocar confrontos entre os venezuelanos e apelou à oposição para não se “deixar levar pela paixão”.
“Procuramos uma solução democrática e a mudança pela qual lutamos é pacífica. Que ninguém se confunda. Nnosso adversário é (Nicolás) Maduro e sua cúpula. Não nos deixemos levar pela paixão”, afirmou.
Henrique Capriles falou com os jornalistas no fim de uma manifestação de apoio à realização de um referendo revogatório do mandato presidencial, em que os manifestantes romperam bloqueios das forças de segurança, sendo reprimidos pela segunda vez numa semana por efetivos da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar).
“Temos sabido esperar os tempos constitucionais e sabemos o que estamos fazendo”, acrescentou Capriles.
Segundo ele, a marcha de hoje “não foi para criar confrontos”, mas para que os venezuelanos exercessem seus direitos, “para defender o que diz a Constituição”, concluiu Henrique Capriles.