São diversos papéis diante da sociedade: ser mãe, esposa, profissional e dona de casa. Mas, diante de tantas funções, o ser mulher também se descobre por meio da dança do ventre. Dança que eleva a autoestima e melhora o relacionamento a dois, trazendo também benefícios à saúde.

Quem se apaixonou pela dança foi a dona de casa Lilia Rosa, de 60 anos. No início, ela achou que não pudesse praticar por causa da idade, mas hoje Lilia tem certeza que redescobriu a vaidade que estava um pouco esquecida, em meio às atribuições do dia a dia.

“Meu sonho era dançar desde criança; não consegui fazer por vários motivos. Mas agora, aos 60 anos, é um sonho realizado. Minha autoestima está melhor, hoje cuido mais de mim, estou mais vaidosa, me produzindo mais, colocando um brinco, usando uma maquiagem, coisas que não fazia antes”, contou.

Com o sorriso no rosto e o molejo na cintura, Norma Vieira também reserva tempo para dança. As tarefas do cotidiano não são fáceis, pois tem que administrar uma academia, cuidar da casa, do marido. Porém, pelo menos três vezes na semana, ela se dedica a uma hora de dança, algo que melhorou a relação conjugal, nos seus 38 anos de casada. “Você esquece os problemas, fica mais bem-humorada e o relacionamento melhora. O meu marido não dança, mas apoia, fi ca orgulhoso e babando, porque danço bonitinho (risos)”, afirmou.

Norma e Lilia são exemplos de alegria, e a dança só veio acrescentar essa característica. Aos 64 anos, Norma afi rma que é uma pessoa saudável e cheia de vida. “Se você vier falar que tenho 64 anos, eu vou dizer que é mentira, nem lembro da idade, nunca é tarde para fazer o que gosta, e a questão de tempo é você que faz”, disse.

Um traço marcante é a sensualidade. A professora e bailarina Solange Costa afi rma que a dança do ventre vem destacar a feminilidade.“O que é sensual para mim é ser feminina, isso é sensualidade. A dança do ventre resgata esses trejeitos que acabam sendo esquecidos pela rotina do dia a dia. A dança do ventre vem aflorar essa característica, além de trabalhar bastante com a postura”, acrescenta.

Para os ensaios, a roupa indicada é uma vestimenta leve. Já para a apresentação, há toda uma produção com traços árabes, segundo professora. “Quando nos apresentamos, é necessário uma maquiagem, acessórios, o cabelo solto e geralmente também utilizamos alguns adereços como espadas, o véu, candelabro e outros.”

A prática traz benefícios para a saúde, além de elevar a autoestima e garantir o bem-estar e estímulo à feminilidade. A dança do ventre ajuda a fortalecera a memória e prevenir o Mal de Parkinson e Alzheimer.

Benefícios a Saúde

1. Estimula a sensualidade e melhora a autoestima;
2. Combate a depressão, estimula o convívio social e a alegria de viver;
3. Dá vitalidade e alivia os sintomas da menopausa;
4. Relaxa o corpo, alivia a insônia e combate o estresse;
5. Melhora articulações e o tônus muscular;
6. Alivia o mal-estar e a prisão de ventre.

Dança do ventre

Os movimentos fundamentais da dança do ventre são:
*Movimentos redondos: é a circundução do peitoral ou do quadril;
* Movimentos em oito: tomando-se o corpo como eixo do movimento, o quadril desenha um oito, tanto para direita quando para esquerda. Há também o oito em pé, em que o quadril é deslocado de cima para baixo e vice-versa. Esse último tipo de oito também é conhecido como “oito maia”;
*Os movimentos de braços e de mãos são marcados pela delicadeza e pela leveza;
*Movimentos de cabeça são, geralmente, marcados pelo deslocamento lateral, tanto para a direita quanto para a esquerda;
*As expressões faciais são fundamentais para que a bailarina exponha seus sentimentos: tristeza, alegria e sensualidade são os mais comuns na dança;
* Movimentos de tremer talvez sejam os mais conhecidos. O “shimmy” é uma técnica corporal utilizada para tremer o abdômen, o peitoral, e as pernas.

A dança do ventre também pode ser dançada com acessórios. O pandeiro, a bengala, o véu, a vela e a espada são os mais utilizados. Há também variações mais modernas nos instrumentos.

Um último detalhe a ser lembrado é que há duas vertentes diferentes sobre o modo como a dança do ventre deve ser praticada: existe uma linha de pensamento que acredita que a dança surge na bailarina de acordo com o seu estado de espírito; outras dançam a partir de uma coreografia previamente ensaiada.