Turnês internacionais

O som pesado da Jackdevil na terra do Tio Sam

Banda de thrash metal Jackdevil se prepara para duas turnês consecutivas na América Latina e EUA, levando a força do metal maranhense

Foto: Divulgação.


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Jackdevil desembarcará em fevereiro para a segunda parte da turnê pela América Latina, em nove países

Hoje a banda Jackdevil começa uma extensa agenda de shows que inclui a segunda edição do Metal Force Day, com a participação da bandas Mortos (Imperatriz) e das locais Tanatron, School Thrash, Risim, Leopard Machine, e ainda concurso de Air Guitar, com premiação, clipes no telão, Guitar Hero liberado, entre outras atividades. A festa do metal é no Clubão da Cohab, a partir das 18h.

“Há dentro da música aquela velha história de que o músico abandona o circuito de sua cidade e acaba nunca ajudando seus conterrâneos. Dentro dos limites do Jackdevil, o Metal Force Day significa poder contribuir diretamente para o cenário local, até mesmo pelo fato de ser um evento organizado por músicos (Tanatron e Jackdevil). Portanto, temos a preocupação de oferecer o melhor que podemos tanto para o público quanto para quem for se apresentar. Esperamos encontrar uma casa cheia no Clube da Cohab justamente para celebrar a força do rock maranhense”, convida André Nadler, vocalista da Jackdevil.
A banda veio de uma bem-sucedida turnê pela América do Sul, tem seu nome em destaque de várias publicações especializadas, em line up de shows de bandas importantes, e agora desembarcará em fevereiro para a segunda parte da turnê pela América Latina para nove países ao lado da banda espanhola Crisix, com shows que vão do Brasil ao México. “O orgulho agora vem em dobro, pois não é todo dia que uma banda brasileira divide uma turnê dessa proporção com um grupo de outro país. São gotas e gotas de suor, dias e dias de trabalho sem cessar para que a engrenagem não pare nunca”, comenta Nadler. E a partir do dia 30 de março a banda segue para os Estados Unidos finalizando a turnê no final de abril.
O som pesado da Jackdevil na terra do Tio Sam

“Após quatro anos de carreira tivemos a oportunidade de conhecer como é ser músico de verdade, saindo do Brasil e conhecendo o sistema que envolve a música pesada de outros países. Um dos momentos mais significativos da turnê aconteceu em Assunção, no Paraguai. Encontramos um grupo de fãs já na porta do hotel, nos esperando com camisas, CDs e até LPs do Jackdevil. Naquele momento começamos a entender o tamanho do nosso trabalho fora do Brasil”, conta André Nadler, o vocalista da banda.

Consciente do que seja a cena local do metal, o vocalista desabafou em uma rede social sobre as dificuldades que o segmento tem para se estabelecer e os desafios que as bandas enfrentam para realizar produções. Segundo André, o desabafo se deve ao fato da banda nunca se acomodar ou calar para as coisas que não achem corretas.
“Aqui na capital maranhense costumamos ver tanto público quanto integrantes de banda falando demais e fazendo de menos, isso incomoda, não acha? Por muitas vezes o nosso estilo musical é tratado como algo que se posiciona à margem da sociedade porque o que parece representar o cenário de São Luís são aqueles artistas de sempre, da tal MPM, mas quem carrega o nome da música maranhense e faz acontecer no mundo real sempre foi e sempre vai ser o rock n’ roll que surge dessa cidade. Nossas bandas saem em revistas fora do país, ganham prêmios em diversos países e fazem show pelos quatro cantos do mundo representando o Maranhão e sem nenhum interesse, pois não mamamos nas tetas do governo para isso”, critica.
E o vocalista prossegue: “O metal mostra resultados reais porque não recebemos apoio direto de prefeitura ou governo, não temos políticos investindo por trás e tudo que conquistamos surge do esforço e dedicação total ao nosso trabalho. Nesse momento, exigimos respeito e reconhecimento pelo que o circuito do rock maranhense está fazendo atualmente. Se você gosta ou não, tanto faz, mas deve admitir que estamos vivendo um momento ímpar”, alfineta.
Cinco perguntas // André Nadler
E agora sobre as duas novas turnês?
O compromisso de encarar quase três meses na estrada precisa ser levado a sério. Os inúmeros cuidados e perigos que enfrentamos diariamente nos exigem empenho e cuidado em dobro, portanto a primeira expectativa gira em torno da segurança ser realizada com perfeição. Esperamos também bons shows e conhecer diversos lugares que nunca iríamos conhecer se não fosse a nossa música.

Como você vê a cena em São Luís depois de ter vindo de uma turnê dessas?
Acredito que o exemplo está dado e vejo que a cena acordou com o barulho que fizemos nos últimos meses. Quem diria que uma banda do Maranhão, que geograficamente é distante de tudo e que não tem uma cena e público como os grandes centros, em meio a inúmeras adversidades chegaria até aqui? Se nós chegamos outros também podem chegar. Espero que a partir de agora as bandas se empolguem mais e busquem chegar ainda mais longe. Aqui em nossa cidade temos diversos grupos que oferecem material de qualidade como a School Thrash, Tanatron, Fúria Louca, Brutallian, etc. Sou convicto de que não vai demorar muito para outras bandas de São Luís saírem daqui e entrarem para o circuito de shows no exterior.

Realizando sonhos?
Ainda nem acordamos de verdade de tudo isso que está acontecendo. Pra ser sincero, não imaginava que um dia iríamos sair daqui da capital maranhense para apresentações em lugares distantes. Sequer passava pela nossa cabeça chegar em São Paulo (risos). Lembro que no primeiro ano de trabalho a nossa meta principal era tocar em Teresina e quando conseguimos fizemos até uma festa para comemorar.

Para a Jackdevil o céu é o limite?
(Risos). Nossa maior preocupação é sempre com o presente e nossos pensamentos estão voltados para dar continuidade ao projeto, mas sempre buscando evolução. É necessário dar privilegio ao processo de composição para que novos discos venham em breve, e claro, manter sempre a humildade e boa convivência entre nós mesmos, fãs e outros envolvidos no mundo da música.

Em viagens sempre acontecem coisas inusitadas. Cite uma
O momento mais louco com certeza foi quando toquei com o braço da minha guitarra quebrado em uma das nossas apresentações. Durante o transporte, a companhia aérea quebrou meu equipamento e só descobri na hora de subir no palco, como tocamos em uma afinação diferente dos outros músicos que também iriam se apresentar naquele dia, afinei minha guitarra, mesmo com o braço rachado, e mandei ver no show como se não houvesse problema algum. No show seguinte fomos ressarcidos e comprei outra.

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