REAJUSTE

Remédios podem ficar até 12% mais caros em 2016

No ano passado, nesta mesma época, os reajustes autorizados foram de 7,70%, 6,35% e 5%, dependendo da categoria do produto

Medicamento

Os medicamentos podem ficar até 12,5% mais caros a partir do próximo dia 31, segundo cálculos da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). Se o aumento for confirmado pelo governo, vai superar, pela primeira vez em 10 anos, a inflação, que fechou 2015 em 10,67%. “As oscilações do câmbio e o aumento expressivo da energia elétrica tiveram grande influência na mudança”, destaca nota da Interfarma.

No ano passado, nesta mesma época, os reajustes autorizados foram de 7,70%, 6,35% e 5%, dependendo da categoria do produto. O governo ainda não divulgou oficialmente de quanto será a alta em 2016 e informou que o processo está em consulta pública.

“A Câmara de Medicamentos, por meio da sua secretaria executiva, iniciou a Consulta Pública nº1/2016, que trata de futura resolução que irá regulamentar a possibilidade de revisão extraordinária de preço de medicamento por motivo de interesse público”, explicou, em nota, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A expectativa é que a Anvisa informe o percentual de reajuste nos próximos dias. Anualmente, o governo divulga aumento nos preços dos medicamentos com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que acumula alta de 10,36% nos últimos 12 meses, conforme divulgou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além do índice oficial de inflação, o governo usa outros três fatores para definir as faixas de correção: a produtividade da indústria, que foi positiva nos últimos anos; a concorrência das classes terapêuticas para estabelecer faixas distintas de reajustes; e forças econômicas como câmbio e energia elétrica.

“O cálculo do governo mostra com clareza que até a indústria farmacêutica, normalmente menos prejudicada por crises econômicas, está sendo atingida pelo momento difícil que o Brasil enfrenta”, afirmou o presidente executivo da Interfarma, Antônio Britto.

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