Entre vídeos, intervenções e performances
São Luís receberá a Mostra IP, que visa incentivar a produção de registros de intervenções e performances
A Galeria Trapiche Santo Ângelo, equipamento cultural da Prefeitura de São Luís, administrado pela Secretaria Municipal de Cultura, e o Núcleo de Pesquisa e Produção de Imagem (Nuppi), do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), trazem para a capital maranhense a IV Mostra Nacional de Vídeos sobre Intervenções e Performances (Mostra IP). Realizada pelo Coletivo Camaradas, a mostra acontece em várias cidades do Brasil, no período de 10 a 22 de abril.
A Mostra IP, que acontece desde 2012, surgiu na cidade do Crato, no Ceará. De caráter colaborativo, a exposição não disponibiliza recursos para premiações, porém, o trabalho realizado em rede facilita e contribui para o intercâmbio de ideias e atuação dos coletivos em diversas cidades brasileiras, além da exibição dos vídeos, oficinas, vivências, rodas de conversa e experimentação de performance e/ou intervenção. A programação será realizada na área externa da galeria e o público poderá participar de debates e encontros sobre os trabalhos desenvolvidos no campo do audiovisual, especialmente sobre a produção local. “A partir da divulgação e da participação dos artistas e coletivos com seus trabalhos locais, será uma oportunidade para discutirmos esse tipo de produção no contexto em que estão acontecendo na nossa cidade. Pensaremos também sobre as formas de capitalizar e criar ações e articular financiamento para as artes visuais”, destacou Ramusyo Brasil, professor de fotografia e multimídia e coordenador do NUPPI, que desenvolve estudos e práticas sobre imagem no Campus do IFMA, no Centro Histórico.
Durante a mostra em São Luís, acontecerá a oficina Palimpsestos, hecatombes e coabitações: autópsias para acordar as potências de assombrar, oferecida pela performer e pesquisadora de práticas de corpo limite, Sara Panamby (foto). Ela é formada em Performance pelo curso de Comunicação e Artes do Corpo (PUC-SP), mestra em Artes pela UERJ e doutoranda pela mesma instituição. A partir de cinco provocações relacionadas ao corpo, à moral, à política e ao imaginário, a oficina pretende despertar os corpos para suas histórias e sequelas compondo constelações autobiográficas, malhas narrativas, tecendo colchas de retalhos. Durante três dias, serão trabalhados exercícios do teatro, da dança, da vida e experimentos baseados em performances. Também serão realizadas algumas leituras de texto e exibição de vídeos. Ao fim da oficina, será proposta uma apresentação aberta ao público.