Saldo de empréstimos concedidos pelo sistema financeiro recua 1,1%
Inadimplência em alta preocupa bancos
No caso dos bancos privados nacionais, a previsão é ainda mais dramática. O BC estimou que o estoque de operações cairá 1%, a segunda retração anual consecutiva. Temendo a escalada da inadimplência — que chegou a 6,2% para as famílias e a 4,7% para as empresas — as instituições mantém elevadas as provisões para enfrentar calotes: R$ 79,8 bilhões, ou 8,6% do valor dos contratos, o maior patamar já registrado desde 2000 nas estatísticas da autoridade monetária.
Maciel ainda ressaltou que tanto empresas quanto famílias têm procurado renegociar as dívidas em atraso. O nível de endividamento das famílias passou de 44,29%, em dezembro último, para 44,62% em janeiro passado. “Em momento de incerteza sobre o futuro, o investimento se retrai e a demanda de crédito diminui. As pequenas empresas são as mais afetadas”, resumiu.
Sem fôlego
Para o economista João Morais, da Tendências Consultoria, a concessão de financiamentos continuará em queda ao longo do ano e a inadimplência aumentará. Ele estimou que o nível de calotes das famílias terminará o ano em 6,7% e, em 2017, poderá chegar a 7%. No caso das empresas, a taxa de atrasos superiores a 90 dias chegará a 5,2%. “Os bancos privados nacionais se anteciparam a esse movimento e aumentaram suas provisões para perdas no último ano. Isso ainda não ocorreu com as instituições financeiras públicas”, destacou.