CRÍTICA

Filme ‘Joy’ destaca o talento de Jennifer Lawrence

Atriz concorre ao Oscar por papel que parece feito sob medida para que ela brilhe

Retratar uma mulher ousada e bem desligada da previsão do encontro com suposto príncipe é o tipo de tarefa sob medida para a atriz Jennifer Lawrence. Tanto que, não deu outra: ao recriar a vida da empreendedora Joy Mangano nas telas, ela viu pipocar mais uma indicação ao Oscar.
Num primeiro momento da trama de Joy, tudo vai bem, num embalo de graça à la Wes Anderson (especialmente parecido com o longa Os excêntricos Tenenbaums). Há momentos constrangedores, já que o personagem Tony (Édgar Ramírez), metido a cantor, credita a um venezuelano a autoria de Águas de março.
A boa música, no enredo, segue pautando o filme do diretor David O. Russell, mesmo cineasta dos envolventes O lado bom da vida e O vencedor. E, entre A house with love in it e outras com Nat King Cole, a ação se esparrama: Joy tem família repleta de intrigas. O pai (Robert De Niro) posa de viúvo, mas não é; enquanto a mãe (Virginia Madsen) é estática, mas instável a ponto de ser comparada a “vazamento de gás”. Propondo serenidade, Diane Ladd (num belo retorno ao cinema) interpreta a dócil avó Mimi.

Naquele que é chamado o “país das oportunidades”, os Estados Unidos assentaram a história real que deu base ao filme. Inserida no mundo dos negócios, buscando patentear esfregão revolucionário para as donas de casa, Joy emociona, com a dignidade de um Will Smith do marcante Em busca da felicidade.

É no lado B do filme, porém, que o diretor se perde, quando desponta a vertente justiceira da protagonista. Tudo é muito abrupto e o cineasta parece se render demais ao apelo da publicidade que ele passa a encenar na narrativa. Determinada em excesso, é a hora em que a garota propaganda feita por Lawrence perde bastante da credibilidade, reflexo talvez da pouca idade da atriz para o papel.

 
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