RIO 2016

Saltador Hugo Parisi conquista vaga olímpica para o Brasil

Com forte dores nas costas, Hugo Parisi garantiu a última vaga para o Brasil nas olimpíadas 2016 durante a Copa do Mundo de Saltos Ornamentais

Atleta de 31 anos assegurou 18º colocação na eliminatória e deu ao país mais um lugar na Olimpíada do Rio
Assim como ocorreu nas outras eliminatórias da Copa do Mundo de saltos ornamentais, a tensão foi a marca da preliminar da plataforma 10m masculino, nesta terça-feira (23.02), no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro. Com 18 vagas olímpicas em jogo, saltadores experientes cometeram erros, pontos importantes foram perdidos, e apenas metade dos 36 competidores comemorou. Entre eles, está Hugo Parisi. O brasileiro garantiu a última vaga para o Brasil, com 379.65 pontos e o 18º lugar.
“Essa é uma competição muito difícil, todo mundo entra com muito cuidado, sabe que vale as últimas vagas, mas é todo mundo tomando cuidado demais e acaba cometendo muito erro. Eu não fui diferente. O mais importante é que a gente conseguiu a vaga para o Brasil. Agora é descansar um pouco, relaxar um pouco e ver como vai ser amanhã”, disse o atleta.
O primeiro salto deixou Hugo em 25º lugar. Nas rodadas seguintes, a colocação foi subindo para 21º, 18º e 12º, com o quarto e melhor salto, que lhe garantiu 81 pontos. Um erro no quinto e uma nota de 39.10 deixaram a classificação em risco, já que ele terminou a rodada em 21º. Era preciso colocar a cabeça no lugar e ter tranquilidade para acertar o último salto.
“Normalmente, o último salto de qualquer atleta é um salto bem seguro, eu ainda dei uma bobeada na entrada na água, com certeza por causa da tensão, sabendo que tinha que acertar, mas na última rodada muita gente bobeou também”, explicou.
Sendo o 31º de 36, era preciso esperar mais cinco saltarem para ver a classificação final. Foi no limite.“Faltavam cinco, a gente sabia que só uns dois tinham condição de me passar. A gente ficou na expectativa de será que passa, será que não passa. Ainda bem que deu tudo certo”.
De acordo com os critérios da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), para que a vaga seja nominal, ou seja, do atleta, ele precisa alcançar um índice, que é 420 pontos no caso da plataforma. O atleta que conquistou a vaga para o país tem prioridade. Mas, caso o Hugo não chegue aos 420 , a vaga pode ser de outro atleta, que faça 5% a mais do que a melhor pontuação de Hugo a partir desta competição.
Superação física
Não foi só a superação de um salto ruim ao longo da série. O coordenador da seleção brasileira de saltos ornamentais, Ricardo Moreira, contou que Hugo vem sofrendo com dor nas costas e que isso quase o tirou da prova.
“Ele não deve ter comentado. Mas se ele fez cinco treinos de plataforma neste ano foi muito. Ele está machucado, fez uma infiltração em Brasília, fez uma infiltração assim que chegou aqui. É desgaste. O Hugo é guerreiro demais. Antes da prova, eu insisti com ele para ele largar a prova de tanto que ele estava sentindo dor. Mas ele disse: ‘eu vou saltar e vou até o final’. Ele é guerreiro. Os méritos são pra ele. Aqui nem um dia ele conseguiu fazer a série toda, na competição foi a primeira vez. Não tem o que falar do tanto que ele se superou. Foi bem demais, bem demais”, disse Ricardo, emocionado.
A participação de Hugo na semifinal, marcada para esta quarta-feira (23.02), ainda será definida. “Vou conversar com ele, pra definir a estratégia. Mas acho que ele já superou tudo o que tinha que fazer aqui, não tem que fazer mais nada. Vamos ver o que vamos decidir para a próxima etapa”, explicou Ricardo.
Outro brasileiro na prova
Hugo, 31 anos e três Olimpíadas, era o mais velho entre os 36 competidores. O mais novo também era brasileiro: Isaac Souza, com 16 anos. Ele ficou em 23º lugar, com 362.55 pontos.
“Tentei fazer o meu melhor e mesmo não saindo, fiquei feliz com o meu resultado. Estou com o pensamento positivo para conseguir a vaga na repescagem. Cada competição é um ganho, uma experiência. Saltar em casa tem aspectos diferentes, como ver a minha família aqui e o clima, mas a rotina é a mesma. Só escutei meu pai gritando bastante alto quando saía da piscina”, contou.
Cada país pode ter até duas vagas em cada prova nos Jogos, e um mesmo atleta não pode garantir duas vagas para o seu país em competições diferentes. Sendo assim, como há saltadores entre os semifinalistas da Copa do Mundo que já haviam carimbado o passaporte em outras seletivas, as vagas remanescentes serão abertas para atletas de outros países que ficaram a partir de 19º na eliminatória. A definição fica por conta da Federação Internacional de Natação (FINA).
“O Isaac fez uma prova muito boa também, não é nem um pouco fácil, é a última chance de participar dos Jogos. Ele está ali em 23º, tem chance, vamos torcer para que ele garanta também essa vaga olímpica para o Brasil”, disse Ricardo Moreira.
A Copa do Mundo de saltos ornamentais, que também é evento-teste na modalidade para o Rio 2016, termina nesta quarta-feira.
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