O óleo de coco tornou-se popular nos últimos anos após a crescente divulgação de pesquisas apontando os benefícios do seu consumo. Entre as vantagens, destaca-se a ação positiva do produto sobre doenças cardiovasculares, colesterol, tensão pré-menstrual, ansiedade e depressão. Propriedades antimicrobianas, antitumorais, antioxidantes e antitrombóticas também foram registradas. Além disso, o alimento ajuda a emagrecer.
“Tais efeitos estariam ligados à presença de ácidos graxos de cadeia média (de fácil absorção pelo intestino) e de compostos fenólicos (grupo de antioxidantes que combatem o envelhecimento das células)”, explica Andréa Guedes, pesquisadora de ciência e tecnologia de óleos e gorduras da Embrapa Agroindústria de Alimentos. Por isso, a substituição das oleaginosas tradicionais pelo óleo de coco é benéfica à saúde, desde que em quantidade moderada e orientada por um especialista.
Na alimentação do dia a dia, a principal vantagem do produto é não virar gordura trans — aquela prejudicial à saúde, que aumenta o colesterol ruim e está associada à obesidade. “Esse é o único óleo que pode ser guardado e reaproveitado com tranquilidade por muito tempo após o primeiro uso”, ensina a nutricionista Danielle Vilela. Por isso, o produto é indicado tanto para frituras quanto para temperar saladas.
Desde março do ano passado, os hábitos alimentares da bancária Yara Leal, 50 anos, e de sua família mudaram bastante. “Agora, eu só cozinho com óleo de coco. Li que uma moça perdeu 17kg assim. Conversei com um nutricionista e organizamos uma dieta balanceada nesse sentido”, conta. Até o momento, Yara perdeu 5kg. “No meu último checape, os exames deram normais. O que engorda é a combinação de açúcar, carboidrato e óleos ruins. Cortei todos eles”, orgulha-se. Para ela, aderir ao óleo de coco foi uma espécie de retorno às origens piauienses, pois, na casa das avós, só eram admitidos produtos naturais. “Sei que não é uma opção barata, mas a troca valeu muito a pena”, defende.
Benefícios
Mesmo com benefícios comprovados, o óleo ainda passa por um processo de aceitação. Como o gosto é forte, o paladar estranha. Além disso, há a questão da dose diária para surtir efeitos. “Algumas pacientes se assustam com a quantidade, mas o óleo não é um remédio. No geral, é usado como um complemento alimentar”, explica a nutricionista Danielle Vilela. Alguns profissionais chegam a recomendar uma espécie de “desintoxicação” das papilas gustativas, a fim de que o paciente aceite melhor o sabor do produto.
“Óleo de coco é bom para tudo! Não é modismo. Quando eu era criança, há muitas décadas atrás, ele já existia. Hoje, até para o Alzheimer é usado, pois ajuda a mente a ficar mais clara e nítida”, defende a culinarista Nítya Couto. Ela o usa para temperar salada, fabricar sorvete, fazer massa de pães, grelhar carnes e legumes, além de preparar panquecas e bolos. Sobre o gosto de coco deixado na comida, Nítya diz não ser possível eliminá-lo, mas sugere: “você pode disfarçar o sabor acrescentando baunilha, casca de laranja ou limão, erva-doce e outros temperos, como pimenta ou açafrão”.
A culinarista prefere produzir o óleo virgem em casa, por considerar o processo mais puro e saudável (veja o quadro). Um coco marrom grande rende aproximadamente 100ml de óleo. Natasha Franco, proprietária do restaurante natural A Tribo, é outra fã do produto. Não abre mão de grelhar peixes, fazer bolinhos tipo muffins e, principalmente, fritar acarajé com óleo de coco. “Não tem para quem quer, de tão gostoso que fica”, conta a empresária.