Salão de Artes traz a diversidade em trinta obras selecionadas
O evento traz a concorrência de obras de várias categorias. Entre elas, o grafite, que expõe a pintura do artista Gil Leros, que homenageia figuras do bumba meu boi
Trinta obras foram selecionadas para o VI Salão de Artes Visuais de São Luís. A abertura será às 19h, amanhã, na Galeria Trapiche, na Praia Grande, e vai premiar seis obras, dentre as mais de 200 inscritas. O edital prevê a concessão de R$ 15 mil para o primeiro lugar.
A obra integra o Projeto Amo, Poeta e Cantador, desenvolvido pelo grafiteiro Gil Leros, com inspiração nas fotografias de Márcio Vasconcelos
O equipamento é considerado pela organização como o mais importante evento e concurso do Maranhão no segmento. A mostra competitiva tem como objetivo incentivar a criação e a difusão da atual produção artística, valorizando o trabalho dos artistas da cidade e promovendo a formação e reflexão sobre temas contemporâneos. As obras selecionadas ficarão em exposição até o dia 27 de maio.
Uma obra que integra o Projeto Amo, Poeta e Cantador, desenvolvido pelo artista e grafiteiro Gil Leros, está concorrendo ao salão. As obras do projeto têm inspiração nas fotografias de Márcio Vasconcelos e fazem parte do livro Os Senhores Cantadores, Amos e Poetas do Bumba Meu Boi do Maranhão, do músico Papete. O projeto, segundo o idealizador, objetiva homenagear figuras do bumba meu boi por meio de grandes murais, cuja linguagem permeia a rua e toda a expressão que ela proporciona, e em vários cantos do Brasil. A primeira obra foi realizada em São José do Rio Preto – SP, homenageando o mestre Zé Olhinho, do Boi de Santa Fé, e a segunda com o mestre Humberto Maracanã, foi terminada recentemente e integra um mural do Salão. A obra, com média de seis metros de altura, retrata a figura do Guriatã e foi feita com tintas spray de cores “vivas”, traços marcantes, predomínio do azul e quase ausência de pontas e retas, características essas que marcam as pinturas de Gil Leros.
É a primeira vez que participa do salão? O que te motivou?
Não. Já me inscrevi outras vezes, mas nunca tinha passado. É a primeira vez que sou selecionado. O que motivou foi toda uma mudança no edital e na direção da Galeria e pensei: ah, vamos ver se desta vez abre para outros movimentos artísticos, porque antes a coisa era muito performática, contemporânea, uma linha muito conceitual, e que acabo não me encaixando muito bem nessa linha. Como teve a mudança teve essa possibilidade de se abordar outros temas, já que é um Salão de Artes e não voltado para uma única vertente artística, Resolvi me inscrever, acabei passando e o mural foi feito lá em homenagem a Humberto Maracanã.
O que significa essa obra pra você enquanto artista?
A intenção é fazer tudo, mas para isso precisa de toda uma mobilização, de grana. Esse projeto surgiu depois que fui convidado pro Festival Olho na Rua (SP) e decidi pensar pintar alguma coisa, e nessa de pensar o pessoal da Vale me presentou com o livro do Papete (trabalho de pesquisa dele) com fotografia do Marcio Vasconcelos. Como tenho certa ligação com o Márcio, perguntei pra ele se ele me cedia para eu reproduzir em São Paulo, como teve uma boa repercussão, decidimos fazer todos os outros cantadores. Eu uso a fotografia como uma base para fazer o rosto do cantador e em volta tem um tema relacionado às intervenções que eu faço na rua. Eu já ia fazer esse mural passando ou não no Salão, em outro local, mas aí a gente decidiu inscrever e eu fui selecionado entre os 30.
E os outros cantadores você vai fazer?
Não tenho ideia de quem vai ser e nem onde vai ser, porque isso vai depender de quem vai contratar, de apoio, qual material tenho para fazer o tom de pele… isso que define de fato qual cantador vai ser feito para o próximo. Mas a intenção é fazer todos os cantadores, fazer essa homenagem.