É contando a história e trajetória do político e ex-governador Jackson Lago (Pedreiras, 1º de novembro de 1934 – São Paulo, 4 de abril de 2011) que a Esco­la de Samba Unidos de Fátima promete dar a volta por cima neste carnaval de 2016. Há três anos sem desfilar no carnaval de passarela de São Luís, a escola do Bairro de Fátima pretende retomar os trabalhos paralisa­dos por problemas de ordem financeira e proporcionar a vol­ta do orgulho da comunidade.

O enredo é Jackson Lago… de Pedreiras ao Carcará da Ilha Rebelde. A Unidos conta e can­ta sua história, samba do com­positor e poeta Jeovah França e presidente da Escola, cantor e compositor Ribão D’Oludô. O carnavalesco da Escola é Leo Lima.

De acordo com a Liga das Escolas de Samba e Entidades folclóricas do Maranhão, a Uni­dos de Fátima será a primeira escola a desfilar no carnaval de 2016. Seguindo o regula­mento, os desfiles vão conti­nuar divididos em dois dias e, conforme sorteio, no domin­go gordo de carnaval, dia 7 de fevereiro, desfilarão a Unidos de Fátima, Terrestre do Sam­ba, Unidos de Ribamar, Império Serrano, Marambaia do Samba e Flor do Samba. Na segunda-feira, 8 de fevereiro, será a vez da Mocidade da Ilha, Túnel do Sacavém, Turma de Mangueira, Turma do Quinto e, encerran­do, a Favela do Samba.

A Unidos de Fátima vai ho­menagear Jackson Lago e, para isso, Jeovah França recorreu a pesquisas em livros, biografias, jornais para contar a história do político. “A doutora Clay Lago, viúva de Jackson, ficou foi muito receptiva quanto ao nosso pro­jeto. Ela, através do Instituto Jackson Lago, ficou muito feli­zes com essa iniciativa porque é uma identificação popular. A escola tem a identidade do povo, não foi iniciativa de ne­nhum político”, contou o pro­dutor cultural, adiantando que foi difícil fazer a composição, dada a grande contribuição do ex-governador para a política. “Eu fiz a letra, mas é muito difí­cil, em poucos versos, traduzir a grandeza de um homem po­lítico como foi Jackson Lago”, avaliou Jeovah França.

Para Ribão D’Oludô, a Es­cola fará o resgate de uma me­mória, da história de um gran­de líder político. “Um homem que marcou a política do Ma­ranhão merece nossa homena­gem. Aproveito aqui para convi­dar as pessoas que admiravam Jackson Lago para prestigiar o nosso desfile, se fazer presen­te e participar desse momentocom a gente”, convida Ribão.

A Unidos vai desfilar com quatro carros alegóricos e, de acordo com o projeto, 13 alas e quatro quadros. Ao todo, a es­cola pretende levar 1.600 com­ponentes para a avenida.

Para Jeovah, a Escola está bem animada com o retorno em 2016. Esta semana come­çam os trabalhos no espaço localizado próximo ao Viva do Bairro de Fátima. “Nós estamos com um problema social grave porque uma família ocupou o barracão da Escola e nós não conseguimos tirá-la de lá. As di­ficuldades financeiras são enor­mes, mas estamos tendo apoios importantes. A comunidade está animada. Então, estamos com uma repercussão boa. Vamos criar uma página nas redes so­ciais para chamar os brincan­tes e vamos seguindo”, contou Jeovah.

O desfile começa com o carro abre-alas levando as águas do Mearim, fauna, flora, a Igreja de São Benedito, o Carcará. O úl­timo quadro é com Os Revolu­cionários Latino-americanos.

“Nós já estamos com o sam­ba gravado, os figurinos já estão sendo confeccionados, falta ago­ra a verba para começarmos a trabalhar nos carros alegóricos. A gente sabe que toda escola de­pende das verbas municipais e estaduais. Então, seria bom se tivéssemos um adiantamento para trabalharmos, mas inde­pendente disso estamos buscan­do nossos apoios, patrocínios, para estarmos de volta à ave­nida”, atestou Ribão D’Oludô.