ARTES VISUAIS

Salão de Artes traz a diversidade em trinta obras selecionadas

O evento traz a concorrência de obras de várias categorias. Entre elas, o grafite, que expõe a pintura do artista Gil Leros, que homenageia figuras do bumba meu boi

Diversidade no Salão de Artes em São Luís

Trinta obras foram selecionadas para o VI Salão de Artes Visuais de São Luís. A abertura será às 19h, amanhã, na Galeria Trapiche, na Praia Grande, e vai premiar seis obras, dentre as mais de 200 inscritas. O edital prevê a concessão de R$ 15 mil para o primeiro lugar.

Nesta edição, alguns itens foram amplamente discutidos, como por exemplo, a ampliação do número de obras concorrentes e o critério de participação de artistas desclassificados em salões de anos anteriores, e que geraram debates entre a classe artística. A participação, aliás, dos artistas na construção do edital foi um ponto apontado como positivo pela gestora da galeria, Camila Grimaldi. “O salão está na sexta edição, então, tem tudo para alçar voos maiores e está se construindo com a participação dos artistas. Ainda que com algumas limitações, ele está seguindo”.
A abertura do evento terá performances com alguns grupos e artistas inscritos no salão, como Rascunho e a atriz Walquíria e ainda apresentação do grupo de choro da Escola de Música Lilah Lisboa. Na ocasião também será divulgado o artista selecionado do edital Bolsa Residência para fazer intercâmbio de um mês em Belo Horizonte.
Desde janeiro, a produtora cultural e artista Camila Grimaldi assumiu a direção da galeria. O objetivo do salão é selecionar e premiar propostas de livre temática, contemplando as categorias de pintura, escultura, arte e tecnologia, assemblage, cerâmica, colagem, desenho, design gráfico (ilustração, humor gráfico e quadrinhos), fotografia, grafite, gravura, instalação, intervenção urbana, objeto, performance, tapeçaria e videoarte, dentre outras expressões estéticas.
Foto: Divulgação.


Divulgação

A obra integra o Projeto Amo, Poeta e Cantador, desenvolvido pelo grafiteiro Gil Leros, com inspiração nas fotografias de Márcio Vasconcelos

O equipamento é considerado pela organização como o mais importante evento e concurso do Maranhão no segmento. A mostra competitiva tem como objetivo incentivar a criação e a difusão da atual produção artística, valorizando o trabalho dos artistas da cidade e promovendo a formação e reflexão sobre temas contemporâneos. As obras selecionadas ficarão em exposição até o dia 27 de maio.

“Posso considerar que o salão, embora tenha sido realizado em uma gestão de transição, porque quando eu assumi a Galeria ele já estava em andamento, foi muito positivo. Tivemos uma procura maior do que a edição anterior e desta vez tivemos a parceria do Sesc na realização de oficinas, atividades de fomento com workshops e outros editais, a exemplo do Bolsa Residência”, avalia.
Integrado à proposta do salão, o Bolsa Residência selecionou um projeto de um artista que irá receber um recurso de R$ 3.500,00 para a participação de oficinas e troca de conhecimento artístico, durante um mês, em Minas Gerais. O edital prevê que o artista contemplado realize uma atividade de culminância após a residência artística, no período de realização do VI Salão de Artes Visuais de São Luís.
Amo, poeta e cantador
Diversidade no Salão de Artes em São Luís

Uma obra que integra o Projeto Amo, Poeta e Cantador, desenvolvido pelo artista e grafiteiro Gil Leros, está concorrendo ao salão. As obras do projeto têm inspiração nas fotografias de Márcio Vasconcelos e fazem parte do livro Os Senhores Cantadores, Amos e Poetas do Bumba Meu Boi do Maranhão, do músico Papete. O projeto, segundo o idealizador, objetiva homenagear figuras do bumba meu boi por meio de grandes murais, cuja linguagem permeia a rua e toda a expressão que ela proporciona, e em vários cantos do Brasil. A primeira obra foi realizada em São José do Rio Preto – SP, homenageando o mestre Zé Olhinho, do Boi de Santa Fé, e a segunda com o mestre Humberto Maracanã, foi terminada recentemente e integra um mural do Salão. A obra, com média de seis metros de altura, retrata a figura do Guriatã e foi feita com tintas spray de cores “vivas”, traços marcantes, predomínio do azul e quase ausência de pontas e retas, características essas que marcam as pinturas de Gil Leros.

Três perguntas//Gil Leros

Diversidade no Salão de Artes em São Luís

É a primeira vez que participa do salão? O que te motivou?
Não. Já me inscrevi outras vezes, mas nunca tinha passado. É a primeira vez que sou selecionado. O que motivou foi toda uma mudança no edital e na direção da Galeria e pensei: ah, vamos ver se desta vez abre para outros movimentos artísticos, porque antes a coisa era muito performática, contemporânea, uma linha muito conceitual, e que acabo não me encaixando muito bem nessa linha. Como teve a mudança teve essa possibilidade de se abordar outros temas, já que é um Salão de Artes e não voltado para uma única vertente artística, Resolvi me inscrever, acabei passando e o mural foi feito lá em homenagem a Humberto Maracanã.

O que significa essa obra pra você enquanto artista?
A intenção é fazer tudo, mas para isso precisa de toda uma mobilização, de grana. Esse projeto surgiu depois que fui convidado pro Festival Olho na Rua (SP) e decidi pensar pintar alguma coisa, e nessa de pensar o pessoal da Vale me presentou com o livro do Papete (trabalho de pesquisa dele) com fotografia do Marcio Vasconcelos. Como tenho certa ligação com o Márcio, perguntei pra ele se ele me cedia para eu reproduzir em São Paulo, como teve uma boa repercussão, decidimos fazer todos os outros cantadores. Eu uso a fotografia como uma base para fazer o rosto do cantador e em volta tem um tema relacionado às intervenções que eu faço na rua. Eu já ia fazer esse mural passando ou não no Salão, em outro local, mas aí a gente decidiu inscrever e eu fui selecionado entre os 30.

E os outros cantadores você vai fazer?
Não tenho ideia de quem vai ser e nem onde vai ser, porque isso vai depender de quem vai contratar, de apoio, qual material tenho para fazer o tom de pele… isso que define de fato qual cantador vai ser feito para o próximo. Mas a intenção é fazer todos os cantadores, fazer essa homenagem.

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