ESTREIA NO BRASIL

‘Joy: um nome de sucesso’ se vale de estereótipos e lembra uma palestra motivacional

Filme retrata história de inventora que supera a desconfiança em suas capacidades e vence por não desistir de seu sonho

joy em nome do sucesso

Não restam dúvidas sobre o talento de Jennifer Lawrence. Ainda assim, chega a ser curiosa a presença sempre constante da atriz na temporada de prêmios. O mais engraçado é que, na maioria das vezes, as indicações – e até as vitórias – são para papéis que nem sempre têm a melhor performance dela. É o caso de Joy: um nome de sucesso.

A jovem de 25 anos despontou em 2011 em Inverno da alma, de Debra Granik. Foi uma aparição arrebatadora, com nomeações merecidas (Oscar, Globo de Ouro). Logo veio a diversificação da carreira. J. Law fez horror (A última casa na rua), dramas (Um novo despertar, Serena), comédia romântica (O lado bom da vida), thriller (Trapaça) e ficções científicas (X-Men e Jogos vorazes). Dentro da versatilidade que lhe cabe, pelo menos em 2015, a atriz se saiu melhor como Katniss Everdeen, estrela de Jogos vorazes.

No entanto, foi pelo papel de Joy que ela recebeu sua quarta indicação ao Oscar. O filme dirigido por David O. Russell, o mesmo de Trapaça (2013), conta a história real de Joy Magnano, uma inventora norte-americana, responsável por criar o miracle mop, um rodo que já vem com o pano de chão e um mecanismo para torcê-lo, também conhecido como esfregão torce fácil. É um novelão à la Hollywood.

O filme é uma decepção. O. Russell convoca seu time vencedor (além de J. Law, o elenco tem Bradley Cooper, Robert De Niro, Isabella Rossellini) para seguir à risca o manual do longa para pessoas que precisam de motivação. Joy: uma história de sucesso narra o caso típico do cidadão (no caso cidadã) americano de classe média que vence na vida.

Enredo

O roteiro, também assinado pelo diretor, não oferece qualquer surpresa. É a história da garota que carrega a família nas costas, que durante muito tempo teve seu “talento” menosprezado e, assim, banca o próprio sonho como última alternativa. Enredo providencial para tempos de crise. Mas o cineasta é superficial em relação a todas as inseguranças pessoais que poderiam surgir na protagonista, assim como nos demais integrantes da conflituosa família de classe média.

Jennifer Lawrence é sempre boa, mas não vai além da cartilha que já seguiu em Trapaça e O lado bom da vida (2012). O romance maduro entre Robert De Niro e Isabella Rossellini garante mais graça ao filme. O principal destaque vai para a trilha sonora, com faixas como Gimme all your love, com Alabama Shakes; I want to be happy, interpretado por Ella Fitzgerald e Chick Webb; I am in love, de Cole Porter, e outras. A exceção é uma versão macarrônica de Águas de março, de Tom Jobim, cantada por um venezuelano.

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