Até entrar pela primeira vez no prédio de O Imparcial, nunca havia posto os pés na sede de nenhum meio de comunicação impresso. Isso aconteceu em 1971, quando este matutino tinha 45 anos de funcionamento. Entrei para pedir emprego e saí com a possibilidade de me submeter a um teste que diria estar eu capacitado ou não para ser revisor do jornal. Voltei dias depois, fiz o teste que foi apresentado a mim e a cinco outros candidatos. Acertei todas as questões, o que me deu direito a frequentar as oficinas de O Imparcial na qualidade de funcionário da casa, com carteira assinada.
Começou aí minha história com o órgão dos Diários Associados, que agora completa orgulhosamente os seus 90 anos. Marca difícil de uma empresa atingir não somente no Brasil, mas em q
“Fiz no jornal belas amizades e adquiri companheiros, muitos dos quais já se foram, enquanto com outros mantenho contatos por décadas”
ualquer ponto do planeta Terra. E digna de ser celebrada, nos anos de aniversário redondo como este. Creio ter escrito em todas as edições comemorativas desde então e coordenei as edições dos 50 e dos 70 anos.
Fiz no jornal belas amizades e adquiri companheiros, muitos dos quais já se foram, enquanto com outros mantenho contatos por décadas, e de boa parte só de tempos em tempos tenho notícias. Entre os que já se foram, relembro Otávio Galvão, Pires de Sabóia, Ferreira Baty, Raimundo Melo, Luís Lílio, Merval Melo, Baptista Lopes, João Adler, Batista Braga, Henrique Polary, Vera Cruz Santana, Luís de França Rego, Telma Borges, Maria Inês Sabóia, Mauro Campos, Teresa Carvalho, Odorico Melo Araújo, Nilson Amorim, entre tantos outros.
Daqueles que foram contemporâneos da época em que entrei em O Imparcial e que continuam trabalhando ou que se aposentaram, destaco Raimundo Borges, Gojoba, Pedro Freire, Douglas Cunha, Neres Pinto, Bonsó, Raimundo França, seguidos por uma geração que conta com Kátia Persovisan, Raimundo Garrone, Francisco Campos, Ariovaldo Baeta, Michele Cerveira, Lissandra Leite, Zezé Arruda, Clóvis Cabalau, Ribamar Praseres, Jorge Vieira, Celio Sergio e tantos outros.
Cordeiro Filho, publicitário maranhense nascido no Ceará e que continua na ativa, foi Diretor Comercial do jornal e editava uma publicação chamada Quem é Quem no Maranhão, encartada em O Imparcial. Pela mania de chamar seus homenageados de “doutor”, os gozadores da imprensa diziam que existia uma Universidade Cordeiro Filho, que formava anualmente os seus doutores.
Na verdade, a verdadeira Universidade da Imprensa é o vetusto O Imparcial, que formou muita mão-de-obra de qualidade, que hoje está espalhada pelo Maranhão e pelo Brasil inteiro. Daqui a dez anos, o venerando matutino estará chegando ao seu centenário. Tenho a expectativa de participar dessa edição comemorativa, tão cheia de simbologia