'FOSSA NOSSA'

Heriverto Nunes se apresenta com músicas autorais e de grandes artistas

O show acontece hoje, às 20h, no ‘Cumidinha de Buteko’, no Cohajap

Heriverto Nunes

Com um show com repertório que é metade autoral, o cantor e compositor Heriverto Nunes volta com gás total com o espetáculo musical Fossa Nova, em parceria com a Arroz de Cuxá Produções. No show que problematiza o romântico, o amor e a solidão, através do canto, da performance teatral e da poesia, Heriverto canta as dores da paixão, hoje às 20h, no Cumidinha de Buteko.

O ritmo Bossa Nova é costumeiramente associado ao romantismo, à afetividade, à boemia e está ligado a nomes muito caros na música brasileira tais quais Vinícius de Moraes, João Gilberto, Tom Jobim, entre outros, que cantaram a dor e musicaram as paixões. Para além da Bossa Nova, que justificou o trocadilho, o espetáculo musical Fossa Nova traz em seu bojo elementos de vários ritmos musicais brasileiros, sob o viés da afetividade e, tantas vezes, da dor que as frustrações ou mágoas geram nos indivíduos.
“É um show que fiz em 2012, em 2013 na Praia Grande e retorno agora em outro espaço levando músicas de autores que me influenciaram como Lupicínio Rodrigues, Maísa, Gonzaguinha, canções que Núbia Lafaiete interpretou…”. Além destas, as autorais Fossa Nova, Sem Dizer Não, Só e Samba de Esquecer estarão na apresentação.
Com toda essa gama de repertório, pergunto se é um show para ir junto ou separado? O artista gargalha. “Dá para cobrir as duas vertentes. Porque o show é mais como um esqueleto que vai da paquera, passa pelo encontro, o relacionamento e então, a separação”, conta.
Fossa Nova é um espetáculo bastante poético em que são trabalhados pelo menos três gêneros artísticos: o teatro, a música e a poesia. Compartilhando, assim, poemas de maranhenses, pontualmente, durante o espetáculo musical, Heriverto Nunes constrói uma apresentação lírica, situada entre o drama e a poesia.
Assim, é que o artista se valerá da performance através da música para vivenciar, sugerir e inspirar sensações, impressões, reflexões, emoções, insights e sentimentos vários no público.
“É uma coisa bem intimista. Seremos só eu e João Eudes no violão 7 cordas, músico que já me acompanha em outros trabalhos. Fossa quer indicar aquele estado de tristeza e depressão depois que um relacionamento afetivo termina. Pretendo levar meus espectadores à fossa de suas emoções, para que possam transcendê-las e quem sabe fortalecerem-se através da poesia, do teatro e da música.” O show terá ainda a participação de Werberth Belo que recitará uma poesia.

Nos ritmos brasileiros
A apresentação musical de Heriverto Nunes tem fortes influências de ritmos nobres brasileiros, tais quais o samba de raiz e a bossa. Mas os ritmos populares, como os afro-sambas, as doutrinas africanas e ritmos genuinamente maranhenses, como as músicas próprias do Tambor de mina, também são prato cheio de seus versos.

Sua iniciação musical se deu ainda na infância, de maneira bastante singular, pois sua tia, durante as festas do terreiro em que costumava frequentar, punha para tocar discos, naquela época ainda de vinil, ilustres, como os de Clara Nunes e da cantora Aparecida. Foi, assim, portanto, que ainda menino teve acesso a grandes nomes do Samba e da Música Afro brasileira. Já a sua formação teatral se deu através da Universidade Federal do Maranhão e nos vários espetáculos em que já atuou, como Histórias de Todos os Dias.
Compondo de modo muito intuitivo, Heriverto Nunes participou do projeto musical Samba de Crioulo junto a Zayda Moraes e Andréa Frazão, no Espaço Catarina Mina, projeto este que reuniu as composições dos três artistas. O evento foi bastante proveitoso, pois iniciativas de cunho autoral são uma carência no cenário musical da cidade. Começa, assim, a trajetória musical de Heriverto Nunes, que passa a se apresentar na noite ludovicense, como no bar Odeon Sabor & Arte, Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho e no Centro de Cultura Negra do Maranhão. Participa, ainda, de alguns projetos junto às irmãs Bia e Didã, em bairros de São Luís.
Com formação de ator, Heriverto Nunes, carrega em seus shows, um pouco do recurso performático que utiliza no teatro. Tendo no currículo representação em muitas peças e monólogos. Seus shows não são apenas para se escutar ou dançar, mas também para ver, assistir. Traz, em suas músicas, acultura brasileira, em especial a afro e a maranhense, reveladas em seus versos.

Heriverto Nunes

Duas perguntas//Heriverto Nunes

Você sempre gostou desse tipo de música, dita de “fossa”?
A minha avó que era costureira sempre ouvia canções desse tipo, ouvia Maísa, então eu cresci ouvindo músicas assim e fui gostando. Acho que ela sofria e por isso escutava tanto.

E as suas canções tem alguma relação com a vida pessoal?
(Risos). Sempre tem uma ligação, uma sujeirinha que fazem com a gente e que acabam virando música.

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