Um avião da EgyptAir que seguia de Paris ao Cairo, com 66 pessoas a bordo, caiu nesta quinta-feira (19/5) no Mediterrâneo, próximo a uma ilha grega, após ter desaparecido dos radares na madrugada por motivos desconhecidos. Nenhuma informação estava disponível até este momento sobre os motivos para explicar o desaparecimento repentino do Airbus A320. A informação é de autoridades da aviação. O presidente da França, François Hollande, também confirmou a informação.
O voo MS804 estava a uma altura de 37 mil pés (11 mil metros) e havia entrado no espaço aéreo egípcio quando desapareceu das telas dos radares às 2h45 do Cairo (21h45 de Brasília, quarta-feira), segundo a Egyptair. Sua tripulação não enviou qualquer mensagem de socorro, segundo o exército egípcio e a aviação civil grega, o que faz supor que um incidente brutal e repentino provocou sua queda.
De acordo com a aviação grega, o piloto da aeronave também não relatou “qualquer problema” em seu último contato. O chefe da diplomacia francesa, Jean-Marc Ayrault, pediu prudência, ressaltando que “nada estava confirmado” à respeito do incidente. “Devemos permanecer muito prudentes antes de fazer comentários, expressar hipóteses”, “muitas informações estão circulando, mas não foram verificadas”, ressaltou, expressando, ao mesmo tempo, “solidariedade” às famílias dos passageiros.
O avião caiu perto da ilha grega de Karpathos, entre Rhodes e Creta, “quando estava no espaço aéreo egípcio”, indicou à AFP uma fonte da aviação civil grega. “Por hora não sabemos por que o avião desapareceu”, declarou um porta-voz da EgyptAir. “Não se pode descartar nenhuma hipótese sobre as causas do desaparecimento”, afirmou o primeiro-ministro francês, Manuel Valls.
A Grécia enviou uma fragata da Marinha, um avião C-130 e um avião militar EMB-145 para participar nas buscas do avião, segundo o ministério da Defesa. Contudo, ainda não há informações sobre a descoberta de destroços do avião. O avião transportava 56 passageiros, incluindo uma criança e dois bebês, sete tripulantes e três agentes de segurança, informou a companhia. No voo estavam 30 egípcios, 15 franceses, dois iraquianos, um britânico, um canadense, um belga, um português, um argelino, um sudanês, um chadiano, um saudita e um kuwaitiano.
No aeroporto do Cairo, os parentes dos passageiros foram levados para um local reservado. Os ministros francês e egípcio das Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault e Sameh Choukry, trocaram condolências, segundo o ministério egípcio, o que faz supor que há vítimas.
Sem alerta
O avião decolou do aeroporto Charles de Gaulle de Paris na quarta-feira às 22h45 horário egípcio (17h45 de Brasília). A previsão de pouso no Cairo era 3h05 (22h45 de Brasília).
O contato no radar foi perdido quando o avião estava “acima do Mediterrâneo a 280 km da costa egípcia”, de acordo com a EgyptAir. “Os controladores aéreos gregos detectaram o avião nos radares às 2h55 locais (21h55 de Brasília) e entraram em contato com o piloto”, disse a fonte. “Três minutos mais tarde (…), quando o avião já havia entrado no espaço aéreo egípcio, desapareceu dos radares”, completou.
O exército egípcio negou nesta quinta-feira ter recebido uma mensagem de emergência do avião A320 da EgyptAir. “As Forças Armadas egípcias afirmam que não receberam nenhuma mensagem de emergência procedente deste voo”, afirmou um porta-voz militar no Facebook. O fato de que os pilotos não tiveram tempo de enviar uma mensagem de emergência poderia sugerir, segundo especialistas, que aconteceu um incidente brutal e repentino no voo entre Paris e Cairo.
Este é mais um anúncio contraditório sobre a existência de uma mensagem de emergência por parte da tripulação do voo MS804 ou de um sinal automático de socorro. O vice-presidente da EgyptAir, Ahmed Adel, afirmou em um primeiro momento que a tripulação não havia enviado nenhum sinal de emergência. Alguns minutos depois, no entanto, um comunicado da EgyptAir afirmava o contrário e um porta-voz destacou que o exército havia captado uma “mensagem de emergência”, “menos de 10 minutos antes” do desaparecimento do avião dos radares.
O presidente francês, François Hollande, e seu colega egípcio Abdel Fatah al-Sisi concordaram, em uma conversa telefônica, estabelecer uma “cooperação estreita” para determinar “o mais rápido possível as circunstâncias do desaparecimento”, informou o governo da França.