Entra em cartaz hoje mais uma produção cinematográfica maranhense. O média-metragem Caminho de Pedras Miúdas, primeiro filme do escritor e dramaturgo Inaldo Lisboa, começará a ser exibido no Cine Praia Grande, em sessão às 19h. Após o filme, haverá o lançamento do livro Resenhista na WEB, do crítico de cinema itapecuruense Breno Bezerra.
Caminho de Pedras Miúdas é uma tragicomédia que conta a história de uma mulher que, após dez anos, retorna à sua cidade natal para fugir de uma grande decepção amorosa. Nesse retorno acontece um reencontro com a cidade amada e surgem situações que geram novos conflitos. O elenco é formado por atores de São Luís e atores de Itapecuru-Mirim, dentre eles Ivone Coelho, Natan Campos, Victor Pinheiro, Lilian Cutrim, Alisson Rilktt, Jerffeson Santos.
O cenário para as gravações foi a cidade de Itapecuru-Mirim, berço de uma grande tradição cultural, e as filmagens aconteceram em, pasmem, uma semana! A história teve gravações realizadas em vários locais da cidade, no período de 21 a 29 de junho de 2014.
“Nós tínhamos pouco recurso. Então, tivemos que aproveitar para fazer tudo. Tive limitações de recurso financeiro, porque eu só contava com apoio cultural da Prefeitura de Itapecuru-Mirim e alguns empresários locais Dimab (Itapecuru Distribuidora Maranhense de Bebidas Ltda.) Wendell Lauande Lages, J.M. Machado, Franciclaudio Lisboa, Vasconcelos Materiais de Construção, Ferraço, Viva Mamusca . Por isso tive que financiar com recursos próprios, 70% do filme”, conta o escritor.
O filme tem roteiro e produção de Inaldo Lisboa e coprodução executiva da Cia. Direto da Fonte, com direção de Charles Melo; e Cia. Arti com Alisson Rilktt na produção executiva.
Caminho de Pedras Miúdas foi desenvolvidoa partir do livro de Inaldo, feito a partir de uma pesquisa sobre a história da cidade de Itapecuru-Mirim. O texto foi encenado várias vezes pelo TEIt (Teatro Experimental Itapecuruense), grupo fundado por ele em 1982. Após o lançamento em São Luís, o escritor quer lançar em Itapecuru, cidade onde foi rodada a obra. “Os moradores acompanharam todo o processo, então é claro que vamos lançar, não só lá, mas inscrevê-lo em vários festivais, dentre eles, o Guarnicê”, aposta.
Escritor itapecuruense
Inaldo Lisboa é maranhense de Itapecuru-Mirim, onde começou a carreira profissional como ator, diretor e autor teatral. Foi no antigo grupo Caricareta que a carreira no teatro começou a se consolidar. Graduou-se em artes cênicas pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA e em Letras pelo Uniceuma. É especialista em Língua Portuguesa pela Universidade Salgado de Oliveira e Mestre em Ciências, pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ.
Desde 1995 é professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA). Foi vencedor do Prêmio Água Fonte de Vida e Desenvolvimento de 2007, na categoria texto teatral, com a peça Canto d´Água, promovido pela Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão – Caema.
Entre suas inúmeras obras, destacam-se as peças teatrais Nossa Velha Canção (1996); Babaçu is Business (1999); Moderniscravizando (2006); Os órfãos de Ayrton Sena (2004); Transgênicos or not Transgênicos (2005); Um grito vindo do Rio Itapecuru (1997), entre outras. São também de sua autoria as peças Que Espetáculo é Esse?(1987) e O Filme de Ontem (1988), ambas encenadas pelo grupo Caricareta e apresentadas no Teatro Artur Azevedo. Publicou ainda o livro de crônicas e contos Tudo Azul no Planeta Itapecuru, lançado em 2005 e o livro Nicéas Drumont: o gavião Vadio.
5 perguntas// Inaldo Lisboa
Qual foi o maior desafio em gravar esse filme?
Foi a produção. Cinema é uma linguagem muito cara, pois para um filme ficar pronto ele passa por vários processos: pré-produção, produção, estudo de locações, gravação, edição, sonorização, divulgação e exibição. Por mais que você conte com a ajuda de amigos, tudo isso exige recurso. Mas o resultado foi gratificante.
Você já almejava fazer um filme?
Eu realizei um sonho. Como sou um apaixonado por cinema, sempre quis e fiz. Claro que não é só meu, cinema também é um trabalho de equipe. Na verdade a vitória é da equipe toda: atores, diretor, produção e equipe técnica, nós nos doamos para isso. Além disso, de um local para um universal, esse é nosso objetivo. Somos maranhenses e também queremos nos ver na tela, queremos contar as nossas histórias.
Depois de pronto, ficou como você queria?
Queremos sempre fazer melhor, mas agora ele é o resultado de um processo. Já está gravado. Há muitos experimentos e no set você acaba tendo que se virar nos trinta, por isso quero fazer mais para maturar esses processo.
Sobre o elenco. Dá para dizer o que sobre a atuação deles?
Temos boas surpresas, como Lilian Cutrim e Célia Lages que se destacam no núcleo cômico e acabam carregando o filme. O filme é uma tragicomédia e aí a história ganha força.
A partir de agora virão outros?
Quero fazer um documentário sobre a vida e obra do teatrólogo maranhense Aldo leite e queria filmar a vida de Abdala Buzar, uma grande liderança de Itapecuru, a partir de uma adaptação do livro biográfico de Benedito Buzar.