Latinos voltam a marcar forte presença no Oscar deste ano
Alejandro Iñárritu representa o México na categoria de Melhor diretor
Apesar de o Oscar ser considerado um prêmio do cinema internacional, a premiação tem como foco contemplar os melhores do cinema norte-americano, que são maioria nas principais categorias. Com o objetivo de tentar diminuir essa massificação, nos anos 1950, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas decidiu valorizar os longas-metragens estrangeiros por meio dos prêmios especiais. Em 1957, foi criada oficialmente a categoria de Melhor filme em língua estrangeira, para premiar produções que não fossem estadunidenses. Esse foi o jeito de garantir fitas de outros países no Oscar, principalmente latinas, já que as europeias costumam ter um pouco mais de destaque na indústria cinematográfica.
O mexicano Iñárritu é o único em uma categoria considerada principal e que aparece como favorito ao prêmio. Esta é a segunda vez que ele disputa a estatueta de Melhor diretor e, caso vença novamente (no ano passado, ele levou por Birdman), pode ser a terceira vez consecutiva que um diretor do México ganha a categoria, o que é considerado incomum. Em 2014, o prêmio foi para Alfonso Cuáron, pelo filme Gravidade. “No ano passado, Iñárritu fez um discurso excelente, que falou sobre a questão da representatividade latina. O que ele disse tem a ver com a situação dos mexicanos serem secundários nos Estados Unidos”, afirma o professor de cinema João Batista Lanari Bo, do Departamento de Audiovisual da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB).